MINHOCAS - BICHINHOS INTERESSANTES
Me interesso por minhocas
desde o tempo de Faculdade quando elas serviram para dissecções nas aulas de
Zoologia de Invertebrados. Muita gente
as classificam como vermes, mas elas são muito mais que isso na escala evolutiva
dos animais. Elas pertencem a um grupo chamado ANELÍDEOS
Durante as minhas atividades como professora, fiz com alunos dissecções e todos ficavam surpresos quando ao invés de apenas terra como eles esperavam encontrar dentro de seu corpo, acabavam conhecendo vasos sanguíneos, uma rede nervosa, aparelhos reprodutores......
Esta é a minhoca comum – Lumbricus terrestris
São visíveis a olho nu, tem
cerca de 15 cm e uma observação primária
podemos ver os anéis, um “colar” mais largo chamado clitelum, a boca em uma extremidade e o anus em outra.
A dissecção mostra os órgãos internos
As minhocas se alimentam de
organismos animais mortos e diversos tipos de vegetação (plantas e folhas).
Durante o movimento, elas ingerem terra, aproveitando todo material orgânico e
eliminando a terra.enriquecida - húmus.
As minhocas não possuem
sistema auditivo nem mesmo visual.
Vivem enterradas,
construindo galerias e canais, arejando a terra.
São muito usadas na pesca
como iscas pelos pescadores
As minhocas também possuem
a capacidade de regeneração. Seccionadas cada parte reconstituem a outra.
Essa seria um dos tipos de reprodução que as minhocas têm: reprodução
assexuada.
Mais importante é a
reprodução sexuada porque elas são hermafroditas isto é, possuem órgãos masculinos
(testículos) e femininos (ovários) no mesmo animal. Portanto, não há minhocas macho e fêmea. Mas,
uma minhoca não é capaz de se reproduzir sozinha, necessitando sempre de uma
outra para a troca de espermatozoides.
O aparelho masculino consiste em dois pares de testículos, que produzem espermatozoides, que migram para as vesículas seminais onde sofrem
maturação e aguardam o acasalamento Existe ainda um par de glândulas
prostáticas. Este sistema abre no exterior, no segmento seguinte ao das
aberturas femininas. Na
zona anterior ventral ficam os receptáculos
seminais. que armazenam o esperma
recebido de um parceiro durante a cópula.
Na região do clitélum ficam
os órgãos femininos - ovários - ligados internamente a oviductos em forma de funil. Estes captam
os óvulos produzidos pelos
ovários.
A cópula decorre entre dois
animais unidos ventralmente e orientados em sentidos opostos. Deste modo os
gonoporos masculinos estão alinhados com as aberturas dos receptáculos
seminais. Após a troca recíproca de
esperma, as minhocas separam-se.
Cada animal irá, então, produzir um anel
mucoso a partir do clitelum. Por
contrações do corpo, este anel é empurrado para a zona anterior, passando pelas
aberturas sexuais femininas, que libertam os óvulos, e pelas aberturas dos
receptáculos seminais, que libertam os espermatozoides.
Em
seguida, o anel será libertado pela extremidade anterior do animal e formará um
casulo protetor onde ocorre a fecundação externa. Este casulo tem cerca de um
cm de comprimento e parece um pequeno anel branco. Dele surgirão diretamente
pequenas minhocas, sem estágios larvares.
E é ai que me reporto às minhas aulas de
Zoologia com a minha PROGRAMAÇÃO DINÂMICA
DE ESTUDOS PARA CIÊNCIAS com um guia para a dissecção de uma minhoca. Com todos os passos orientados, os alunos
conseguiam ver os órgãos internos e compreender esse animal que todo mundo pensa
que é só feito de terra.
Passado o tempo de professora, minhocas
continuaram a povoar meu imaginário e eu sempre tive vontade de criá-las. Quando tivemos o sítio em São Roque surgiu a
oportunidade. Construímos um minhocário com uns dois metros por 1 metro
(parecia um jazigo) e durante algum tempo criamos minhocas. Netos pequenos
aprenderam muito com isso. O objetivo era formar húmus, terra rica para pequenas hortas. Tivemos que abandonar o
projeto porque o material orgânico que as cabras forneciam com suas fezes era insuficientes para a criação ser viável.
Precisaríamos comprar material fecal fora. E aí o custo era muito alto e
não compensava. Fiz vários cursos, aproveitei bem, mas a vontade da criação
parou por aí.
Passados muitos e muitos anos (mais de 20 anos com certeza) e vou
ter o prazer de ter a minha própria criação de minhocas. A Prefeitura vai
distribuir matéria para uma compostagem de lixo orgânico doméstico. Já me cadastrei
(em 30 de junho de 2014) e devo esperar ser contemplada porque para as duas mil
caixas que serão distribuídas já há mais de seis mil inscritos.
A minha criação será bem cuidada sempre registrada com texto e
documentação fotográfica. É um trabalho que me proponho a divulgar porque
acredito nele.
Para mais detalhes acesse WWW.compostasaopaulo.eco.br
E agora para completar este texto vamos agradar aos pescadores que
usam a minhoca como isca. E eles tem além da minhoca comum que é a Lumbricus terrestris, a minhocuçu, a minhoca gigante que pode chegar
a 60 cm de comprimento e diâmetro de até 1,5 cm
Apesar do tamanho, fica
bem próxima da superfície, logo abaixo das raízes das gramíneas. É importante
para o solo porque produz grande volume de húmus.
Geralmente preta, mas às vezes pode ficar um pouco vermelha.
As características de
vida desta minhoca gigante estão intimamente ligadas às épocas do ano. A partir
de março, estes animais entram em estado de hibernação em uma
cavidade 20 a 40 cm abaixo da superfície do solo, popularmente conhecida
como "panela".
Esta época é a principal para captura dos animais. Os
minhocuçus são muito utilizados para a pesca, sendo reconhecida
como a melhor isca para o surubim.
A região de Caetanópolis,
localizada a 100Km da capital mineira, Belo
Horizonte, é o polo de existência destes animais que estão ameaçados
de extinção pela alta
procura para pescarias.
Minhocuçu mostrando a relação de tamanho
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