CARTA AO MAESTRO JAMIL MALUF
Minha memória fotográfica me leva a um tempo distante, a um espaço que me parece uma igreja pelos bancos e alguém falando às pessoas sobre a importância do que estava acontecendo. Pedia-se a colaboração para uma Orquestra que estava sendo lançada. Eu e Ayrton escrevemos em um papelucho nossos nomes, nossos contatos e o deixamos lá. Perdeu-se no tempo o papelucho porque nunca tivemos retorno. O tempo passou, a vida continuou, as famílias cresceram, tomaram a maior parte do nosso tempo, mas nós mantivemos em algum cantinho da memória essa “fotografia”. “Foto” diluída no tempo, esmaecida e teria se apagado se não fosse o contínuo alimentar com a música da orquestra lançada, a Orquestra Experimental de Repertório. Maestro - acompanhei o embranquecer dos seus cabelos juntamente com o embranquecer dos meus, este mais rápido porque sou muito mais velha. Poucos contatos pessoais gratificantes quando o encontrei no saguão do teatro antes de uma apresentação e pude trocar ...