O SAPO EM MINHA VIDA
Sapo jururu
Na beira do rio
Quando o sapo grita maninha,
É que está com frio
.
Mentira. Sapo não sente frio
Sua temperatura varia com o meio ambiente.
Cantiga enganosa
Até os 20 anos, eu não tinha visto um sapo de perto. Não morava em zona rural nem perto de rios ou lagoas. Quando a várzea do rio Tamanduatey enchia na época das chuvas, - no começo da década de 40 – eu só via a água de longe. Nunca cheguei perto.
No ginásio, o prof. de Ciências falou em batráquios, anfibios e deve ter mostrado figuras. Mas, nem livros didáticos existiam naquele longínquo 1943.
E ai, nos cursos de Faculdade, nas aulas de Fisiologia eu não só vi mas tive que lidar diretamente com sapo e girinos.
Sapo é um bicho feio, frio, com olhos meio assustadores e as glândulas aos lados dos olhos inspiram medo. É folclórico dizer que o sapo esguicha veneno quando pessoas ou animais se aproximam. Mentira. As glândulas não têm músculos e só excretam veneno quando comprimidas. São de defesa quando algum animal abocanha o sapo.
E fiquei um ano pegando sapos, espinhalando sapos, dependurando-os pelos músculos em aparelhos primitivos e improvisados. Fazendo experimentos. Errando, acertando, concluindo, aprendendo. Lidando com sapos vivos, mas insensíveis.
E sapos ficaram meus amigos, companheiros do dia a dia. Não mais medo, não mais aflição pela pele fria e pelos pulos freqüentes.
O tempo passa, eu não se lembro mais dos sapos até que a suspeita de um filho gerado me faz procurar um laboratório para um exame diagnóstico. Ainda não se compra testes em farmácia. É o meio da década de 50.
Já bióloga, aceitei e curti a volta do sapo como parte de minha vida.
Fiz o teste que se chama Galli—Mainini e utilizava sapo.
Como? Ainda e como até agora se utilizava a urina da mulher que se supõe grávida. Injeta-se abaixo dos pulmões do sapo macho essa urina e no dia seguinte, retira-se, o conteúdo cloacal do sapo: urina, fezes; Normalmente ele só elimina espermatozóides (células reprodutoras masculinas) quando em acasalamento, mas se a urina testada contiver hormônio fabricado durante a gravidez, no conteúdo cloacal estarão muitos espermatozóides. Então, o resultado será positivo.
Imagine se o sapo não se tornou mais uma vez importante na minha vida. E se tornou outra vez mais em outra gravidez suspeitada.
Por isso, é comum quando alguém me pede para dizer uma palavra significativa, vem fácil a palavra SAPO.
Há sapos, sapinhos e sapões por toda a casa sob forma de bichinhos, chaveiros, enfeites, móbilis, bordados.... Só ao vivo é que não.
Mas, em épocas de sítios e de crianças muitos e muitos sapos divertiram e acompanharam brincadeiras.
Hoje os sapos, felizmente para eles, já estão livres dos seus caçadores porque há métodos muito mais modernos e mais rápidos. para diagnosticar uma gravidez.
Na beira do rio
Quando o sapo grita maninha,
É que está com frio
.
Mentira. Sapo não sente frio
Sua temperatura varia com o meio ambiente.
Cantiga enganosa
Até os 20 anos, eu não tinha visto um sapo de perto. Não morava em zona rural nem perto de rios ou lagoas. Quando a várzea do rio Tamanduatey enchia na época das chuvas, - no começo da década de 40 – eu só via a água de longe. Nunca cheguei perto.
No ginásio, o prof. de Ciências falou em batráquios, anfibios e deve ter mostrado figuras. Mas, nem livros didáticos existiam naquele longínquo 1943.
E ai, nos cursos de Faculdade, nas aulas de Fisiologia eu não só vi mas tive que lidar diretamente com sapo e girinos.
Sapo é um bicho feio, frio, com olhos meio assustadores e as glândulas aos lados dos olhos inspiram medo. É folclórico dizer que o sapo esguicha veneno quando pessoas ou animais se aproximam. Mentira. As glândulas não têm músculos e só excretam veneno quando comprimidas. São de defesa quando algum animal abocanha o sapo.
E fiquei um ano pegando sapos, espinhalando sapos, dependurando-os pelos músculos em aparelhos primitivos e improvisados. Fazendo experimentos. Errando, acertando, concluindo, aprendendo. Lidando com sapos vivos, mas insensíveis.
E sapos ficaram meus amigos, companheiros do dia a dia. Não mais medo, não mais aflição pela pele fria e pelos pulos freqüentes.
O tempo passa, eu não se lembro mais dos sapos até que a suspeita de um filho gerado me faz procurar um laboratório para um exame diagnóstico. Ainda não se compra testes em farmácia. É o meio da década de 50.
Já bióloga, aceitei e curti a volta do sapo como parte de minha vida.
Fiz o teste que se chama Galli—Mainini e utilizava sapo.
Como? Ainda e como até agora se utilizava a urina da mulher que se supõe grávida. Injeta-se abaixo dos pulmões do sapo macho essa urina e no dia seguinte, retira-se, o conteúdo cloacal do sapo: urina, fezes; Normalmente ele só elimina espermatozóides (células reprodutoras masculinas) quando em acasalamento, mas se a urina testada contiver hormônio fabricado durante a gravidez, no conteúdo cloacal estarão muitos espermatozóides. Então, o resultado será positivo.
Imagine se o sapo não se tornou mais uma vez importante na minha vida. E se tornou outra vez mais em outra gravidez suspeitada.
Por isso, é comum quando alguém me pede para dizer uma palavra significativa, vem fácil a palavra SAPO.
Há sapos, sapinhos e sapões por toda a casa sob forma de bichinhos, chaveiros, enfeites, móbilis, bordados.... Só ao vivo é que não.
Mas, em épocas de sítios e de crianças muitos e muitos sapos divertiram e acompanharam brincadeiras.
Hoje os sapos, felizmente para eles, já estão livres dos seus caçadores porque há métodos muito mais modernos e mais rápidos. para diagnosticar uma gravidez.
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