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Mostrando postagens de janeiro, 2011

CAMINHOS DA MEMÓRIA

O Resgate da memória começa sempre com um flash e   vai se desenrolando. Um lugar comum dizer que a memória é como um novello em que se achando a ponta   o resto vem sozinho. Mas uma verdade. Seja usando Proust e suas madeleines ou Cony com o embrulho do pai em Quase   Memória a explicação é sempre a mesma. Um flash. Meu flash foi um filme sobre o último ano da vida de Beethoven em que ele compôs sua célebre Nona Sinfonia.   (romanceado, pouca veracidade?? )Por questão de tempo se apresentou só o último movimento, o Coral.   Foi o suficiente para acordar lugares do hipocampo com memória de longa duração. Já ouvi “n” vezes essa sinfonia   e em uma   passagem de ano em Caraguatatuba,   todo o entorno da meia noite tradicional foi ao som da Nona deBeethoven. Pois em 1982, segundo anotações de minha agenda até então com registros não de fatos pessoais, mas apenas com registro de programas musicais e relatos financeiros, minha memória me reporta aos acontecimentos de uma semana de novem

MEU OUTRO BLOG

Vocês sabiam que eu tenho um outro blog há mais de ano? É específico sobre a cidade de São Paulo. É institucional e eu apareço como colunista.  Tenho notado que quase não é acessado  talvez porque não seja conhecido. Como tem coisas muito interessantes sobre a cidade estou "fazendo propaganda" - sem nenhum interesse muito pessoal - porque é uma maneira de divulgar minha cidade. Às vezes publico o mesmo texto nos dois blogs,  mas não é muito freqüente.  O endereço desse blog é www.topblog.com.br/2010/blogs/metropole

MINHAS ATIVIDADES MUSICAIS DE JANEIRO

Quando reclamo que o mês de janeiro não tem bons programas musicais, registro nada menos do que cinco programas excepcionais relacionados e comentados. São comentários pessoais. No dia 12 de Janeiro recebi, via Sedex do prof.Cesar Ades, que eu considero meu amigo e que é uma pessoa extraordinária, um CD que ele gravou de Flavio Varani tocando Poulenc. É fruto de um contato no dia do recital do Flavio Varani a que Cesar não pode ir.Tenho ouvido muito o CD   para poder conhecer Poulen que eu praticamene não conhecia. Música novamente só no dia 18. O cine Belas Artes, na iminência de fechar suas ´portas fez uma retrospectiva . Entre os filmes escolhidos estava Música e Fantasia que eu tinha assistido há muitos e muitos anos e gostaria de rever. Como sei que se trata de uma parodia, uma gozação sobre a verdadeira Fantasia do Walt Disney, me interessei   para estabelecer um paralelo, mesmo considerando que um é de 1940 e outro é de 1976. E fui em 18 de janeiro de 2011. Música e Fantasia

DECLARAÇÃO DE AMOR À SÃO PAULO

A cada ano gosto mais de São Paulo. Não há razão. E a cada ano repito minha declaração de amor á minha cidade, porque continua válida, embora escrita em 2004.             DECLARAÇÃO DE AMOR À CIDADE DE SÃO PAULO   - São Paulo é "minha" sim. É a cidade onde nasci, cresci, vivi e ainda vivo. Amo-a com paixão. Impossível identificá-la com simples palavras.   É brutal. É cosmopolita, é caleidoscópica, é espantosa, é dinâmica, é estranha, é vibrante, é violenta, é improvisadora, é contraditória, é ousada. Todas estas e muitas mais a identificam.   - Alguém disse que São Paulo tem o charme de Paris, a cultura de Londres, a mistura de Nova York, o tamanho de Tóquio. Pode até ser, mas São Paulo é São Paulo, com sua própria identidade que é a soma de tudo isso: é grande, charmosa, culta, "multitudo".   - Amo São Paulo pelos contrastes entre o belo e o feio, o bom e o ruim, o antigo e o moderno. De um lado, a segunda maior frota de helicópteros do mundo - depois de Tóquio

SOBRE GUILHERME DE ALMEIDA

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Ao escrever sobre a Canção do Expedicionário e postar na íntegra sua letra, achei que ficou faltando alguma coisa: escrever sobre seus autores. Sobre Spartaco Rossi quase não há registro, mas sobre Guilherme de Almeida há muita coisa recuperada inclusive porque no final de 2010 foi reaberta ao publico a Casa Guilherme de Almeida. Guilherme de Almeida   nasceu em Campinas aos   24 de julho  de  1890  e morreu em   São Paulo aos   11 de julho  de 1969 . foi um  advogado ,  jornalista ,  crítico de cinema, poeta, ensaísta e tradutor brasileiro. Filho de Estevam de Araujo Almeida, professor de direito e jurisconsulto, e de Angelina de Andrade. Foi casado com Belkiss Barroso de Almeida (Baby), de cuja união nasceu o filho, Guy Sérgio Haroldo Estêvão Zózimo Barroso de Almeida. Sobre o casal Guilherme-Baby, há uma citação interessante, transcrita aqui: “Sobre as cartas que Baby (cearense de Quixadá, mas radicada no Rio desde pequena) começou a enviar ao poeta, sem identificar-se, escrita

CONTABILIDADE ANUAL – uma prestação de contas a mim mesma.

Nos primeiros dias do ano (quando dá) costumo fazer a Retrospectiva do ano anterior. É uma coisa muito trabalhosa porque preciso ler minha agenda folha por folha, separar itens diferentes   e depois digitar, sempre com comentários, considerações. Tenho feito essas Retrospectivas   desde 1994 mais ou menos, ainda não com a organização   que tenho agora.   Tenho agendas   anotadas dia a dia há mais de 20   anos, mas só há 17 anos organizo Retrospectivas. É muito interessante porque mostra exatamente o que fiz, como fiz e dá para, em uma anállise superficial, saber o que tudo o que fiz significou para mim. . Aumenta muito a minha auto estima porque mostra que eu faço realmente alguma coisa e não “passo pela vida em branca nuvem.” Depois que Ayrton fechou seu ciclo de vida,   melhorei a organização dessas Retrospectivas e cheguei a juntar as retrospectivas 2000, 2001, 2002, 2003, 2004 e 2005 e fazer uma síntese desses Seis anos sem Ayrton que eu chamo de   síntese 1.  Deu muito certo e

SURPRESAS DA MEMÓRIA

Sempre digo nos meus Encontros, que a Memória sempre chega através dos Sentidos.Seja uma sensação visual, auditiva, gustativa, olfativa ou   táctil,   é sempre esse o caminho da Memória. Ouvi em algum lugar os primeiros acordes   de uma música que logo identifiquei como a Canção do Expedicionário de Guilherme de Almeida (o principe dos poetas brasileiros)   e Spartaco Rossi. Música e letra me levaram a um tempo passado, a 70 anos atrás. Era   meu tempo de ginásio,   no Ginásio Paulistano, onde eu cursava   o então curso ginasial. De 1941 a 1944.   Quaseo mesmo período da Segunda Grande Guerra.   Tempos de sustos, de racionamento de   farinha, açúcar...Tempos de gasogênio, black-outs, patriotismo exacerbado. Nas escolas os hinos pátrios eram cantados à exaustão. Nosso professor de Música, Domingos   Bentivegna nos fazia cantar de cor a Canção do Espedicionário. Letra de uma poesia abrangente de toda pátria   brasileira. Música militar   entusiasta pelo próprio andamento. Foi feita pa

UMA XÍCARA TAMBÉM TEM HISTÓRIA

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Qualquer objeto que se torne biográfico também tem história. É esta xícara que por causa de sua história tem lugar no meu Baú da Memória. Para mim, qualquer objeto tem história porque a lembrança que ele trás resgata um tempo, um espaço e uma situação. O objeto fotografado de hoje, uma xícara, tem 13 anos. Tem no fundo o “made in China” que nos acostumamos a ver agora em mil e um objeto, mas em 1997 era mais raro. A xícara é azul, e é   bonita Chegou a nós em Araçatuba no dia 16 de maio de 1997, quando Ayrton fez 70 anos. Ayrton e seu irmão Ary aniversariavam em maio, um no dia 14 – Ary – e outro no dia 16 -   Ayrton. Tinham um ano de diferença. Quando meninos,   os pais sempre os vestiam da mesma maneira e sempre foram tidos como gêmeos.   Quando chegou a hora de entrar na escola, Ayrton teve que esperar um ano para que os dois entrassem juntos. Coisa dos pais. Não dá para entender. Foi muito bonitinho na época mas sempre   refletiu na vida dos dois: Ayrton, mais velho, mais amadure

ABRINDO 2011

Colocar o primeiro post do ano é sempre uma responsabilidade. Sempre se espera da gente alguma coisa nova, prefaciando os próximos que virão. Como trabalho com Memória, mais propriamente com Resgate de Memória, estou sempre ligada ao assunto.  Encontrei um texto,   e  aqui está ele. Proust...Carlos Heitor Cony Já está ficando  lugar comum citar Proust sempre que se fala em resgatar memória. Seu livro “A Procura do Tempo Perdido” parece ser a bíblia  do pessoal que trata do assunto e quase sempre lá estão as “madeleines”,  o chá servido pela tia de Proust e o desenrolar de suas memórias. Mas, porque não nacionalizar  esse  intróito usando trechos de Carlos Heitor Cony em seu livro “Quase Memória Quase romance.” Ele parte de um embrulho recebido e então, através dos sentidos vai compondo a história do pai. “A principio a letra. A letra e o modo. Só o pai faria aquelas dobras no papel, só ele daria aquele nó no barbante ordinário, só ele escreveria meu nome daquela maneira, acrescen