A CASA DAS ROSAS

                                   
A Casa das Rosas situa-se na cidade de São Paulo, em um ponto que é o cartão postal da cidade, a AVENIDA PAULISTA.

Nesta Avenida, bem perto do largo do Paraíso – Hoje praça Oswaldo Cruz – em um terreno de “apenas”   5500m²  está aquela  que se chamou Casa das Roseiras e que  hoje é conhecida como CASA DAS ROSAS. Uma “casinha’ de 1500m² , com quatro andares, e 30 cômodos.  Tinha o numero 186  e hoje é o nº 37. Foi construída com base em um  projeto de Ramos de Azevedo em um  dos últimos terrenos vagos da avenida, próximo à Praça Oswaldo Cruz.

Já estava em voga o estilo Art Déco, o que fez a casa nascer meio “fora de moda”, com seu estilo filiado ao renascimento francês.
   



DESCRIÇÃO DA CASA

PARTE EXTERNA:
 - O jardim geométrico é inspirado nos jardins de Versalles, com especial atenção à flor, principalmente a rosa.
 - Telhado feito com placas de fibrocimento que imita ardósia.
 - Nas partes  frontal e lateral há balaústres.
 -  Degraus de mármore de Carrara, piso de ladrilho hidráulico decorado.
 - Chaminé que serve a cozinha e forno.
 - Gradil que protege o vitral interno.
 - garage encimada por dois quartos, cozinha e banheiro.
 - sala de engomar.

PARTE  INTERNA

Pavimento Térreo – 10 cômodos. :
 - Hall de entrada   com piso de mármore. Escada social que dá acesso só ao primeiro andar. Mármore de Carrara e balaústres de aço decorado. Corrimão de madeira maciça feita provavelmente no Liceu de Artes e Ofícios. Vitral da Casa Conrado feito por Conrado Sorgenicht .   Retrato de Ramos de Azevedo”, pintada em 1898 por Oscar Pereira da Silva, permaneceu na  residência por 48 anos  e está lá até hoje.
- Biblioteca, Escritório  e Sala de Estar (ou de visitas) com piso de madeira em tons claros e escuros formando  desenhos  diferentes para cada ambiente. Teto em gesso decorado. Paredes  revestidas de tafetá  de seda francesa.
- Sala de jantar com piso de madeira clara, escura decorada com motivos gregos.Teto de madeira tipo “caixotão”. Paredes também revestidas de tafetá de seda francesa.
- Lavabo com piso de pastilhas e revestimento da parede em azulejos alemães.
- Copa  - piso em ladrilho decorado, paredes de azulejo, pia de mármore.
- Sala de lunch – piso de madeira simples. Paredes e teto sem decoração
- Sala de almoço dos empregado -  piso de ladrilhos decorados e paredes de azulejos.  Porta de saída para a parte externa.
- Cozinha – piso de ladrilho decorado paredes e teto em azulejos; dois balcões de mármore um deles com duas cubas (pias) Comunica-se com a sala de almoço dos empregados.  Na parte externa junto à porta da cozinha está o forno doméstico.
- Escada de madeira com 6 lances -  único  acesso aos 4 pavimentos

Primeiro Andar (Andar Alto)
Possui
 - cinco quartos decorados com tafetá de seda. Teto em gesso diferente para cada ambiente. Piso também diferentes para diferentes ambientes.
 - dois banheiros: um deles rosa com piso em mármore  rosa e negro louça cor de rosa e outro verde com piso e louças verdes. Este possui uma segunda porta interna, possibilitando o uso por mais de uma pessoa independente uma da outra.
 - dois terraços: um em “L” com piso belga decorado e outro grande, sem decoração no piso.
 - o quarto  menor  com piso de madeira,  paredes e teto sem decoração. É um “quarto com alçapão”  para a roupa suja ir parar diretamente no porão, em um pequeno armário.

Mansarda (sótão) possui:
 -  3 quartos usados por empregados, simples, sem decoração em paredes e piso.
 - um quarto  das malas  - viajava-se muito e de navio o que implicava em malas grandes, como armários.
 - Rouparia
 - Sala para  empregados
 - banheiro simples.
 - janelas são águas furtadas e óculos.

Porão
Possui 7 cômodos:
 - sala de jogos com piso de ladrilho verde
 - dispensa
 - lavanderia
 - banheiro com caldeira
 - adega
 - dois quartos????

Ernesto Dias de Castro era dono de uma grande loja de materiais de construção, na Rua da Boa Vista, e que faliu na década de 60. Mais tarde, com dificuldades financeiras a família decidiu vender a casa já em péssimo estado de conservação.  Foi comprada em 1983 pela construtora Julio Neves, mas em 1986 foi  tombada pelo CONDEPHAT.
Só então o casal  Ernesto Filho e Ana Rosa saíram da casa, perfazendo um total de 51 anos de ocupação da casa (de 1935 a 1986) pela família. A casa passa ao Governo do Estado.

Acordo com a construtora Julio Neves e o Governo do Estado permitiu que um edifício fosse construído nos fundos do terreno em troca da restauração  da casa..  Restauro que durou até 1991
Entre idas e vindas de ocupações, em dezembro de 2004, a mansão passou a se chamar Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura. O acervo de 35 mil volumes da biblioteca do poeta, tradutor e ensaísta Haroldo de Campos agora é de todos os paulistas. Além dos livros, a família doou à Secretaria da Cultura também o escritório do poeta.
A biblioteca reúne raridades, como as primeiras edições autografadas de livros de Octavio Paz e João Cabral de Melo Neto. Nas estantes,encontram-se as respeitadas traduções do próprio Haroldo de obras de inglês, francês, espanhol, alemão, italiano, russo, hebraico, chinês e japonês. E também cantos da 'Divina Comédia', em que ele trabalhava pouco antes de morrer.
Viste a Casa das Rosas. Ela está  esperando por você.






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