UM DIA MEMORÁVEL – 08 DE MARÇO DE 2013



  • Passeio agradável pela Rodovia dos Imigrantes (São Paulo-Santos) com belas paisagens visíveis nesta manhã ensolarada e seus 14 túneis (o maior de 3146m), perfeitas obras de engenharia.
  • Recepção cordial da equipe da parte uspiana de um monumento nacional, as Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos
  • Chegada de ginasianos santistas para uma palestra sobre o cientista Pavan e circular pela exposição itinerante - ExpediçãoPavan –
  • Interação professores e alunos do Instituto de Física da USP e os ginasianos visitantes que então tomaram contato com montagens interessantes de fenômenos físicos e com modelos anatômicos do corpo humano.
  • Volta no tempo até 1534 em um lugar importante da História de São Paulo - Visita às ruínas dos Erasmos
  • Volta demorada, “molhada” sob aquela tempestade de verão “pra ninguém botar defeito.”
Mas, vamos por partes:
Saímos de São Paulo, mais precisamente do portão 1 da Cidade Universitária, campus Butantã, pouco depois das 6h da manhã  com Eric, o motorista calmo, seguro, profissional, eficiente. Éramos 14 na Van da Universidade: O prof. Mikya, do Instituto de Física, Maria Inês Nogueira da Neurociência -Biomédica USP, bolsistas do programa Aprender com Cultura e Extensão Cecil, também da Física, Hélio, um convidado especial de Maria Inês, eu, Neuza e o motorista.  Servindo de guia na cidade de Santos iam Luiz, da Física e Barbara, já mestra, na frente com seu carrinho vermelho.
Belas paisagens, túneis perfeitos, trânsito ótimo. Serra do mar com seus manacás da Serra a nos saudar com seu roxo gritante. 




Chegamos a Santos antes das 8 horas e no local do nosso evento antes do horário previsto para a visita dos ginasianos, marcada para 9 horas.
Recepção simpática, um café oportuno e a socialização necessária entre a equipe do lugar e a nossa. Embora o local de trabalho da equipe fosse moderno bem equipado, já se respirava uma atmosfera histórica apenas pela visão a distancia das ruínas que veríamos mais tarde in loco. Auditório para palestras, local para exposição, setor administrativo bem equipado de condições ideais de trabalho da equipe. Construção moderna, segura 

A meninada chega, algazarra consequente, olhos brilhantes de expectativa . Acho que uns 80 meninos e meninas adolescentes.

Maria Inês apresenta a eles a trajetória do prof. Pavan um dos maiores cientistas do Brasil. Focaliza principalmente sua criatividade, sua curiosidade científica que o fez atuante até os 90 anos. Falei algumas palavras sobre minha experiência como aluna desse prof.

 Em seguida os alunos, divididos em dois grupos. Um grupo foi guiados pela exposição, monitorados pelos professores e alunos da USP. Outro grupo se dirigiu à sala de modelos e experimentos. 


O interesse dos meninos foi mais pelos experimentos de física e das meninas pela anatomia demonstrada pelos modelos anatômicos. Tudo muito tranquilo, com muita atenção e curiosidade. Sem medo de perguntas, mesmo aquelas de pé de ouvido.

Despedidos os visitantes ficou, o grupo USP, para então visitarmos as ruínas.

Um pouco da história.
Entre a descoberta do Brasil em 1500 e 1532 quando o rei de Portugal Dom Manuel (O Venturoso) resolveu dar mais atenção à descoberta, quase nada se fez. Foram 30 anos de interesse maior nas Índias e pouca atenção à colônia. Mas, em 1532 chega a São Vicente, Martim Afonso de Souza, o colonizador, com o objetivo de introduzir o cultivo da cana de açúcar, promover a construção de engenhos para a produção do açúcar, e assim fixar os portugueses no território.
O engenho dos Erasmos Fica em uma área hoje de preservação ambiental  da Prefeitura de Santos, entre Santos e São Vicente


                                       Vista do  espaço pelo Google Earth

Por que “dos Erasmos”? O engenho em questão, construído em 1534 (ou 1533 ou 1534) pertenceu a Erasmos Schetz, flamengo de Antuerpia (Bélgica) e ficou conhecido por Engenho dos Erasmos (ou Erasmus) ou engenho São Jorge dos Erasmos.

Por que São Jorge?São Jorge era um dos santos padroeiros de Portugal naquela época. Este foi um dos três primeiros engenhos construídos no Brasil.

Era um engenho completo, com engenho d’água, casa de moenda, casa das fornalhas, casa das caldeiras e casa de purgar. Ao lado do engenho caminhos para carros de bois percorrerem os canaviais. Tinha uma casa grande de seis lances, uma senzala com uma ferraria e duas casas cobertas de telhas.
O engenho funcionou até o século XVIII quando entrou em decadência.

                                  Vista panorâmica do engenho dos Erasmus hoje

Dentro dessa área, a parte das ruínas do engenho foi cedida pela Prefeitura de Santos para a Universidade e São Paulo e hoje é administrada pela Pro Reitoria de Cultura e Extensão Universitária.
O Engenho foi reconstruído a partir de dados e é considerado de “modelo açoriano movido a água” e é o único exemplar que restou na  Baixada Santista como testemunho dos tempos em que a indústria açucareira era o produto essencial nos negócios e na economia da capitania de São Vicente. A revitalização e preservação do Engenho iniciada por volta de 1996 torna o  local um ponto de turismo histórico da cidade.



Percorrido a pé e in loco o local das ruínas causou uma sensação de memória recuperada, de participação de uma fase da história de São Paulo.
Voltamos para a cidade, almoçamos numa reunião “festiva” de toda a equipe. E subimos a mesma Serra do Mar , pela mesma Rodovia dos Imigrantes.


E aí a Natureza, que tinha nos recebido com a floração dos manacás da serra, mostrou sua face mais brava, despejando no final da serra e por todo o caminho restante, “baldes” e “baldes’ gigantescos de água acumulada em nuvens. Andamos por verdadeiros rios que cobriam desde são Bernardo, pela Avenida dos Bandeirantes e resto do caminho. Não fosse a habilidade de Eric, sua calma e teríamos nos estressado muito porque a situação não era  normal.
Chegamos à USP são e salvos e com a sensação de missão cumprida.

                       


Comentários

Célia disse…
Que aventura, hein Neuza! Admiro sua vitalidade! Deus a abençoe!
Bjs. Célia.

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