UM FIM DE SEMANA MUSICAL POR EXCELÊNCIA
Duas situações musicais diferentes mas ambas oferecendo música de primeira linha
23 DE MARÇO – Teatro
Municipal - Orquestra Sinfônica Municipal
– Teatro lotado
Apresentação formal com músicos de fraque e
fisionomias concentradas.
Na programação Rachmaninov
Regencia John Neshling
Solo de piano – Arnaldo Cohen
Apresentação formal com músicos de fraque e fisionomias concentradas.
Não poderia deixar de ir ao Municipal com esse
programa. Era um ingresso para 20h mas mesmo assim fui.
Rachmaninov é um dos meus preferidos. Nunca me
esqueci ( e nem ela) de que o fundo
musical para o casamento Jurema-Oscar foi o Adágio do Concerto nº 2 e
Rachmaninov.. O casamento civil foi em casa e pude escolher e providenciar a
música.
John Neshling é minha esperança no futuro do
Teatro Municipal
Armaldo Cohen dispensa comentários maiores.
Acomanho sua carreio ao longo do tempo.Não posso dizer que vi seus cabelos
embranquecerem como os meus (eles não estão tão brancos assim) mas sempre que
pude fui ouvi-lo. O currículo dele no
programa dispensa comentários.
A execução desta noite, 23 de março foi..................nem
tenho palavras. Vibrei e me emocionei
tempo todo . Nos fortes, fortíssimos, no adágio delicado Pelo que conheço
de música e de mim mesma digo com letras grande
GOSTEI, GOSTEI, ME
EMOCIONEI, CURTI.
Acho que o publico também porque as ovações
foram repetidas e um dos bis de Arnaldo Cohen foi a Valsa do Minuto de Chopin
onde o artista mostra toda sua técnica e interpretação.
Tudo contribuiu para que a noite fosse
perfeita: o ambiente de um teatro que eu
gosto, tenho uma ligação afetiva muito forte;Visual, acústica, performances de
regente e solista formaram um todo especial.
Para mim, melhor não
poderia ser. E então, fiz o que tenho feito quase sempre: se uma parte do
programa é excepcional vou embora. A segunda não pode ser melhor do que o
supremo. Fico com a música fazendo parte de mim um tempo maior, sem
interferência de outra.
Minha angustia vem de
saber o que estou ouvindo é finito. Queria segurar o tempo, mas não posso. E me
rendo a ele quando a música termina. Não há reprise. Aquele momento foi único:
para mim, para o executante, para a orquestra.
Nem senti o caminho de
volta e sozinha, dentro de um ônibus barulhento só consegui ouvi esse belo concerto, ainda impressionando minha
emoção
24 DE MARÇO – Museu da Casa Brasileira
OCAM – Orquestra de Câmara da USP.
Ambiente em tudo diferente de ontem: fundos da
casa dos Silva Prado, plateia e palco montados no dia e em um plano só, músicos
ensaiando junto com os primeiros ouvintes que chegavam, pianista lá mesmo a poucos metros dos ouvintes, dando os últimos retoques na sua
participação; nenhuma acústica especial, até com helicópteros passando algumas
vezes durante o concerto; choro e balbuciar de crianças; jardim de fundo (em
reforma agora) ampliando o ambiente.
Músicos
em trajes informais.
Programa -
Uma suíte de Guerra Peixe, uma Sinfonietta de Villa-Lobos para mim só
para esperar o Concerto de Grieg . Sempre associo os Concertos de Rachmaninov e
o de Grieg. O que eles tem em comum? Não tenho a menor ideia.
Solista – Eduardo Monteiro
Maestro - Gil Jardim
entusiasta, com expressões corporais e faciais participantes da música. Simpatia
contagiante.
Sempre que posso vou a concertos de Eduardo
Monteiro. Não entendo de música tanto quanto gostaria, mas não vejo muita
diferença entre o badalado Arnaldo Cohen com um currículo de virar página e
Eduardo Monteiro mais simples, sem currículo de virar página, mas dedicado ao
ensino. E uma simpatia muito especial. Detalhes? Não são significativos para mim.
Vale a energia e emoção como que o pianista interpreta. E acho que os dois
foram bons. Sem comparações. Cada um no seu estilo
Manhã completa de sons e emoções. A um metro
do pianista pude acompanhar suas expressões fisionômicas e sentir a energia
maior nos fortes, fortíssimos e a delicadeza dos lentos do adágio. Uma “cadenza”
muito especial.
Uma única foto porque não quis tirar nem a
minha concentração nem a dele e deixei para os últimos acordes o registro do
concerto.
Gostaria de ter pedido a ele que no bis
tocasse a adaptação pianística do Prelúdio e Morte do amor de Tristão e Isolda de
Wagner. Na sua interpretação soa mais do que maravilhosa.
Não tive oportunidade. Posso repetir: GOSTEI, GOSTEI, ME EMOCIONEI, CURTI.
Como o concerto do Teatro Municipal foi
repetido também no domingo 24 às 11horas, exatamente no horário do concerto do
Museu da Casa Brasileira, fico imaginando quanto o espaço musical da cidade estava carregado da musicalidade dos dois concertos.
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