HOTEL ESPLANADA – 1951
25 de outubro de 1951 – deslumbrada com a descoberta do amor fui ao meu primeiro baile com esse amor.
Com 21 anos, preocupada só em estudar, ainda não tinha tido nenhum namorado e nem ameaços. De repente, Ayrton surge em minha vida. No dia 2 de setembro. Éramos adultos, não tivemos as preliminares de flirts e olhares lânguidos. Fomos apresentados com objetivo de nos entendermos e namorarmos. . Eu era a professsora “chata” que na opinião dos primos de Ayrton, meus alunos, tinha era falta de homem. Ele, primo fazendo estágio com o tio, saia com os dois primos e namoradas e acabava “segurando vela” . Ou seja, estávamos disponíveis. E deu certo.
Namoro de segurar na mão, de uns “selinhos” resistidos, de beijos mais intimos já em 7 de outubro, fomos ao nosso rimeiro baile no Hotel Esplanada. De um tempo em que o centro era ainda o ponto de encontro eleito pela elite.
Hotel vindo da década de 30, fazia parte do conjunto do Teatro Municipal e Vale do Anhangabaú, então urbanizado pelo francês Bouvard como parque.
À esquerda, o Teatro Municipal e o Vale do Anhangabaú com um bonde.
Foi nesse hotel, então frequentado pelas elites paulistanas, que eu dancei pela primeira vez com o meu já definitivo amor. Estava muito envolvida e por isso lembro de pouca coisa,mas sei que estávamos juntos “os seis” do grupo de parentes e namoradas e mais meu pai e minha mãe. Imagine se eles iam deixar que eu ficasse em um baile até de madrugada sozinha com o namoraddo!!!!! Era costume da época e embora eu já tivesse 21 anos geralmente saiamos acompanhados dos meus pais. Se não por isso, talvez porque ele tivesse carro (um Mercury 1949, azul) e fosse nos levar. O certo é que nós saimos mais cedo do baile porque meus pais tinham sono. Lembro também que, estacionamos ao lado do Municipal, lado que dá para o Anhangabaú. Era tranquilo, não havia guardadores.
Desse grupo de seis, três já cumpriramm seu ciclo de vida. Restamos três , aguardando a nossa vez.
Esses dados foram tirados de remanescentes dos meus diários do tempo de namoro e noivado. Já estavam no meu Baú da Memória e foram resgatados a procura de acontecimentos importantes de minha vida.
Neste ano de 2010, 60 anos depois.
Comentários
Obrigada por dividir!
Maravilhosos como sempre seus textos.
Abraços
Por indicação do Hugo Ferreira, chego até aqui e constato que seu espaço é maravilhoso.
Você ambientou tão bem as palavras, que praticamente visualizei a cena no Esplanada. E conserve muito bem esses diários, pois são de uma riqueza inestimável.
Adorei te conhecer, e com sua licença, gostaria de seguir seu blog.
Um grande abraço.
Marcio