ECLÉA BOSI RECEBE UM MERECIDO PREMIO


Quem circulou pelo campus Butantã da USP, no Instituto de Psicologia,   a partir da década de 80, certamente  cruzou com a figura única de Ecléa Bosi.
Para quem não a conhece aqui vai um pequeno resumo de sua vida profissional:
Ecléa Bosi é professora emérita do Instituto de Psicologia da USP e docente titular do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho desde 1982. Não só criou mas acompanha por todos esses 18 anos a UATI.Outros detalhes no convite.


Minha relação com Ecléa Bosi é de respeito profissional, afinidades inesplicáveis, e de um carinho  todo  especial.
Em 2000, quando sozinha  procurava um caminho  para trilhar, não só do ponto de vista profissional, mas sobretudo alguma coisa que me satisfizesse como pessoa, e já tendo iniciado o registro de uma história de vidada familia toda (ascendentes, descendentes e pessoal), encontrei o livro “Memória e Sociedade” de Ecléa Bosi. Tive dificuldade na primeira parte do livro (não sou socióloga,  nem psicóloga. Sou bióloga) , mas entrando nos depoimentos,  eles eram tudo o que eu queria como diretriz de trabalho. Me “apaixonei” literalmente pelo livro e pela autora.
Daí para frente sempre quis  encontrá´-la, sempe me foi prometido um contato pessoal, mas nunca deu certo.
Até que em 2006, encontri em um catálogo da Universidade Aberta à Terceira Idade um curso no Instituto de Psicologia, de  Psicologia Social, em que Ecléa Bosi daria as aulas.  Corri, me inscrevi e exatamente no dia 07 de março de 2006  tive a primeira aula, de um total de 12, até 18 de abril.
Me encantei com o seu jeito simples, tranquilo, sorridente e respeitosa com os quatro ‘idosos”  que estavam lá junto com os graduandos. A empatia foi imediata no contato pessoal, mas já vinha germinando há cinco anos.
Nesse mesmo primeiro dia ela  nos chamou (os quatro “idosos’)  e ofereceu uma sala de convivência em um prédio do Instituto para que pudessemos, nos intervalos dos períodos de aula , ter um local para socialização, repouso, discussões, pesquisas e trabalhos.  Envolvemo-nos imediatamente.  Entramos na parte burocrática. Fiz muita divulgação. Frequentamos essa sala durante todo o semestre.Tenho tudo registrado.  Mas, cada um tomando o seu rumo e não tendo continuidade de interesses, o projeto  - tão valioso – morreu  jovem.
Nossos contatoas passaram a ser mais distante, mas não deixaram de acontecer. Conversávamos sobre a Universidade Aberta, sobre  a relação entre os “idosos” e os jovens, sobre os cursos de um modo geral.
Não sei se ela sabia muito de mim, mas eu sabia dela o suficiente para me manter ligada e acompanhar os seus sucessos como o recebimento do título de Profa.  Eméritaem 2008, e outros eventos em que ela foi a protagonista ou convidada.  Não era preciso falar muito. Nossos olhares diziam tudo.  
Mas, quase no final de 2010, ela “pediu minha autorização” –imagine -  para colocar minha foto na capa do catálogo de cursos da Universidade Aberta à  Terceira Idade. Nem podia acreditar e nem entendia porque. Aliás nunca entendi. Talvez porque  sou muito obstinada, não desisto das coisas e durante  os seis naos  de UATI fiz mais de 30 cursos. Seria um exemplo?  Não acho.  Muita gente faz mais do que isso.  Divulgo muito essa Universidade e os prazeres que ela nos da? Talvez.
O certo é que a tramitação para  as fotos aconteceu , nos ligamos mais, ela esteve pessoalmente para as  fotos na minha casa, onde demos valor ao SOFÀque é um objeto biográfico meu, coisa que ela cultua muito.
E  em fevereiro saí  não só na capa do catálogo, mas nas folhas separadoras das várias unidades da USP. A gloria. Até um out door na entrada da USP-Butantã  ficou  uma semana dando as boas vindas aos novos alunos. E eu continuei a divulgação distribuindo onde posso pelos menos uns 100 exemplares. Não pela minha foto, mas chamando sempre a atenção para os muitos cursos que são oferecidos gratuitamente a  todos idosos, dando possibilidade de escolha para todas as disponibilidades e gostos.
E o catálogo continuou no segundo semestre.  Um ano de exposiçao, de v isibilidade e uma apresentação de Ecléa  em que juntamos textos,  tornou meu ano de 2011  o ano de minha realização como pessoa .
Muito merecidamente ela vai receber um premio.  Procuro um contato com maior número de psicólogos que tenhampassado pela Usp para  convocá-los a ir prestar a homenagem e poder abraçá-la tão carinhosamente quanto ela merece. Eu estarei lá.


Comentários

Ecléa Bosi escreve deliciosamente... muito mais que livros técnicos, livros simplesmente para ler, ato maravilhoso. Adoro! Parabéns pelo prêmio
Sara Puerta disse…
Olá Neusa,

Sou produtora de um filme chamado Conselheiros, em que escutamos pessoas com mais de 70 anos, que a apartir de suas experiências de vida, passam conselhos para a vida.
Acompanhando seu blgo, gostariamos muito de tê-la como uma das entrevistadas. O que acha?
Aguardo seu retorno
Abraços
Sara Puerta
(11) 9827-9651

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