DIÁRIO DO MEU ISOLAMENTO – PARTE 5 -B -de 11/08 A 20/08
Acho que começo essa parte com piadas presidenciais: um deles criou um departamento público específico para cuidar de Gatos e Cachorros e outro quer trocar a Groenlândia por Porto Rico. Pode???????? Para rir mesmo.
Nesta
parte B do meu diário de Isolamento Parte 5, algumas rotinas continuam as mesmas, com
pequenas variações. Já não repito
higienização de toda a casa sistematicamente. Espero pela Doralice.
E
quando ando pela casa, sempre acho coisas fora do lugar, coisas que deveria ter
feito e não fiz. Pequenos detalhes como vigiar para que as frutas não
amadureçam além do desejado e se percam. Alimentos esquecidos que perderam a validade,
falta às vezes de coisas essenciais como Sal por ex.
Gasto
muito tempo em resolver problemas burocráticos como ineficiência de
administradora, que insiste em cobrar o que já foi pago e insiste em mandar
faturas em nome de quem já saiu deste mundo há 20 anos. Renovação de assinatura
de jornal, contatos com imobiliárias para a venda do apartamento......pedindo
bônus para maior velocidade na Internet argumentando que uso para trabalho, sou
longeva (90 anos) e fidelidade à marca. E como pago tudo pela internet faço um
exercício e um teste quando uso aqueles grupinhos de números para identificar o
pagamento ou preciso conhecer e saber usar Qrcode.
As
notícias da família não são muito boas com sobrinho com Covid 19 e a minha
cunhada querida com um AVC...Hospitalizada foi bem tratada e não houve
sequelas. ...e notícias que não dão. E Flavio, por conta de um maior cuidado
com o seu diabete tem que fazer mais e mais exames. E causa preocupação por
quem sabe alguma coisa inesperada apareça.
Bruno às vezes fala mais que Oi comigo, mas Tiago e Victor Só OI. André
é o mais falante. Está mais que isolado no seu espaço feito um sitio que tem em
Cunha, tem uma casa para cuidar e horta, bezerro para tomar conta e meia dúzia
de cachorros. E conta algumas novidades com
o ter cortado o cabelo depois de 20 anos. ficou LINDÃO.
Até
que cuido um pouco de mim. Quando mais quente e eu vou tomar sol no terraço da
Circe onde bate sol o dia todo. Até me arrumo, escolho roupa combinando e
sempre uma echarpe diferente. Nos vídeos
que tenho que fazer sempre tem uma echarpe bonita. E até a Danny veio cortar o
meu cabelo porque tenho que manter uma imagem mais ou menos parecida nos vídeos
de divulgação ou de trabalho parecida com a de um folder, onde tenho uma imagem que nem fui eu que escolhi.
Mas,
acho que saúde continua estável porque não sinto nada demais. Dos sintomas de
envelhecimento, não suporto luminosidade forte e ambientes claros demais, tenho
mais dificuldade de adaptação claro-escuro e consequência disso não distingo
muito os relevos. Dentro de casa isso não gera cuidados maiores, mas se sair
tenho que ter um cuidado maior.
Nenhuma
dor relevante.
Tentei
mudar meus horários noturnos porque sempre acordo pelas quatro da manhã. Então,
porque não dormir pelas 20h e levantar em definitivo as 4 da manhã e começar
meu dia daí. Não deu certo, meu relógio biológico não aceitou e voltei à rotina
de dormir pela 22h e levantar sempre 6 horas pra começar o dia.
Sol só
tomo quando vou até o terraço da Circe minha vizinha de frente. Mas tem feito tanto vento que não consigo
ficar mais de 15 minutos. Mas, o HC me manda capsulas de Vitamina D para o mês.
Quando fizer novo exame de sangue é que vou saber se dá certo.
Acho
que me dediquei mais à parte profissional e abandonei um pouco a casa (Doralice
depois supre essa minha deficiência). Não aguento muito usar vassouras e rodos.
Fisicamente difícil. Mas passei um domingo inteirinho cozinhando, dividindo em
potinhos para 15 dias toda uma comida básica e saudável, mas tenho comido só as
comidas que eu congelo. Cozinhar até que
não é tão ruim, tem sempre uma criatividade envolvidas, mas lavar a montanha
que isso gera já não está tão bom quanto era no começo desses 160 dias.
Rotineira demais.
Continuo
com o meu trabalho da USP 60+ de Resgate de Memória Autobiográfica desde março
0n line. Neste período tivemos duas
reuniões em 12 e 19 de agosto, cada uma durando duas horas e com compartilhar
ativo de pelo menos 8 participantes. Foram sucessos.
Paralelamente,
com a ajuda direta de Telma e assessoria da Ativens do Sergio Duque Estrada e
apoio do Dr.Egídio da USP, estamos ajustando esses Encontros para uma forma
mais condensada e que possa constituir um pacote para uma abrangência de um
público maior (um dos meus objetivos) com aulas pagas. Tive que reduzir à
metade os temas e por tempos menores. Adaptação para novos tempos. Nosso contato direto é Ricardo Pessoa e da
Casa Séfora de Natal (RN) para ajustes de divulgação, horários,
pagamentos...... Por conta disso tive que gravar um vídeo de primeira chamada.
Não gosto (para não dizer que detesto) e o que a gente não gosta não aprende.
Repito “n” vezes e gasto uma tarde para fazer um vídeo no mínimo sofrível. Mas tenho que me convencer que devo fazer
isso cada vez mais e TENHO QUE APRENDER. Depois disso uma LIVE (ao vivo) de uma
conversa entre eu e Telma falando dos Encontros. Nem revi e nem sei se ficou
boa ou não. Ando enjoada de minha cara e
voz. E outra LIVE agendada com Ricardo. Uma plataforma que eu nem conhecia e
foi um começo difícil com ajustes técnicos necessários. Deve haver edição. Eu e
Ricardo conversamos sobre como serão os Encontros nessa nova forma.
Tecnicamente não foi bem-feito e a não cabia a mim cuidar disso e sim do
conteúdo. Não foi como eu esperava, mas entendo que todo começo de coisas
diferentes tem seus problemas. Trabalho
bastante no conteúdo e na apresentarão dessas aulas.
Por
isso sobra muito pouco tempo para leituras. Consegui acabar o livro 10%HUMANOS
e estou tentando uma indexação. Sigo com outro livro PANDEMIAS – A Humanidade
em Crise, mais devagar. E continuam alguns à minha espera. Comprei e já me
espera o livro que vai ser discutido em setembro pela Academia Paulista de
Letras A VIDA PELA FRENTE. Esperando pelo último livro de Yuval Harari já o
comprei embora só saia em setembro. Uma pré venda mostra um pouco minha
ansiedade.
Tenho
me dedicado mais às Artes e continuo com as aulas virtuais de Arte na Mitologia
Grega com Felipe Martinez, um excelente professor; e a partir do dia 20 entro
em novos cursos: na Pinacoteca IDOSOS NO MUSEU e de novo com Felipe INTRODUÇÃO
Á HISTÓRIA DA ARTE.
Mas,
voltei um pouco à música quando encontrei no YouTube Marcelo Jaffé com a
HISTÓRIA DO QUARTETO DE CORDAS em 3 episódios que vi em seguida. Reencontrei
esses meus amigos queridos e um e-mail para todos foi a consequência da
apresentação de Marcelo. Todos me responderam sentido todos saudades de todos.
Meu
grupo social agora também com contatos
orais (por telefonemas) ou escritos (figuras ou mensagens via WhatsApp)
continua grande, com antigas participantes dos Encontros e amigos de há tempos.
Mas, não tenho muito controle, não dou conta de conversar com todos e as vezes
me culpo de deixar espaços maiores de comunicação entre uns e outros. Mirian e Arthur, desculpem. Me cobro ser mais
organizada, mas se deixo espaços de comunicação é porque o dia só tem 24 horas.
Nos telefonemas as pessoas parecem querer
segurar mais tempo esse contato oral, ouvir a voz conhecida. Acho que ouvir as
vozes supre um pouco o distanciamento pessoal. Com Regina, ficamos quase uma
hora ao telefone. Esquecemos que falar no Whats pode ser também com vídeo e
assim rostos completam as vozes.
Rosália
(aquela da história que já contei) chegou aos 90 cheia de dores. Mas seu Valdi
continua firme ao seu lado. Uma vida
totalmente compartilhada. Nos abraçamos virtualmente.
Não
consegui me adaptar aos tais emogis. É uma Arte também escolher figurinhas
certas em horas certas.
Televisão
vejo pouco em geral Films&Arts...e
não abdico dos seriados de que gosto porque sempre me acrescentam alguma
coisa. NCSN e Mentalist. Notícias não me
interessam, porque repetitivas e mesmo quando quero informes com focos
diferentes (Globo News e CNN) dizem as mesma coisas com outras palavras. O
essencial vejo no jornal impresso. Não
tenho Netflix que todo mundo tem por que não tenho tempo nem paciência para ver
filmes, mas vejo os que o prof. Terron recomenda. É como um curso. Às vezes gosto,
outras não.
O
tempo está mudando, uma grande onda de frio chegando com muita chuva e aí é que
eu dou valor a esse Isolamento compulsório com novos meios de contato e de
estudos. Sem sair de casa, na zona de conforto melhor e não perdendo o tempo em
deslocamentos, principalmente em SP, podemos ter a mesma ou melhor vida
cultural intensa de antes. Acho que me ocupo muito mais. Faço muita coisa
diferente uma da outra e às vezes me sinto submersa em mil e uma coisas. Mas,
não consigo abdicar de nenhuma e pago o tributo da confusão na cabeça. O que
acaba sendo positivo porque não tenho tempo para depressões, reclamações e
chateações.
Resumo:
não está tão fácil como no começo, não sair de casa há 160 dias. Mas, não é
desesperador. É só arranjar o que fazer. Mas, eu preciso de mais controle. Me
empenho em tantas coisas que me afogo literalmente. Mas meu perfil de sempre
ansiosa não consegue mudar. Quem sabe posso tentar.
Sofrendo
muito com esse frio. Meus dedos nem obedecem na digitação Agasalhada ao máximo.
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