1922 - CENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA – OS MONUMENTOS -2
MONUMENTO
A OLAVO BILAC
OLAVO
BILAC um dos grandes
nomes da cultura brasileira entre o final do século 19 e início do século 20,
foi bastante conhecido pelas suas poesias, pelos contos e crônicas. Foi um
poeta parnasiano. Divulgador e propagador do civismo no Brasil, foi o criador
da letra do nosso Hino à Bandeira, além de defensor do serviço militar
obrigatório.
Conhecido como o “Príncipe dos
poetas brasileiros”, faleceu em 1918
A iniciativa de um monumento a Olavo Bilac veio em 1919 através
da Liga Nacionalista, composta principalmente por estudantes e
professores da Faculdade de Direito. Foi escolhido o escultor William Zadig,
sueco de origem,
WILLIAM ZADIG (1884-1952)
escultor sueco ele estudou na Escola de Artes e Artesanato Museum em Berlim, na
Academia em Estocolmo, e em Paris, 1908-1912.
Zadig, viajou para
o Brasil , 1912-1920,
onde foi professor na Liceu de
Artes em São Paulo . Um
importante trabalho deste período é o Cristo e os Doze Apóstolos da igreja da
Consolação
William
Zadig entre 1916-1934 foi casado com Maria da Gloria Capote Valente
filha do advogado AJ Capote Valente, e tiveram três filhos: Maria Cecilia
,Edith casada com o ator Christian Bratt , e o
artista Jacques Zadig.
Um neto
é o ator Dan Bratt .
A foto acima, de
1923, é uma das raras imagens que mostra o monumento inteiro localizado na rua
Minas Gerais, final da Av. Paulista
O grande monumento era composto no
total de cinco partes espalhadas pela estrutura onde ela foi instalada. Na rua Minas Gerais
No alto do monumento a figura do
célebre poeta. À esquerda o bandeirante Fernão Paes Leme de “O Caçador
de Esmeraldas”, ao centro duas obras, primeiro o pensador representando o
poema “Tarde” e em seguida “Pátria e Família” representado
por uma família junto a um militar brasileiro e a bandeira nacional. Na
direita, a talvez mais conhecida parte do monumento “Idílio ou Beijo Eterno”,
representado por um francês e uma índia se beijando, ambos nus.
Uma vez inaugurada, era nítido que a
obra não teria sobrevivência.
Logo surgiram as primeiras reclamações que persistiram e foram ganhando cada
vez mais coro, até que em 1936, quando o monumento foi removido e desmontado e
enviado para um depósito da prefeitura.
Alguns anos mais tarde, aos poucos, as
obras foram surgindo – já separadas – em outros logradouros de São Paulo.
O busto de Olavo Bilac foi para o Ibirapuera e Fernão Paes Leme foi para o bairro de Pinheiros,
enquanto as demais partes permaneceram guardadas até 1956, quando o prefeito
Jânio Quadros “redescobre” as esculturas guardadas e manda
reinstalar. A “Pátria e Família” para a avenida Celso Garcia,
ao lado de uma unidade fabril da Santista e o “Beijo Eterno” para
o Largo do Cambuci, um de seus redutos eleitorais, onde ela não foi bem
recebida pelas senhoras puritanas que ficaram ofendidas com a estátua ‘”obscena. ” Foi novamente
removida para o depósito da Prefeitura onde ficou até 1966, quando o então
prefeito Faria Lima manda reinstalá-la na entrada do túnel 9 de julho (lado
do centro).
Mais uma vez a escultura fica no
centro da polêmica por conta da nudez e é alvo de alguns vereadores
paulistanos, que acusam o monumento de “obra do demônio, um verdadeiro
escândalo” e pedem a retirada da estátua da entrada do túnel.
Temendo que a obra mais uma vez fosse
parar em um depósito, estudantes do Centro Acadêmico XI de Agosto – – resolveram
sequestrá-la e levá-la para a frente da Faculdade de Direito. Uma vez instalada
por eles no Largo São Francisco
.
Onde estão as outras partes do monumento desmontado?
1 e 2 estarão na reserva técnica
do DPH (Departamento do Patrimônio Histórico) ??
BUSTO DE OLAVO BILAC - hoje um meio busto, é observada por poucas
pessoas, uma vez que está instalada em uma área cercada de grades e arames
farpados que pertence ao Comando Militar do Sudeste (II Exército) na
avenida Sargento Mário Kozel Filho, no Ibirapuera.
O CAÇADOR DE ESMERALDAS: ”, que representa Fernão Dias Paes
Leme, está instalada nos jardins de uma escola, a Escola Estadual Fernão Dias
Paes Leme fica no número 420 da avenida Pedroso de Morais
PÁTRIA E FAMÍLIA:
inicialmente estava instalada na esquina com a avenida Salim Farah
Maluf, bem ao lado de uma antiga fábrica e onde hoje encontra-se um
hipermercado. Quando a fábrica foi demolida em 1999, o monumento foi
transferido para a Praça José Moreno, altura do número 4200 da Celso Garcia,
bem ao lado da Biblioteca Cassiano Ricardo. A escultura está sempre limpa e bem
conservada.
TARDE Desde 1988 instalada no Parque da Independência, a
estátua fica bem escondida em uma das alamedas laterais do parque. Chamado por
muitos de “Pensador”, a figura do homem na escultura está, na
verdade, melancólico após apreciar o livro “Tarde” obra
póstuma de Olavo Bilac, com poemas que apresentam um clima de declínio da vida
e crepúsculo. O livro encontra-se esculpido no topo de uma pilha de outros
livros, bem ao lado do homem nu.
Comentários