UMA NOITE ESPECIAL EM QUE VOLTO A ENCONTRAR A ÌNDIA E INDIANOS
Há dias em que inesperadamente
acontecem coisas que me deixam feliz, me colocam em contato com o mundo e me
fazem ver que, apesar dos muitos problemas, ainda sou “gente”, capaz de
valorizar situações de grandes emoções.
Isso aconteceu ontem, na noite
de 26 de janeiro de 2016.
Com algum sacrifício de
locomoção consegui, ajudada por Maria Inês (a amiga sempre atenta às minhas
necessidades culturais e de contatos pessoais), me deslocar até um evento em
que se comemorava o 67º aniversário da Independência da Índia.
Contatos com o consulado
Indiano em 2013, do tempo de Kamal Jit Sing foram frequentes, prazerosos. Me
valeram muitas informações preciosas de uma civilização que eu não conhecia, de
costumes e tradições diferentes.
Kamal e sua linda família
foram embora de volta à Índia, eu tive minha mobilidade reduzida e deixei de
frequentar o Centro Cultural da ìndia porque a distância Av. Paulista, - Al Surutaiá se tornou
difícil. Ficava sempre na vontade quando
recebia programação cultural E sentia saudades
de pessoas que tinham ficado por lá:
Rafael, Simone, Cibele, a aarqueóloga do grupo e Regiane,presidente da Brind ARC Brasil-ìndia- Associação de Redes de Conhecimento.
Não podia deixar de aproveitar
a ocasião, qualquer que fosse o sacrifício.
E fui. Revi Simone, Rafael,
Cibele, Regiane (agora com o seu lindo indiano Jasdeep), conheci de longe
embaixador da Indiano Brasil, mas não tive o prazer de conhecer a consulesa que
agora está no lugar de Kamal. Mas revi Laura da FLCH trabalhando em literatura irlandesa entre outras coisas, conheci Maria Fernanda que dá
aulas sobre Arte da China na FFLCH-USP ......
Uma apresentação de dança
folclórica colorida e rica em sons e gestos enfeitou mais a noite
Infelizmente, dos discursos
nada entendi (continuo frustrada por não falar e não entender inglês), mas me
senti atraída por um dos indianos presentes, que falou bastante, com humor
(percebido pelas expressões fisionômicas) e soube depois que era o Premio Nobel
da Paz de 2014. Que privilégio até então, com um contato apenas visual. Não podia deixar de ter registrado esse
momento importante de minha vida e cheguei até ele para as clássicas fotos.
Gentileza sua, logo expressa com a presteza com que me ajudou ao me ver amparada
com uma bengala. E então me abraçou
carinhosamente e eu absorvi um pouco da energia positiva que emanava de alguém
cujo sentido de vida é tão precioso. Veja
a foto preciosa para mim.
Um abraço carinhoso de Kailash Satyarthi e Neuza
Seu nome: KAILASH SATYARTHI, de difícil pronuncia na
nossa língua, mas inesquecível quando se sabe o seu valor.
Mas, o registro não teria
acontecido se o recém conhecido Jasdeep não tivesse fotografado tudo. Ele e
Regiane, um charmoso casal brasileiro- indiano me mandaram as fotos ontem mesmo
repetindo a atenção especial que recebi deles.
Eu, Neuza Jasdeep e Regiane
Algumas fotos do evento:
Laura -Maria Inês, Neuza - Kailash e esposa,Regiane, entre outros
Entre quase os mesmos da foto acima mais à direita Regiane e Cibele
Neuza - Kailash Satyarthi e sra, Regiane e Jasdeep
Maria Inês -Cibele - Neuza - Jasdeep
Na minha ânsia de saber mais
de pessoas com quem cruzo e admiro, pesquisei, editei a pesquisa e acrescento
como complemento para os que não sabem o valor e importância de um Prêmio Nobel
e o quanto conhecer um deles, principalmente da Paz foi importante para mim.
PREMIO NOBEL DA PAZ DE 2014
O Nobel da Paz é o único que se outorga e se
entrega fora de Estocolmo por decisão do criador dos prêmios, o magnata sueco
Alfred Nobel, já que na época a Noruega fazia parte do Reino da Suécia. No ano
passado, 259 personalidades e instituições foram nomeados para o prêmio, que
acabou sendo dado à Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW, na
sigla em inglês), por seus esforços para eliminar esse tipo de arsenal.
A ativista paquistanesa Malala Yousafzai e o indiano Kailash Satyarthi. / Foto: AFP | Vídeo: Reuters Nobel da Paz em 2014
A
paquistanesa MALALA YOUSAFZAI, jovem baleada na cabeça por militantes do Talibã em 2012 por defender
a escolarização das mulheres, e o ativista indiano KAILASH SATYARTHI foram agraciados com o prêmio Nobel da Paz
de 2014 “por sua luta contra a opressão de crianças e jovens e pelo direito a
todas as crianças à educação”, segundo anunciou o Comitê Nobel norueguês, nesta
sexta-feira.
O Comitê
destacou que KAILASH SATYARTHI,
“mostrando grande valor pessoal” e seguindo a tradição de Gandhi, “liderou
várias formas de protesto e manifestação, todas pacíficas, concentrando-se na
grave exploração de crianças para obtenção de benefícios financeiros”. O
ativista também “contribuiu para o desenvolvimento de importantes convenções
internacionais sobre os direitos da criança”. Kailash Satyarthi, engenheiro
informático indiano que abandonou os computadores há 28 anos para denunciar
multinacionais que exploram crianças de 5 a 12 anos em seu país, encabeça a
organização Global March, que libertou da escravidão empresarial cerca de
80.000 crianças em mais de 160 países.
Já MALALA
YOUSAFZAI “apesar da pouca idade”, vem lutando há anos “pelo
direito das meninas à educação e mostrou com seu exemplo que crianças e
jovens também podem contribuir para melhorar suas próprias situações”. O Comitê Nobel ressaltou ainda
que “ela o fez sob as circunstâncias mais perigosas”. “Mediante sua luta
heroica, ela se tornou uma destacada porta-voz dos direitos das meninas à
educação”, acrescentou o júri.
Malala,
que acaba de fazer 17 anos, ficou famosa quando o Exército paquistanês expulsou
o Talibã do Vale do Swat, em 2009. Foi quando se descobriu que ela era a autora
de um diário no qual contava como era a vida sob o controle dos extremistas e
que era publicado no site da BBC Urdu. Desde seus 11 anos, sob o pseudônimo de
Gul Makai, Malala vinha relatando com bastante franqueza como as restrições iam
aumentando até todas as escolas para meninas serem finalmente fechadas.
“O Talibã
emitiu uma lei que proíbe todas as meninas de ir à escola”, escreveu ela, em
uma das postagens no site. “[. Hoje] só 11 das 27 alunas assistiram à aula.
(...) Três amigas minhas foram embora para Peshawar, Lahore e Rawalpindi com
suas famílias depois da lei”. A angústia das meninas se revela quando ela
relata que uma colega lhe perguntou: “Pelo amor de Deus, diga a verdade, os
talibãs vão atacar nossa escola? ”.
Não era
um medo irracional. Um relatório publicado pelo Exército na época afirmava que
os militantes tinham decapitado 13 crianças, destruído 170 escolas e colocado
bombas em outras cinco. Quando os militares puseram fim à tirania dos talibãs
em Swat, Malala utilizou sua fama repentina para promover o direito à educação,
com ênfase especial às meninas. Seu ativismo, dando palestras em escolas de
todo o país, foi reconhecido pelo Governo, mas não caiu bem entre os
extremistas, que, após tê-la ameaçado em várias ocasiões, tentaram assassiná-la
em 9 de outubro de 2012.
Nem essa
experiência traumática afastou Malala de seu objetivo. Foi acolhida no Reino
Unido com sua família e, uma vez recuperada, continuou promovendo o direito à
educação das meninas. Há poucas semanas lançou internacionalmente uma versão
infantil de seu livro Eu Sou
Malala (Companhia das Letras, 2013). Sua atitude lhe rendeu
reconhecimento internacional. No ano passado, recebeu o prêmio
Sajarov da União Europeia e foi nomeada para o Nobel da Paz. Também foi convidada a fazer um
discurso diante da Assembleia Geral da ONU, que declarou o dia de seu
aniversário, 12 de junho, como o Dia de Malala.
Apesar
disso, Malala não incomoda só ao Talibã, com sua visão estreita e seu temor de
que a educação afaste as pessoas de seus postulados. As escolas particulares do
Paquistão proibiram seu livro. Os responsáveis pela decisão argumentaram que
ela não é suficientemente respeitosa com o Islã, porque quando menciona o nome
do profeta Maomé não acrescenta a seguir a expressão “que a paz esteja com
Ele”, como é comum entre os muçulmanos piedosos. Um mero pretexto que esconde
do temor às represálias dos extremistas a simples ciúme, passando pela ausência
de uma verdadeira vontade política para mudar um país paralisado pela pobreza e
pela degeneração social.
Noites assim a gente nunca esquece.
Noites assim a gente nunca esquece.
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