VIAGEM - VIGÉSIMO TERCEIRO DIA – SÁBADO – 21 DE ABRIL DE 2012
Levantamos
cedo, junto com o Oscar, ou seja, pelas 6 horas. Tomamos café, nos aprontamos e o Oscar, a caminho do
trabalho nos levou até a estação de Lendinara. Pelo menos economizei minha
perna.
Ficamos
esperando o trem. Gosto muito de trem e aqui eles são confortáveis, limpos, não
cheios.
Como
sempre nas estações acontecem informações pelo autofalante. A que ouvimos dizia
(em italiano naturalmente e por isso só a Jurema entendeu):
“
Os trens regionais entrarão em greve hoje das 9 horas da manhã às nove horas da noite.
Os trens nacionais entram em greve de 24 horas,
hoje às 21 horas e vão até amanhã (domingo) até 21 horas.”
Susto
De
posse dos planejamentos de horário, nos poucos minutos que tivemos vimos que
daria para ir, mas na volta ficaríamos presas em Bolonha, quando a greve
nacional já teria começado. Além disso,
toda a confusão em uma cidade grande, cheia de turista e com trens parados. E
lá o deslocamento maior é por trens e GREVE É GREVE. Ninguém espera por
acordos.
Não
tenho mais idade nem saúde para enfrentar esse tipo de coisa. Como trem já
apontando desisti de ir. Achei que todas desistiriam Era o lógico e o código de solidariedade.
Mas,
quem tinha feito tudo para ir a Roma (louvamos a obstinação) não pensou duas
vezes; EU VOU!! Entrou no trem e foi embora, num comportamento impulsivo.
Eu
e Jurema ficamos boquiabertas. Pensamos igual e não entendemos a atitude. Além do que ficamos na maior
preocupação com as confusões que
geralmente acontecem nessas situações, com gente de fora, não conhecendo o
lugar e os costumes.
Voltamos
para casa lentamente. Assimilando o estrago comportamental. O stress passado e
passando, somatizou na perna e ela nunca doeu tanto. Levamos quase uma hora
para chegar.
Em casa, Jurema telefonou para repartições e quem de direito para
saber mais detalhes da greve. A gente acaba duvidando da gente mesmo e não é
impossível que alguém tivesse achado que Jurema não tenha traduzido certo.
Acompanhando pela TV era isso mesmo. Greve Regional e em seguida Greve
Nacional.
Descansamos
um pouco e demos uma saída para arejar a cabeça.
E
então eu conheci a Lendinara dos sábados. É dia de feira e num instante a
cidade se transforma, fica cheia de gente e cheia de vendedores. Enormes caminhões baú encostam, tiram de
dentro araras cheias de roupas e a praça e ruas próximas se transformam em
lojas a céu aberto. Roupas de todos os tipos, tecidos e preços. Com o mesmo
nível da maioria das lojas classe média. Não preciso dizer que são todos
chineses. São tão chamativos que mesmo
sem querer ainda comprei mais uma ou duas echarpes e uma saia.
Alem
de roupa tem comida feita na hora, peixes, camarões fritos e outras
“boquinhas”. Só eu e Jurema, almoçamos por lá.
Passamos
uma tarde conversando e aproveitando o tempo juntas. Teria sido melhor se não
nos preocupássemos tanto. Não sei por quê. Somos duas tontas. Quem faz o que
quer deve estar preparada para o que vier.
Pela
hora do jantar só então recebemos um
telefonema. Meu telefone eu tinha deixado com quem foi à Roma porque já
tinha chip europeu e funcionava bem. Nos dizia que até a hora do almoço de
domingo apareceria.!!!!!!!
Oscar
chegou, jantamos, conversamos e fomos dormir quando nos deu sono.
Nota
– Nestes dias em que estamos aqui, Oscar e Jurema dormem na sala, sobre
colchonetes, para nos ceder seu quarto. Atenções de filhos para mãe.
Hoje
não tem foto. Nada. Poderia ter tirado da feira, mas eu não estava com pique e
o clima não era adequado.
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