A LASANHA DO PELICANO
Começo da década de 60. Éramos jovens, um casal bastante apaixonado, dois filhos pequenos de seis e três anos e dávamos muita atenção ao cuidado no nosso relacionamento. Todas as sextas feiras eu me "embonecava", deixávamos de lado os problemas domésticos e profissionais, os filhos com os avós que esperavam ansiosos por esse dia e saíamos para namorar. Sempre no centro, carro estacionado na rua, na porta do cinema, jantar romântico, olhos nos olhos para repetir o que já estava incorporado às nossas vidas, mas que nunca era demais repetir: "Eu te amo". "Eu também...". Arremate de noite com flores da praça da República em românticos buquês de violetas ou ervilhas (nem essa flores existem mais) num gesto carinhoso de amor repetido. Depois de uma noite de amor, só nossa, com tudo a que tínhamos direito, no sábado de manhã continuávamos o fim de semana. Passeios pelo centro, compras, procura de novidades para nossa casa, nossos filhos, nosso universo. E no arr...