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PACIÊNCIA......palavra repetida nas mensagens de otimismo

    Nestes meus quase 90 dias de isolamento sobrevivo pelas mensagens sempre carinhosas que recebo dos amigos.  E a maioria das mensagens terminam com CALMA – PACIÊNCIA. E a palavra PACIÊNCIA acordou meus neurônios e como sempre um flash de memória acontece. Desta vez me levou há 76 anos atrás, nos idos de 1944 quando eu cursava ao quarta série ginasial.  E a palavra desencadeou uma frase Quo usque tandem abutere, Catilina , patientia nostra? que traduzida diz “Até quando Catilina abusarás de nossa paciência? E eu voltei no tempo, nas minhas aulas de Latim (sim, tinha Latim no ginásio) e meu professor inesquecível CELESTINO CORREIA PINA Ele falava e repetia essa frase - e a terceira do verso (acho que não gostava da segunda frase)   Quem ad finem sese effrenata iactabit audacia? que traduzida diz “ A que extremos se há de precipitar a tua desenfreada audácia?”   Muito sábio e culto, prof. Pina nos ensinava de onde vinham essas frases. ...

MEDINDO ASA DE MOSCA

Alguém sabe o que fazia exatamente na manhã do dia 15 de outubro de 1951?     Pois eu sei.Ainda por conta dos meus diários antigos. Retirados do Baú da memória para procurar dados sobre o Hotel Esplanada, tive que folhear grande parte deles. E me deparei com um registro interessante.. Dizia eu: “passei a manhã toda medindo asa de mosca” . O que significa isso: E aí entra a memória fotográfica   que me mostra uma sala no sotão do Palacete Glette onde funcionava   a Biologia.   A Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras   (FFCL)funcionava nesse palacete, mansão dos Street. Ainda não era Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e ainda não existia o campus Butantã. Eu estava prestes a terminar a licenciatura em   História Natural e além das matérias didáticas dadas no prédio da Maria Antonia, tínhamos que escolher alguma coisa especifica da História Natural. Eu escolhi Citogenética (passei com nota 9,0), Genética de Populações (no...

A ESCRITA À MÃO

É o titulo de uma cronica de Ruy Castro que eu “roubei”. Continuo gostando de quase todas as suas cronicas, umas mais outras menos. Pena que Ruy Castro não seja paulistano. Com assuntos nossos a delicia da leitura seria maior. Mas, quando o assunto é geral sempre vai fundo na minha memória. Voltei aos idos de 1939 quando, no terceiro ano do então curso primário já tinha subido de status e tinha permissão de escrever á tinta. Nos dois primeiros anos, era só á lapis. Nas carteiras individuais ou duplas havia um tinteiro embutido, quase cheio de tinta. As canetas de madeira com penas de aço deixavam calos no dedo maior (ainda tenho vestigio de um) de tanta força que se usava . As penas chegavam a abrir. Mas eram baratas e se trocava muito.Tenho ainda algumas penas com 86 anos, envoltas no talco que as protegia À tinta só se escrevia no caderno de passar a limpo Como uniforme usava-se um avental branco que estava sempre muito cheio de borrões de tinta esparramada. Acessorios e...

UMA FATIA DO MEU PASSADO

Ganhei de volta uma fatia do meu passado ao receber uma mensagem de Carmen Silvia. Escondida na minha memória, voltou clara e vivente como o foi há tanto tempo. Há 60 anos. Carmen Silvia é filha de Helena do grupo dos cinco que cursaram a História Natural da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP entre 1948 e 1951. Quatro mulheres e um único homem que se casou com uma delas. Convivemos quatro anos no pequeno espaço do Palacete Glette, um tempo para mim de formação de personalidade e de profissionalidade. Helena sempre foi a musa da turma. Bonita, elegante, finissima nas atitudes e no trato, a mim encantava. Eu a tinha como um modelo. Chegava à Glette sempre de carro com motorista e isso já mostrava sua situação social. Mas, com simplicidade, simpatia e empatia compartilhava de tudo, com todos . Eu, baixinha, feiosa e sem graça até casei com Ayrton antes dela. Mas, ela já namorava Julio quando Flavio (meu filho) nasceu e ela foi me visitar. Casou com Julio e formam um...