USP 1948 - VESTIBULAR???????
Desta vez minha memória me
levou para 1948, em um “vestibular” para a Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras da USP. Nem sei se naquela época tinha o nome de VESTIBULAR. Mas era sim
uma avaliação escrita e oral que deve ter sido feita no mês de janeiro de 1948.
Minha primeira opção teria
sido Medicina, mas na época uma mulher que exercesse a Medicina teria que
fazê-lo em tempo integral e eu já tinha intenção de ter minha família. Certamente haveria uma incompatibilidade em
vida familiar e profissional. E por um pouco de covardia (exames para Medicina
eram mais difíceis) escolhi História Natural na Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras -USP. E fui aprovada. E na minha memória sempre ficou, nesses
72 anos decorridos, a pergunta que não respondi “QUAL A DIFERENÇA ENTRE
ARIRANHA E PEIXE BOI”
Devo ter procurado a resposta
nesse tempo todo, mas como a memória novamente me levou a essa pergunta,
lembrei também de um livro que devo ter consultado nesse 1948 quando o curso de
História Natural começou com a matéria ZOOLOGIA DE VERTEBRADOS com o prof. Ernest Marcus .
O livro, DA VIDA DOS NOSSOS
ANIMAIS de R.von Ihering foi agora comprado e quando o recebi foi exatamente
como a minha memória visual o tinha: mesma capa, mesma cor mesma edição de 1934
(???), mesmas ilustrações.
E
então foi desse livro e voltei à pergunta não bem respondida ainda “Qual a
diferença entre Ariranha e Peixe boi”.
ARIRANHA – Carnívoro
-Pteronura brasiliensis semelhante à lontra porem maior, alcançado à
vezes 2,40m de comprimento total (a cauda mede quase um metro) É animal diurno.
A pele da ariranha é muito apreciada como tapete ou agasalho, principalmente
quando caçada no inverno, porque então lhe cresce um reforço de pelos curtos e
densos que a tornam macia. As ariranhas gostam de viver em bandos e nadam pelo
rio não raro fazendo uma grande barulheira. Nadam otimamente e mergulhando
caçam peixes que vão devorar em terra.
(...) É preciso ser um bom atirador, para poder, com algum sucesso ir á
caça da Ariranha. De longe aproxima-se
vindo rio abaixo, um ponto negro que fende as águas como a quilha de um barco
invisível. Bastaria esse alvo ao caçador. Mas, antes de poder disparar o tiro, a ariranha sumiu-se de todo
nas profundezas e quando, algum tempo depois ela reaparece por um instante
apenas, para respirar rapidamente, ainda
uma vez o tiro resvala na água.
Se ainda assim, por muita sorte do caçador, o animal é ferido, afunda e
quase sempre se perde (Da Vida dos Nossos Animais – Dr R. von Ihering) -1934).
Tempos de isolamento “flashs” de memória continuados.
Comentários
Eu tentei para medicina e não passei,foi bom porque eu só teria 16 anos cursando medicina no Fundão ,que era longe e cansativo. Aí eu fiz pra ciências no ano seguinte, porque precisava trabalhar o dia todo!!!
Após uns 3/4 anos de formada, solicitei reingresso universitário ( de faculdade federal para outra e áreas afins,na minha época, hoje acredito que só biomedicina poderia ) e finalmente passei. Mas, "os deuses não me deram o prazer que eu achava que teria ,porque já haviam me apresentado aos alunos e estes já me haviam enfeitiçado!!!Larguei tudo e fui ser feliz por uns quase 30 anos em salas de aula de várias séries e níveis!! Minha especialidade são as crianças e jovens. Tenho muita vontade de voltar à estudar. Espero que em breve consiga!! Pena eu não poder estar ns USP com você!!! Mas, quem sabe!!!