JORNAL
JORNAL
É
um vício meu. Um vício com método. Não há jornal virtual que substitua o
contato com o papel, a possibilidade de ler devagar, voltar mais tarde com
menos trabalho do que procurar na Internet por um artigo ou notícia.
Não
é algo que vem de muito longe. Quando menina na minha casa, a despesa com
jornal não entrava, porque não havia lugar para ela. Na juventude, tinha muita leitura
especifica na Universidade para que o jornal entrasse na rotina. Só quando a
vida ficou mais calma, filhos e netos já com vidas próprias, é que nós (eu e
meu companheiro de 46 anos) nos apegamos aos jornais.
Meu
sogro sempre dizia que “em casa em que não entra jornal e que não tem um
dicionário, não é uma casa de respeito”.
Tenho
uma rotina: se tenho compromisso pela manhã, levanto mais cedo para ter o tempo
do jornal preservado.
Claro
que não leio o jornal todo. Tenho minhas preferências. Não me ligo muito a
esporte e então, para não desperdiçar esse caderno mando para a portaria do
prédio, onde sei que ele será lido e compartilhado. Passo batido pelas notícias políticas, o
suficiente para saber quem é quem na roda da corrupção quais os conchavos políticos
atuais e o que acontece de bom por aqui. Nas noticias do cotidiano paro mais
porque quero saber o que acontece na minha cidade.
Como não posso ler tudo,
picoto o jornal (isso já me valeu muita bronca): recorto artigos ou de quem eu
curto, ou notícias atuais que vão ser
importantes no futuro; a parte de Ciência
e Saúde porque sou bióloga, e
sempre isso me interessa.
No
final de semana tenho os dois jornais importantes da cidade e dobro o tempo de leitura
também porque há coisas mais interessantes de Arte, Música e principalmente de Literatura.
Guardo
os recortes para ler quando tenho tempo. De quando em vez faço uma faxina, jogo
os ultrapassados e por triagem sempre guardo aqueles artigos ou crônicas que me
impressionaram mais. Não sei onde vou parar com tanto papel.
Esse
preâmbulo todo foi para dizer que hoje li um artigo de um assunto inusitado, mas
muito bem conduzido por Gilles Lapouge sob o titulo “AO JEGUE COM CARINHO”. Para
quem não sabe Gilles Lapouge é um jornalista francês de grande erudição, que
escreve para o jornal O Estado de São Paulo há mais de 50 anos.
Tomei
conhecimento de seu nome e de sua produção quando fiz um curso “Narrativas da
Contemporaneidade” com a professora Cremilda Medina na ECA-USP. Ela, uma grande
jornalista também, deve ter me transmitido uma mensagem subconsciente porque
entre os muitos citados esse foi um nome que nunca esqueci. E leio seus artigos
nos domingos em que procurando seu nome o encontro no caderno ALIAS.
Artigo
de hoje, de página inteira, prende a
atenção da primeira a ultima palavra.
Leiam
se puderem. Parem na “Oração aos Jumentos” escrita por Francis Jammes no começo
do século XX. Releiam. Vale a pena.
Esta
é a minha mensagem de domingo, 10 de junho de 2012
Comentários
Bj. Célia.
Ass: Luiza Carvalho, de Santos, morando atualmente em Londres ;)
como sempre, as palavras da vovó Neuza são sábias...