PARQUE TENENTE SIQUEIRA CAMPOS - PARQUE TRIANON
Parque Tenente Siqueira Campos, ou Parque Trianon? O nome
oficial ou o nome popular pelo qual é conhecido?
A referência é sobre o belo
parque que, no meio da Avenida Paulista dá o verde necessário, que equilibra
todo o resto dela, multicolorida pelos ônibus, pessoas circulantes, quer
inverno ou verão com roupas coloridas, seu canteiro central de postes e lâmpadas
e que já foi mais bonito no tempo das floreiras
.
Não tenham dúvidas que é
conhecido como PARQUE TRIANON
Explicações necessárias
TENENTE
SIQUEIRA CAMPOS
– militar e político brasileiro que participou da Revolta Tenista ocorrida
em 1924, um dos acontecimentos mais importantes ocorridos na cidade de São
Paulo.
E quem se lembra da Revolução
Tenentista de 1924 em São Paulo? E, sabia que ela foi muito mais sentida do que
a Revolução de 32? Por ora só algumas
informações: durou 22 dias (cinco a 28 de julho), a cidade sofreu bombardeio
aéreo e deixou para trás mais de 500 mortos (a maioria civis) e um grande
número de feridos. Testemunha hoje com buracos de tiros de canhão, é a chaminé da
antiga usina de força da rua João Teodoro
TRIANON - O nome Trianon foi dado por conta
da existência do Belvedere Trianon,
localizado em frente ao parque e desenvolvido pelo arquiteto Ramos de Azevedo de 1911-1914,
construído em 1916 e demolido em 1957 para
dar lugar ao museu.
Um sábado de 2017 pela manhã.
Me aventuro a dar uma olhada no Parque (Tenente Siqueira Campos ou Trianon?).
Desço do ônibus e sou
“saudada” pelo Anhanguera, Bartolomeu Bueno da Silva. Não tem identificação. A
placa foi roubada.
A obra foi concebida
em Gênova, na Itália pelo escultor Luiz Brizzolara e inaugurada em 11 de agosto
de 1924, nos jardins do Palácio dos Campos Elíseos. Depois de 11 anos foi
transferida para a frente do parque Trianon.
Mármore (3,22m x
1,41m x 1,08m), Pedestal – Granito (1,06m x 2,25m x 2,25m).
Corajosamente entro no parque. Ninguém à vista. Vim por conta de um
anuncio de exposição fotográfica no parque.
Na verdade, meia dúzia de cartazes dependurados informalmente. Nenhuma
foto que eu não conhecesse. Mas, prestei atenção em algumas coisas que já
sabia, mas gosto de revisitar: o piso, feito com pedras portuguesas, algumas
informações atualizadas, bancos modernos e uma vegetação exuberante, canto de
pássaros, ruídos de animais. São remanescentes de Mata Atlântica, preservados e
que constitui o ‘pulmão” desse entorno da Av. Paulista.
E vou visitar o que me atrai: duas esculturas conhecidas: O Fauno de Brecheret e a Aretusa de Francisco Leopoldo e Silva
"FAUNO" Victor Brecheret -
escultura em granito 3,40m x 1,40m x 1,45m com pedestal em granito 1,72m x
1,82m x 2,00m
ARETUSA - - Na
mitologia grega, Aretuza era uma ninfa " espíritos habitantes de lagos,
riachos, bosques, florestas, prados e montanhas. Por isso é frequentemente
erigida como adorno de fontes ou entre plantas, caso deste monumento que fica
no Parque
Pela proximidade Aretusa e o Fauno podem “tirar
uma linha” como se dizia antigamente. Metaforicamente falando constituem “um
casal”.
Mas, onde está a NOSTALGIA? E aí vem uma história
que não pode deixar de ser contada.
de Paula Machado.
Desde
há muito tempo inconformada com a separação das duas ninfas que faziam parte do
Belvedere Trianon e separadas em 1957 quando ele foi demolido, fui até a atual
morada de NOSTALGIA. Ela exibe
artelhos quebrados, uma feia cicatriz na face e a alvura do mármore maculada
pela poluição. Em uma praça triste e quase deserta, ela está mais solitária do
que nunca.
Conta
Luiz Simões Saidenberg que acompanha a história das duas ninfas desde 1955.
“Tomava o bonde Angélica e ao passar por lá era um deslumbramento” Por décadas
os caminhos da vida o separaram das ninfas até pouco tempo atrás, quando a
saudades o fez procura-las. “Foi quando nós demos por falta de NOSTALGIA” diz ele, ressaltando que o
“nós” é um grupo de pessoas arregimentadas pela mesma angústia da saudade
perdida. “Localizamos Nostalgia e agora a luta é para leva-la de volta ao
Trianon, onde de nunca deveria ter saído. Já escrevi a órgãos competentes, mas
ninguém se dignou responder”.
Nas
pesquisas atuais, consegui saber que: essa estátua de NOSTALGIA é uma cópia.
Segundo a Prefeitura, havia uma placa de bronze identificando. Foi
roubada.
E mais:
“Em 1920, o prefeito Firmiano Pinto adquiriu
uma cópia da peça premiada, juntamente com a 'Aretusa’ para embelezar o Parque
Trianon .Era um momento em que foram
adquiridas várias obras de arte em São Paulo, como forma de “embelezamento da
cidade feito pela prefeitura pelo centenário da independência”.
Nos anos 1970, “por causa de
obras de remodelação da Paulista”, segundo a prefeitura, “Aretusa” e
“Nostalgia” mudaram de lugar. A primeira foi realocada para o interior do
Parque Tenente Siqueira Campos (Trianon). A outra foi para uma praça em
comemoração ao centenário de nascimento do professor que dá nome ao local,
Carlos Alberto Gomes Cardim.
Mas, ainda tenho esperança
que a NOSTALGIA volte para o parque
junto com sua “irmã” ARETUSA, dando
ao FAUNO uma outra companhia
feminina. E se não vierem as chuvas,
alguém vá dar um “banho” na ARETUSA que está sujinha, sujinha.
Mas o assunto era o Parque Tenente Siqueira Campo (ou
Parque Trianon) e eu desviei por trilhas
secundárias.
Explicações
necessárias.
TENENTE SIQUEIRA CAMPOS – militar e político brasileiro que
participou da Revolta Tenista ocorrida em 1924, um dos acontecimentos mais
importantes ocorridos na cidade de São Paulo.
E quem se lembra da
Revolução Tenentista de 1924 em São Paulo? E, sabia que ela foi muito mais
sentida do que a Revolução de 32? Por
ora só algumas informações: durou 22 dias (cinco a 28 de julho), a cidade
sofreu bombardeio aéreo e deixou para trás mais de 500 mortos (a maioria civis)
e um grande número de feridos. Testemunha hoje com buracos de tiros de canhão,
a chaminé da antiga usina de força da rua João Teodoro
TRIANON - O nome Trianon foi dado por conta da
existência do Belvedere Trianon,
localizado em frente ao parque e desenvolvido pelo arquiteto Ramos de Azevedo
de 1911-1914, construído em 1916 e demolido em 1957 para dar lugar ao museu
Em uma visão por
satélite situa o Parque com as proximidades de ruas conhecidas, estação do
metrô, Masp.....
.
Em uma visão desenhada
mostra um parque dividido por uma rua, a Alameda Santos, e a necessária
passarela para unir as duas partes
O parque, seja Tenente
Siqueira Campos ou Parque Trianon e seu vizinho de frente, o Belvedere Trianon (depois MASP) tem uma relação
histórica que não pode ser ignorada.
Ambos fazem parte da Avenida Paulista, ícone e a mais paulista das avenidas, que foi
aberta pelo engenheiro Joaquim Eugenio de Lima no alto do Caaguaçú (Mato
Grande) entre os rios Tietê e Pinheiros. Fica no espigão central da cidade que
tem largura variando entre 100 e 300 metros e altitude média entre 815 e 820
metros.
A Avenida tem cerca de 3km de comprimento e 30 metros de largura
dividida em três faixas: uma para bondes, a do centro para carruagens e outra
para cavaleiros. Para ela foi destinada uma área para o parque
que hoje é objeto de nosso texto. A Avenida
Paulista foi inaugurada em 8 de dezembro de 1891 e foi registrada por uma
aquarela de Jules Martin
Dia da
inauguração da Av. Paulista. O limite
era então a estrada de Santo amaro, atual Av. Brigadeiro Luiz Antônio. À
direita a mesa de doces para convidados. Ao fundo à esquerda a área reservada
para o futuro Parque –Aquarela de Jules
Martin
A região entre a Avenida Paulista e a Alameda Itú é coberta de mata
natural e isso inspirou os empreendedores a destinar duas quadras dessa mata, entre a
Alameda Casa Branca e a Alameda Limeira (atual Peixoto Gomide) à criação de um
parque. Esse espaço se situa exatamente no eixo do Vale do Saracura (atual
Avenida Nove de Julho) o que assegura vista livre para o centro.
O PARQUE foi inaugurado em 3 de abril de 1892, um ano depois da inauguração da
avenida Paulista em um processo de urbanização da cidade de São Paulo. Ganhou ares de um jardim inglês, apesar de sua
exuberante vegetação tropical, remanescente da Mata Atlântica da região do alto do
Caaguaçu, atual espigão da Paulista O
responsável pelo projeto paisagístico foi o francês Paul Villon.
Ocupa 48.600 m² em uma parte
mais larga do espigão da Avenida Paulista. Sua vegetação é composta por
remanescentes da Mata Atlântica, destacando-se araribá, cedro, jequitibá, pau
ferro, Sapopemba, sapucaia, jacarandá…como grandes árvores.
Araribá
Sua fauna é formada por
aracnídeos em geral, a rãzinha-piadeira, e na grande maioria por seres alados
sendo duas espécies de borboletas, sete de morcegos e 28 de aves como
tico-tico, sabiá.......A rãzinha piadeira é responsável pelo pi-pi-pi dos fins
de tarde por quem passa pelo parque. Tem 2,5 cm e pode estar ameaçada de
extinção. Só ainda está no parque porque o espaço não foi desmatado.
Rãzinha-piadeira
Em 1924 o Parque foi doado à Prefeitura e em 1931 – Recebeu o nome atual em homenagem ao tenente Antônio de Siqueira Campos.
Por muitos anos,
foi ainda conhecido como Parque da Avenida e era explorado pela iniciativa
privada,
A partir de 1968,
na gestão do prefeito Faria Lima, o parque passou por várias mudanças que tiveram a
assinatura do paisagista Burle Marx e do arquiteto Clóvis Olga. O parque é
tombado pelo CONDEPHAAT e pelo CONPRESP.
O BELVEDERE TRIANON com projeto de
Ramos de Azevedo, foi inaugurado em 1916 com o Clube, um misto de restaurante e confeitaria
que, em pouco tempo, tornou-se era um ponto de encontro obrigatório da alta
sociedade da época.
Pouco acima do
nível da Paulista, foi aberta uma larga esplanada envidraçada onde funcionavam
os bares superiores com várias mesinhas de concreto e tampo de mármore
espalhadas, onde era servido ao livre o chá das cinco, o chiquérrimo "five
o'clock tea", como então se dizia.
Belvedere ao nível
da avenida. Em frente o Parque
Mesas espalhadas
Pergula
do Belvedere com as duas estátuas Aretusa e Nostalgia
Ao
fundo
Vista para o centro
da cidade do terraço do Trianon - 1
Vista do centro da cidade a partir do terraço do Trianon - 2
antes de 1957 ano da demolição do Belvedere
Vista do centro da cidade a partir do terraço do Trianon - 2
antes de 1957 ano da demolição do Belvedere
Nas décadas de
1920-1930 frequentado pela intelectualidade paulistana, o Parque e o Belvedere transformaram-se em símbolo da riqueza da elite paulistana r formavam um
harmonioso conjunto integrado
Na avenida entre
ambos ocorria a largada de várias corridas de automóveis, corso de
carnaval.........
Em
1957 o Belvedere Trianon foi demolido para dar lugar à construção do Museu de
Arte de São Paulo – MASP
Mas,
isso já é uma outra história que fica para uma outra vez.
PARQUE TRIANON E MASP
CONTINUAM COM A VIZINHANÇA FRENTE A FRENTE.
Comentários
Que bela reportagem! Parabéns!
Li. Revivi. Fui por mais de 20 anos vizinha do Trianon... Bons tempos! Passeei por esse parque, com meu filho recém-nascido. Íamos tomar o sol da manhã.
Obrigada, pelo belo momento e leitura informativa.
Abraço.
Quero ser você quando crescer!
Você é inspiradora!
Um abração!
Ana Lucia
São Luiz Gonzaga-RS
Adoraria conhecer a senhora e saber mais sobre seu trabalho e claro, se tiver a possibilidade de escrever sua historia para o site.
abraços
Sandra Tello