DIÁRIO DOS MÊSES DE SETEMBRO E OUTUBRO
PRELIMINARES - Receberia o número 13 e o título DIÁRIO DO MEU ISOLAMENTO na sequência daqueles da PANDEMIA . Ela não acabou. “Quase” acabou, mas continua matando gente e os protocolos têm que ser obrigatórios. Mas, as restrições foram sendo levantadas aos poucos, ainda não podemos respirar com tranquilidade total. Não estou mais em isolamento compulsório, posso sair, sempre de máscara, controlando entradas de casa quando vindas da rua. E usando sempre que necessário o álcool gel.
Na
verdade, me acostumei a ficar em casa. Tudo (ou quase tudo) se resolve por
Internet. faltando mesmo o contato pessoal (o Homem é um animal social por
excelência)
Quem
mora em condomínios tem sempre os problemas próprios e, se como aquele em que
moro tem mais de 40 anos, os problemas
são em maior número. Um deles são as mudanças constantes de condôminos e as
reformas igualmente constantes, E durantes meses tive que conviver com barulhos
infernais causados por verdadeiras “demolições” em que se usou ferramentas
indevidas como marteletes, serras elétricas...... E quando as aulas que agora
foram sempre virtuais coincidiam com grandes movimentações nas reformas, ou
parávamos nós ou paravam eles. E tínhamos que contar com a boa vontade de um
zelador e vários serviçais. Em certos momentos foi enlouquecedor. Não há o que
fazer. Sinto minha cabeça pirando.
TRABALHO
– Continuam
os Encontros de Resgate de Memória na USP
60+ nas quartas feiras, mas exigem muito trabalho de leitura das tarefas
e revisão das imagens para o Tema do dia.
Nem sempre é assim, mas dependendo do Tema os
Encontros são verdadeiras terapias de grupo. Oportunidade de os participantes
serem protagonistas de suas Histórias de Vida, quando encontram um canal para
falar, as histórias fluem naturalmente e o ambiente se torna uma emoção só.
Ainda
ligado ao trabalho tenho feito algumas modificações no escritório. Revi excesso
de papeis e tive um critério mais lógico no descarte. Como tenho feito algumas lives, procuro fazer
o “pano de fundo” mais interessante e aproveitando meu gosto por mapas ocupei
essa parede que funciona como fundo com
mapas do Brasil e de São Paulo que comprei a bom preço, mas paguei caro para
prepara-los e coloca-los nessa parede.
No espaço em branco uma caricatura de Paulo Caruso sobre a Avenida
Paulista.
Ficou
bonito para mim, mas pouco evidente para uma gravação. Não importa. para mim
satisfez como primeiros passos para minha localização espacial - Mapa Mundi,
América do Sul, Brasil, São Paulo (na parede do escritório) Grande São Paulo,
Município de São Paulo no corredor) e região delimitada pelos rios Tietê e
Pinheiros que funciona como centro expandido (na mesa)
No dia
20 de outubro tivemos nosso último Encontro para Resgate.... e foi uma
despedida bastante emocionada. Pedi como sempre a avaliação anônima e Telma
agora já tem um questionário próprio para isso do Google. Todos responderam e
vou encaminhar para De Egídio como responsável pelo USP 60+ para servir de base
para os Encontros de 2022.
ESTUDOS
-
muitos cursos sobre Artes Visuais que estão sendo oferecidos. Sempre
apresentações diferentes sobre o mesmo assunto. Sempre que oportuno, uso obra
de Arte nos Temas estudados. Para ESCOLAS aproveitei a ESCOLA DE ATHENAS de
Rafael. E aproveito para ler mais sobre o artista e trocar os pôsteres na minha
mini galeria.
Um
prof novo, André Dorigo falou sobre Arte Moderna e Contemporânea em aula longa e
com imagens de colorido muito forte e com grande invasão visual.
Evento
virtual sobre Alzheimer (indicação de Renée Alegrias) não me acrescentou mais
do que eu já precisava saber.
LEITURAS -
Relação de livros que li durante a Pandemia – Foram 50 até este final de
outubro
Relação
de livros citados e usado nos TEXTOS DE APOIO e completando os livros lidos
durante o período de isolamento.
Dois
grupos de Leitura frequentados: Pedro
Bandeira 6.0 na sextas feiras 10:30h com Telma Olivieri como mediadora e Grupo
da Academia Paulista de Letras, uma
vez por mês, na última quinta-feira e
Mafra Carbonieri como mediador
O
PROCESSO MAURICIUS para grupo de Leitura da APL. Muito
interessante, pesado, mas gostei porque um conteúdo com ensinamentos.
CARTAS A UM JOVEM POETA – Rainer Maria
Rilke não faz muito o meu gênero de
poesias e frases que se tornaram famosas.
Comprei
um clássico da literatura de James Joyce – ULISSES- um calhamaço de mais
de mil pagina. Nunca vou ler. Só a Introdução com 91 páginas já me é
suficiente. No máximo folhear e olhar folhas avulsas. Mas comprei para o
Ulisses da Margarete e já deixei em testamento para ele.
Perspectivas
de muitos livros chegando a mim com o desmanche da estante de livro do Victor
(da Vera|). Alguns de Vargas Llosa e Garcia Marques es espanhol.
No
meio do mês de setembro começo a receber os livros do Victor que Regina trás do
ap. esvaziado. Ao todo foram mais de 20
caixas de bons livros que passaram por mim para não serem perdidos. Manuseei
uma quantidade imensa de livros, separei os que eu não tinha para mim, separei
para o Flavio, mas depois de dias entre livros, Flavio levou os remanescentes
(inclusive livros de Física do tempo em que Victor estudou FISICA na USP)
Sozinha
e sem ter quem me lembrasse e alertasse, nem sempre usei máscara e luvas e só
tomava um banho completo no fim do dia.
Continuo
nos Grupos de Leitura e agora estou com livros diferentes que me agradaram e li
os dois, embora para comentários fosse apenas o primeiro. Livro que tinha
coisas que me diziam respeito (um professor de Genética como protagonista) um ambiente
acadêmico. Li com prazer O PROJETO
ROSIE e O EFEITO ROSIE.
Como entretenimento o que preciso entre livros mais pesados.
Só
perdi uma reunião do grupo dsa sextas feiras, Pedro Bandeira 6.0 e o livro
escolhido foi A RAINHA DO IGNOTO de Emília Freitas. Não gostei, comentei
sobre minha opinião na reunião e quando participe de uma live com um escritor
entrevistado por Galeno Amorim, e me senti coberta de razões por não ter apreciado.
Para a
Academia Paulista de Letras, de Faulkner, ENQUANTO AGONISO, muito
pesado. lúgubre, não própria para minha vida atual com só problemas pululando.
Li, independente de
grupos dois livros: um deles, sempre me assediando, TORTO ARADO de
Itamar Vieira Junior. Li com prazer
porque fala de coisas nossas. E outro que até comprei na pré-venda ANOS DE
CHUMBO de Chico Buarque.
Como
leio o jornal impresso todo os dias junto com o meu café da manhã coloco-o no
item das leituras. Não LEIO todo o jornal. Dou uma passada preliminar e depois
paro no que me interessa. Tenho meus articulistas preferidos e os assuntos
também preferidos. De política só
títulos e subtítulos. Assuntos mais interessante recorto para reler.
Meu
comentário nesse espaço de tempo que estou relatando tenho que falar sobre O
ESTADO DE SÃO PAULO, o único que assino agora. Já assinei os dois
importantes da cidade (Folha de São Paulo também), mas, por contenção de
despesas fiquei o que preferi. O Estado de São Paulo – ESTADÃO. Minha
preferência é histórica. Tenho um fac símile da primeira página do primeiro número
desse jornal publicado em 4 de janeiro de 1875, durante algum tempo tive emprestadas
as Rotogravuras do ESTADO publicada em 1936, 37 uma vez\ ao mês em forma de
cadernão de uns 50 cm. Tenho em meus arquivos muitas xerox de imagens
preciosas.
Agora,
neste final de Pandemia o ESTADÃO fez grandes mudanças desde o tamanho (mais
fácil de manusear) até o tamanho e contraste das letras, o espaço entre as
linhas e ... Parece que foram mudadas pensando nos longevos que são os que
ainda preferem os jornais impressos. A distribuição das matérias, as cores dos títulos
e distribuição estão mais lógicas. Mas, o que me chamou mesmo a atenção foi o
caderno QUARENTENA criado desde o começo da Pandemia, que teve seu título
mudado para COMPORTAMENTO E CULTURA. Essa mudança histórica foi em 17 de
outubro de 2021. E eu continuo com o
meu ESTADÃO.
ATIVIDADES
DOMÉSTICAS - continuo com a obrigação de trocar roupa de cama e banho
uma vez por semana. Máquina lava, mas tenho que estender, depois recolher,
dobrar e guardar. Uma atividade física, mas que toma tempo e energia.
Para
frutas continuo abastecida pelo fruteiro Rogério que nas quintas me traz em
domicilio. E continuo com os meus potinhos e montando o prato razoavelmente
balanceado.
Considero
pagamento de contas mensais como Atividade doméstica. São Condomínio, extra de
13º, Claro - Net, Enel, Gás supermercado...........Sempre no limite de receita
– gastos, tenho que ter muito jogo de cintura para consegui estar em dia.
Na
cozinha experimentando receita para sabão de brilho? Invento coisas que me
ajudam a liberal a pia que está sempre cheia de objetos usados que literalmente
“brotam” nela.
Faxineira
uma vez por mês. Não dá para acrescentar mais uma vez no orçamento.
Compras
para casa sempre pela Internet. Ora no Mambo, ora no Meu Mercado em Casa, ora
no Mercado da Lapa
AMIGOS
QUE VEM E VÃO - contato com JOLANDA para ajudá-la em
seus problemas.
REGINA sempre atenciosa vem toda semana (às vezes
até duas vezes) me fazer companhia e carinhosamente me traz um brioche que é o
meu complemento do café da manhã, E está dando grande apoio e assistência ao
Victor (da Vera) na saída dele do
apartamento onde moraram muitos anos. Está cuidando dos livros e
acomodando-os em caixas para trazê-los para mim. Continua a vir sempre.
MARGARETE
vem
depois do trabalho e fica até mais tarde quando Evanílson vem busca-la. Ou
vem tomar o café da manhã em um domingo, ou fala um tempão ao Telefone....Nunca
me abandona,
JARLEI
partindo
para a Alemanha onde fica por um ano pela USP. Sinto falta. Quando ele está por
aqui sinto-me mais segura. Nos mantemos sempre em contato.
Com SERGIO
falo pelo zoom e matamos saudades quando ele dá uma passada por aqui ou vem
para um jantar de conversas. e ainda gravei um vídeo de um minuto para a
abertura da expo longevidade.
EGIDIO - Foi quem me deu todo o
apoio clínico no pico das ALUCINAÇÕES com o antibiótico específico que trouxe até
em domicilio. – VICTOR (meu neto) e ADELE passaram aqui uns dias. Cozinheira caprichosa, Adele apresentou seus
dotes e me afastou da cozinha. Victor cuidou de conseguir a dose de reforço da
vacina Pfizer como adicional da Janssen e me levou para cá e para lá. Sai
Victor e chega ANDRÉ que vem ficar uns cinco dias. Me traz coisas de suas terras, inclusive
batatas orgânicas que está plantando (uma excepcional, tem forma de coração). E
faz comidas especiais com seus dotes de chef. Rosinha ficou no sítio tomando
conta dos 8 cachorros. Com ele conversei muito e me contou muitas aventuras no
começo dos estudos gastronômicos na Itália.
Dia 16
de outubro foi excepcional. Um sábado, resolvemos convidar o Victor (da
Vera) para vir almoçar aqui e conhecer os meninos, aproveitando que André estava
aqui. Regina veio também. E entre eles combinaram que
todos viriam. Foram chegando - Bruno, de
bicicleta apesar do chuvisqueiro. Sem Thais que ficou estudando para seu
mestrado; Tiago com Lais que
estava muito eufórica, muito alegre e diferente do que sempre a vi. Victor
e Adele chegaram de surpresa avisados. Faltaram Rosinha e Thais.
Desde 2019 n]ao conseguia juntá-los. Foi a Gloria para mim. Fui retomando a
minha felicidade de avó com os netos e netas junto.
Victor
(o neto) aparece de novo aqui quando tem que entregar material complementar de
sua tese de doutorado no Butantã e na USP. Almoça e vai embora logo. Só veio mesmo para
dormir aqui mais uma vez.
ENTRETENIMENTO - Um
pouco de relaxamento ao ouvir a OSUSP em uma segunda feira de Diálogos Improváveis No Youtube e ouvir Après Midi
d’un Faune foi a glória. Não saio para um passeio, para uma exposição para uma
visita. Mesmo não saindo tenho ouvido muita música: com o pen drive que Lívia
gravou para mim ou a porção de música da Net.
No Films & Arts vejo muito balé (gosto muito) pincipalmente os
modernos e de todas as partes do mundo. Muitas vezes Martha Alguerich em um
documentário sobre sua vida ou em concertos famosos. Não tenho paciência para ver filmes. Um bom entretenimento foi a leitura dos dois
livros de Rosie de um Prof. de Genética beirando o autismo e um ambiente
acadêmico primeiro na Australia e depois em
Nova York. Hilários.
DIAS
COMUNS E FERIADÕES - Não
gosto dos fins de semana comuns. Pouca gente na rua, compromissos de trabalho
nenhum, muita gente gosta e viaja e o próprio prédio fica mais vazio. E
nos Feriadões o ambiente piora para mim. Não gosto, procuro encher o tempo, mas
sempre sobram espaços de tempo vazios.
Durante
a minha crise de alucinações foram presentes o mais possível, e escalados para
dormir aqui até que eu julguei que já estava pronta para voltar ao meu
normal. Isso nos aproximou muito e toda
a atenção que estava “guardada” aflorou nesses dias. Maior feriadão foram dos dias 30,31 de
outubro e 1,2 de novembro. A vida na
cidade só retornou na terça, 3 de novembro. Com a vida na cidade quase normal
tudo parecia voltar ao normal!!!!!!! Não saí. Continuo me resguardando o
máximo. Nem tenho vontade de sair. Penso muito o que quero fazer, mas não tenho
muita vontade de ação. Custei a “pegar no breu”
SAÚDE FÍSICA E MENTAL
- Em função da idade, a claridade
continua me incomodando. e a passagem claro escuro tem espaço de tempo cada vez
maior. Depois de muito mandar mensagens consegui remarcar consulta na Geriatria
do HC que será em novembro. Meu argumento para pedir a volta é ter o meu
prontuário completo em função das pesquisas
da quais participo no HC.
Continuo
fazendo parte do estudo da vacina Janssen (estudo Ensemble) e toda segunda e
quinta registros e questionário da IQVIA HUB STUDY. E com duas outras do
mesmo grupo ANA LUCIA FUSCO E FLAVIA SIMONSEN
mantemos contato direto com o pessoal da Ensemble cobrando doses de
reforço da vacina.
Por
insistência dos netos e com autorização do grupo de estudos da vacina Janssen
tomei uma dose de reforço da Pfizer no dia 04 de outubro, identificada como
dose adicional. Últimos contatos com a Ensemble dá informação que logo, talvez
ainda em novembro receberemos a dose de reforço da própria Janssen
Me faz
muita falta o sol que aqui no terraço não tenho Agora no outono, pela 16h o sol
me visita pelo menos uma hora. Tentei roubar um. pouco do sol da Circe (ap. dos
fundos), mas nunca ela demonstrou prazer ou tolerância na minha roubada no
terraço. No Páteo o sol bate muito cedo, quando ainda estou ocupada com
compromissos e o vento não permite ficar muito. Uso Vitamina D em comprimidos,
mas quase sempre esqueço de tomar. Água
tenho tomado o quando posso (parece que meu organismo não aceita muita água)
Consulta
agendada na Psiquiatria, LIM 27 com meu psiquiatra de plantão Marcos Magalhães
Paes. A consulta é uma conversa que é o suficiente para um diagnóstico. Acho que é uma síndrome
de abstinência. E durante a crise de
alucinações não queriam me deixar dormir sozinha em casa e desde 25 de setembro
até 17 de outubro. Daí para cá voltei a ser eu mesma.
Uma
vez por mês tenho acompanhamento de minhas próteses auditivas na Arkousis e a
minha sorte é que a assistência técnica fica a 200m daqui de casa. Até então, 20 de setembro ando sozinha pelas
calçadas quebradas e malcuidadas, mas com todo o cuidado, nunca caí.
Mas
depois de quase dois anos nessa vida diferente comecei a me sentir cansada,
estressada, desmotivada e triste, muito triste. Todo mundo já tinha ajeitado a
vida e seguia em frente e eu não tinha mais vez. Ficava só nos Bons dias e Boas noites. Todos já tinham suas prioridades e nunca
havia tempo para mim. Cada vez mais
calada e introvertida. Não tenho paciência para ver um filme e com isso me
afasto da turma do prof Terron. A única coisa que consigo fazer com grande
prazer é ler, ler, ler.
E acho
que me aconteceu um acumulo de coisas negativas: cansaço físico de mexer com os
livros vários dias seguidos, o envolvimento emocional que isso me trouxe quando
eu resgatava toda uma parte importante de minha vida com Vera e Victor, poeiras
e talvez fungos de livros diretamente das estantes para caixas e delas para meu
manuseio, tristezas por me sentir preterida por todos, .......uma mudança de
temperatura ainda inesperada – já verão anunciado e volta de um frio intenso.
Dias e dias com o barulho mais do que invasivo de serras e marteletes que por
repetitivos, quase enlouquecem.
Me
conscientizo que estou abusando do meu corpo porque continuo com todos os meus
compromissos físicos e profissionais em completa ordem mesmo com atividades
extra em relação à manuseio e separação de 20 caixas de livros, mudança
drástica de temperatura com ventania incompatível com a temperatura de até
então. Fatores emocionais também pesaram somados ao cansaço de estar
sozinha. Falta de hormônio hipofisário OCITOCINA o hormônio do prazer, da
amizade da felicidade que é fabricado com os contatos físicos de abraços
FINANÇAS
-
Só posso contar com meu INSS.
Uns
bicos que aparecem me permitem” respirar “ melhor. E o cachê da gravação do
Café Expresso com a Miriam Goldenberg foi um bom alento. Mais uma gotinha de um
vídeo de minuto com Sergio.
Recebi
duas hóspedes oriundas da Airbnb, mas
que voltaram espontaneamente. Mãe e filha de Juiz de Fora para curso da filha.
Fim de semana diferente com um sra, muito simpática e prestativa que me tirou
da cozinha um tempo. Mudança de tempero,
de ambiente pelas conversas e socialização necessária. E mais uns cobres ...
Antes
de entrar na Saga de minhas Alucinações há uma “capitulo” nestes dois meses que
merece texto especial. Refere-se a
Por
conta desse meu problema, toda a família se envolveu. Revezaram-se em dormir
aqui, passavam dias comigo porque ainda não se sabia até que ponto eu
precisaria mudar minha vida em alguns pontos.
Certo que a minha cognição estava perfeita e muita coisa e fui retomando
como meus compromissos. Outras não. Todos pensando em alguma solução viável,
possível, mas sempre precisando de uma pessoa para me ajudar. Não cuidadora,
nem acompanhante, não doméstica mensal, não diarista, ...... Jurema, lá de
Londres (não sei como e nem porque) lembrou da NEUSA auxiliar do Ayrton no
consultório dentário. Ela tinha o contato da filha dela. Soube que NEUSA tinha
morrido em 2015, mas conversa vai, conversa vem, a filha da NEUSA a NEUSELI agora uma senhora de 56 anos ainda
solteira mas com 3 filhos adultos, sempre faz serviços picados porque tem o
compromisso com a família que sempre esteve com ela.
Pelas
facilidades de Internet muitas mensagens foram trocadas e o que resultou foi:
NEUSELI
viria aqui em minha casa três vezes por semana, segundas, quarta e sextas
feiras das 9h _a 17h (exceção das segundas dia de rodizio que vem depois da 10h
e sai antes das 17h). Não cuidadora, nem
acompanhante, nem doméstica, nem faxineira.... Difícil a identificação. Depois
de 2 meses agora achamos um título: GOVERNANTA ou secretária, ou motorista ou
ajudante geral, ou dama de companhia ou...... Não importa, mas o que ela faz e
como faz. Faz muito mais do que o esperado, sempre dá um jeito na casa de modo
geral, cuida da comida e de tudo que está na cozinha, me acompanha se eu
preciso sair a pé aqui perto. Vamos ao Supermercado de vez em quando, me leva a
consultas médicas porque tem carro (e dirige muito bem e dá segurança - pago
esse serviço a parte pela gasolina, tempo extra....)
E a
divisão de convivência está certinha: segundas, quartas e sextas aproveito para
trabalhar bastante nos meus textos e propostas de cursos quando preciso de
silêncio e tempo e nas terças e quintas equilibro com tempo só meu e cozinha que
não sendo diária sempre é bom.
Como
não tenho como inserir mais despesas no meu orçamento, os valores pagos a ela
foram divididos entre Jurema (Jurema, André e Victor ou Jurema pelos três)
(Flavio, Bruno e Tiago)
E é
minha “dama de companhia” o que eu precisava mesmo e principalmente não ter
mais que dividir a vida profissional da doméstica naquilo que significa usar o
corpo que aos 91 anos já não aguenta.
NEUSELI
é prestativa, caprichosa, detalhista e sempre de bom humor. Conversamos e
conversamos muito Ela. tem muito o que contar de sua vida (cheíssima de
acontecimentos) . E nunca vai acabar porque a sua memória sempre trará para sua
fala coisas ainda ainda não contadas. Até agora nunca repetiu nada.
- Conta de sua vida com a mãe de quem cuidou
até a morte em 2015 e do quanto a mãe também a ajudou na criação dos filhos
- Fala
como maior orgulho dos 3 filhos: Marcela (agora com 30 anos), Daniela 26 anos)
e Felipe (21 ano) que acabam fazendo parte da minha vida como eu certamente
faço agora parte da vida deles.
- Conta dos seus namorados .....
-
Gosta de falar ao telefone o que eu não gosto. Então, delego para ela resolver
assuntos burocráticos porque tem boa “lábia”
- Fala
muito bem, tem um vocabular io extenso, mas na leitura tem dificuldades.
Escreve com letra razoável e relativamente bem.
Estou
me propondo a aumentar seus conhecimentos, mas não está sendo fácil porque o
caminho para chegar exatamente o que ela precisa ainda não foi encontrado. Mas,
vou fazê-la escrever sobre sua História de Vida em um rascunha com um roteiro
de entrevista
Procuro
livros que ela possa ler e entender, uso caça palavras de jornal para que ela
aprenda coisas interessantes e some palavra novas a seu vocabulário e aos poucos
encontro caminhos múltiplos que deem resultados.
E
vamos ver como ficamos depois dos dois meses de convivência. Dependerá de mim
da minha capacidade adaptativa.
23 de
setembro as coisas começaram a acontecer. com as ALUCINAÇÕES. Mas, isso é uma
outra história que fica para outra vez. Daí para frente já tenho tudo detalhado
no meu relatório específico.
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