FECHANDO 2018
Estou atrasada.
Não escrevi nada este final de ano. Tempos de muitos compromissos
profissionais, tentando finalizar trabalhos e projetos, resgatar pessoas e
compromissos sociais, fui deixando o texto em si, mas sua gestação vem de algum
tempo. A escolha do tema não é fácil. Um final de ano requer escolha
significativa. Entre as minhas várias atividades escolhi a que mais me envolveu
e aquela a que dei prioridade possível. – MÚSICA. Tenho toda a minha atividade
musical anotada, ao longo do ano e não foram poucas. Entre janeiro e dezembro
assisti a 90 programas musicais, a grande
maioria ao vivo ou alguns em gravações profissionalmente perfeitas pela TV
Cultura. Todos registrados na
Retrospectiva 2918.
Retrospectiva 2918.
Na
impossibilidade de falar de todos escolhi para escrever mais e tecer
comentários sobre VIVALDI – AS QUATRO ESTAÇÕES - ORATÓRIOS – de HANDEL e de JOHN
ADAMS, e MESSIAH GOSPEL
ANTONIO VIVALDI 1678 - 1741. Considerado um dos maiores músicos do período
barroco, compôs cerca de 770 obras, entre as quais 477 concertos e 46 óperas. É
conhecido popularmente como autor dos concertos para violino e orquestra “Le
quattro stagioni”.
Vivaldi
foi muito mais do que um compositor barroco. Gostava de criar músicas com
efeitos brilhantes: saltos largos de um registo para o outro, tentativas de
descrever os fenômenos naturais como tempestades, vento e chuva; convida aves
simulados; contrastes dramáticos de altas e suaves, ou de conjunto completo
contra um instrumento de solo.
Hoje,
Vivaldi é recordado principalmente para o grande número de concertos para
violino que ele escreveu (mais de 200), mas sem dúvida nenhuma que é nas
“Quatro Estações” para concertos de violino que Vivaldi é reconhecido e
relembrado.
As
Quatro Estações são um conjunto de quatro concertos para violino escritas por
volta de 1720. Cada “estação” é uma obra em três movimentos que duram cerca de
dez minutos. Os 1ºs movimentos são sempre um “alegro” - os 2ºs movimentos são
um “largo” ou “adágio” e os 3ºs movimento de novo um “alegro”. E um solo de violino está em todos eles.
Ouço
essa “Quatro Estações” de várias maneiras: ao vivo, com grandes, médias e
pequenas orquestras; em gravações profissionalmente perfeitas que tem o seu
valor por que protagoniza cada instrumento e instrumentistas, em Cds com
acústica não tão boa e comprometidas por
toques de telefones, buzinas, campainhas e latidos de cachorros, em
companhia de um amor interrompido pela
passagem a outros mundos; agora em companhia de bons e queridos amigos.
Embora
Vivaldi tenha um poema para cada estação, as pessoas geralmente montam em sua
imaginação um cenário para cada uma delas. Sempre acontece isso comigo. Minha
imaginação voa, mas, nos quase 40 anos que as ouço, os cenários variam conforme
o estado de espírito, as emoções predominantes no momento, o espaço e a
companhia com quem estou. Mas sempre elas me dão prazer e emoção.
Não
foi o que aconteceu na última vez que as ouvi. Que pena!!!!! A orquestra das
minhas mais respeitadas, o maestro envolvido e se envolvendo com seus músicos,
o solista, jovem com técnica e emoções especiais, o espaço meu velho conhecido
e querido. Mas, ao final eu já tinha
perdido a concentração os voos de
imaginação em cada uma das “estações” , o prazer sonoro do violino porque, no
12º aplauso já tudo me soava como um
concerto “picado” Aplausos entre cada concerto entende-se - Mas aplausos
em cada movimento – três em cada concerto e 12 ao
todo – tira a concentração dos músicos e dos ouvintes que conhecem
a música. Faltou uma explicação
para um público iniciante que não tem obrigação de conhecer essas sutilezas.
Que
esses comentários sirvam para alguma coisa.
HANDEL - Georg
Friedrich Händel ( 1685 - 1759) foi um compositor alemão, naturalizado cidadão britânico em
1726.
Desde cedo mostrou notável talento
musical. A primeira parte de sua
carreira foi passada em Hamburgo,
como violinista e
maestro da orquestra da ópera local. Depois dirigiu-se para a Itália, onde conheceu a fama pela primeira vez,
Em seguida foi indicado mestre de capela do Eleitor de Hanôver, mas pouco
trabalhou para ele, e esteve na maior parte do tempo ausente, em Londres. Seu
patrão mais tarde se tornou rei da Grã-Bretanha como Jorge I, para quem continuou
compondo. Fixou-se definitivamente em Londres, e ali desenvolveu a parte mais
importante de sua carreira, como autor de óperas, oratórios e música
instrumental. Quando adquiriu cidadania britânica
adotou o nome George Frideric Handel.[1]
Tinha
grande facilidade para compor, como prova sua vasta produção, que compreende
mais de 600 obras, muitas delas de grandes proporções, entre elas dezenas de
óperas e oratórios em vários movimentos. Sua fama em vida foi enorme, tanto
como compositor quanto como instrumentista, e mais de uma vez foi chamado de
"divino" pelos seus contemporâneos. Hoje ele é considerado um dos
grandes mestres do Barroco musical europeu.
O MESSIAS - Messias (Messiah)
(HWV 56, 1741)
é um oratório de Georg Friedrich
Händel com 51
movimentos divididos em 3 partes, durando entre cerca 2h 15min - 2h 30min.
Embora
o 42.º movimento (o célebre "Aleluia") seja reconhecível por qualquer
pessoa (mesmo não sabendo a que obra pertence ou que compositor a escreveu), a
obra "O Messias" não é tão conhecido na sua totalidade como
merecia.
Em
"O Messias" assistimos a diversos relatos em torno de Jesus Cristo desde a sua
anunciação profética, o seu nascimento, vida, morte e ascensão. 1ª Parte -
Apresenta a profecia e o nascimento de Jesus; 2ª Parte - Relata episódios da
Paixão, culminando no coral "Aleluia"; 3ª Parte - Descreve o tema da
Redenção.
Como
programação especial de Natal., O MESSIAS foi apresentado em São Paulo, no
Theatro Municipal em 01_12_2018 com a Orquestra Sinfônica Municipal com a
regência de Roberto Minczuk e Coral Paulistano com Naomi Munakata como regente.
E solistas. Com duração aproximada de 2 horas
e 20 minutos, foi um grande espetáculo, com a história de Cristo toda
legendada para as várias partes e mostra
bem o espírito bíblico da época em que
foi composta – século XVIII – com o cristianismo dominando as áreas artísticas (música e artes visuais).
O
Maestro Minczuk complementou a programação
com o “Cante Junto” incentivando a plateia a levantar e cantar junto com
o coro em um outro horário.
JOHN ADAMS (1947)
é um compositor estadunidense com fortes raízes no minimalismo. Adams
começou a compor aos dez anos de idade, e sua música foi interpretada pela
primeira vez por volta dos seus treze ou quatorze anos. Matriculou-se na Universidade Harvard, em 1965. Durante a época de Harvard, ele regeu a
Orquestra da Sociedade Bach e foi clarinetista reserva da Orquestra Sinfônica de Boston e da Companhia de Ópera de Boston.. Ele recebeu duas
graduações de Harvard, em 1971 a 1972. Lecionou no Conservatório de Música de
São Francisco, de 1972 a 1984.
Adams trabalhou em um
estúdio de música eletrônica no Conservatório de Música de São Francisco,
construindo seu próprio sintetizador analógico. Atuou
também como maestro do Conjunto Nova Música, um pequeno, mas dedicado grupo de
jovens e talentosos músicos.
Oratório EL NIÑO de John Adams é baseado na
história bíblica de Cristo tem duração aproximada de 2 horas e 20 minutos. No Theatro Municipal
com Orquestra Sinfônica Municipal sob a regência de Roberto Minczuk. Para fazer
os 3 reis magos cantam: Bruno de Sá – sopranista, Paul Flight e Geilson Santos
contra tenores.
"El
Niño narra a história da Anunciação e do nascimento de
Jesus, a aparição dos três reis magos, o assassinato vingativo de inocentes por
Herodes e a fuga de Maria, José e Jesus para o Egito. E, como em muitos oratórios,
há longos momentos de reflexão a respeito dos eventos descritos no drama",
diz o contra tenor americano Paul Flight.
A diferença é que, aqui, as reflexões são feitas quase sempre do
ponto de vista das mulheres na vida de Cristo. Elas foram retiradas de
evangelhos apócrifos, ou seja, escritos nos primeiros tempos do cristianismo e
não reconhecidos pela Igreja. E também da poesia de autoras como Gabriela Mistral, Soror Juana Inés de la Cruz e Rosario Castellanos, cujas
obras, em diferentes períodos históricos, tratam da opressão às mulheres,
tornando-se leituras de referência para o movimento feminista.
"Usar vários textos e poemas escritos por mulheres é
interessante, pois elas humanizam a figura de Jesus,
O
texto segue a história bíblica tradicional, mas também incorpora texto da Bíblia King
James , o Wakefield Mystery Plays , o
Sermão de Natal de Martinho Lutero , o Evangelho de
Lucas e vários evangelhos gnósticos dos Apócrifos . Também
estão incluídos poemas de Rosario Castellanos (massacre
de Tlatelolco) Sor Juana Inés da Cruz , Gabriela Mistral , Vicente Huidobro , Rubén Darío ,
o libretista Peter Sellars e
o próprio Adams. Ele também cita "The Christmas Star",
de Gabriela Mistral.
Nota - Massacre
de ocorridos em 2 de outubro de 1968 na Praça das Tres Culturas em Tlatelolco, na cidade
do México, onde foram assassinados centenas de pessoas principalmente universitários
da UNAM e do IPN,
por parte da polícia política e do exército.
Meu
comentário.
Dos três Messias que ouvi neste final de
ano gostei mais do EL NIÑO de John Adams. Contemporâneo (2000), trata a
história de Cristo de uma maneira mais natural:
- a
chegada de José depois de seis meses de ausência trabalhando como carpinteiro,
encontra a “noiva” Maria grávida de seis meses. Reação natural, brutal pela
certeza de ter sido traído. Com quem? “arranjo” pelo aparecimento do anjo da
anunciação.
- O
desconforto normal e natural durante a gravidez de Maria
- O
nascimento com dados anátomo-fisiológicos naturais identificando a “saída” pelo
canal vaginal
-
Relação entre a matança de Herodes e o massacre de Tlatelolco no México,
apresenta um enfoque social e político.
- A
música minimalista choca um pouco mas acaba sendo entendida quando se assume
que é uma produção atual com diferenças temporais do MESSIAS de Handel de 1741.
São 250 anos de diferença entre esses dois
oratórios que já neste século XXI é compreensível e aceitável. Não há porque comparar. Apenas notar as
diferenças.
MESSIHA GOSPEL - 24 de dezembro
Assistido na TV Cultura - Clássicos de véspera de Natal - OSESP regente Marin Alshop - em ritmo de jazz
MESSIHA GOSPEL - 24 de dezembro
Assistido na TV Cultura - Clássicos de véspera de Natal - OSESP regente Marin Alshop - em ritmo de jazz
OSE Para quem gosta de jazz. Não é o meu gênero mais querido. Não encontrei nada nada da melodia. Salvo um baterista que fez de sua “cadência” uma obra de arte, não me disse nada.
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AH
AH
Estou at
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