ESTRELINHAS 2
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Repetindo o que escrevi na noite de natal de 2012 Uma das coisas que me desesperam é a escuridão total. Perco as referências e me descontrolo. Por isso, não preciso e não gosto de escuridão para dormir. Tenho sempre a janela aberta. Vidro fechado para eventuais chuvas, mas veneziana aberta. Às vezes vario a posição da veneziana. Há algum tempo, meses talvez. Tive uma experiência interessante: acordei pelas cinco da manhã e ao abrir os olhos no retângulo iluminado da janela, vi no escuro, duas estrelinhas. Foi engraçado porque foi como se me saudassem: duas estrelinhas no meio de um sono a “piscar” para mim. Gostei. Depois de um tempo, a visão se repetiu, mas as estrelinhas já estavam mais próximas da moldura. Claro, a terra continuou girando e elas mudaram de posição. Gostei de revê-las, cumprimentei-as e já as considerei “minhas” estrelinhas. Sensação estranha, mas gostosa. Nesta noite de Natal, acordei mais cedo. Eram três horas. Procurei-as e elas não estavam lá.