CONVERSINHA - um continho despretencioso

Cenário – escritório da repórter de um grande jornal de uma grande cidade.
Tempos – Atualidade – dia de APAGÃO
Personagens- lápis e papel

Lápis conversando com o papel:
- Ufa!!! Estou cansado. Sabe o que eu fiz até agora? Fui usado para escrever uma reportagem que minha dona tinha que entregar sem falta ao jornal onde trabalha. Encheu várias folhas de papel no bloco onde vc estava.
- Estranho respondeu o papel. Ela nunca faz isso. Sempre usa o computador e nem me usa. Não imprime nada. Manda direto via e-mail.
- Pois é, mas hoje aconteceu um APAGÃO. Faltou luz em grande parte da cidade e ela teve que voltar aos velhos tempos de lápis e papel. E então aproveitou para escrever sobre o que está acontecendo na terra. E saiu um bom artigo só que enquanto ela escrevia eu fui sentindo aquele friozinho na barriga, aquela sensação de tudo o que ela escrevia dizia respeito também a mim. Sou de madeira e pelo que ela diz, sou uma espécie em extinção. Daqui a alguns anos não haverá mais madeira para nada. O Homem vai ter consumido tudo. Que saudades do tempo em que eu era importante, tinha até nomes. Podia ser um John Faber, um Fritz Johansen...E tinha a minha amiga caneta, também de madeira,com pena de aço toda orgulhosa se lambuzando de tinta para formar palavras. .
- Então também não vai haver mais papel? Estou em extinção também? E nem sou reciclado. Sou feito mesmo do eucalipto verdinho derrubado sem dó e triturado em máquinas
- Pelo andar da carruagem sim. E atente para o artigo dela: a carruagem está andando depressa demais. Nem é mais carruagem é um Formula I turbinado. Veja só. Fomos usados por causa do APAGÃO e ele foi conseqüência de todas as bobagens que o homem faz. Gasta eletricidade demais, não prevê o futuro, a terra está esquentando cada vez mais, mais e mais aparelhos de ar condicionado são instalados. Por isso, panes acontecem. Há outras coisas aterrorizantes acontecendo. Sem trigo, sem arroz, sem.....não haverá comida para tanta gente. E aí? Até a natureza está revoltada mandando os Tsunamis, Katrinas e outras “catástrofes” mais.
E o papel, mais branco ainda do que já era, com medo do seu futuro:
- Chega. Chega. Que Horror. Já estou tremendo nas bases só de pensar.
O lápis, pensativo, quer fazer alguma coisa.
- Posso escrever uma coisa sobre você?
- Claro – “Papel aceita tudo” Use e abuse de mim.

SOCORRO!!!! SOCORRO!!!
QUEREMOS CONTINUAR A FAZER PARTE DO MUNDO
NOSSA “MÃE” MADEIRA ESTÁ ACABANDO. DE QUE SEREMOS FEITOS NO FUTURO? SE É QUE TEMOS FUTURO.

Comentários

Anônimo disse…
Um muito parabéns para a senhora, é de pessoas como você que é admirado o Brasil, parabéns novamente Vovó Neuza, tudo de bom

Ass.:Pedro de Alencar Barbosa

Achei seu blog pela intrevista que foi exibida no dia 27/04/2009 pela Tv Record.
REGIANE disse…
oiii meu nome é ronaldoo da familiaa camposs parabénss por voce thall :)

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