POESIA COMPARTILHADA
Para minhas contemporâneas, idosas como eu , mas que preferem parafrasear Machado de Assis dizendo que "estamos naquela idade inquieta e duvidosa - que já é um entardecer e começa a anoitecer" , uma bela poesia que a amiga Jolanda me mandou, que apreciei na versão original e traduzida e que quero compartilhar com vocês.
EN PAZ
Amado Nervo
Muy
cerca de mi ocaso, yo te bendigo, Vida,
porque
nunca me diste ni esperanza fallida
ni
trabajos injustos, ni pena inmerecida.
Porque
veo al final de mi rudo camino
que yo fui el arquitecto de mi proprio destino;
que si
extraje las mieles o la hiel de las cosas
fue
porque en ellas puse hiel o mieles sabrosas;
cuando planté rosales coseché siempre rosas.
…Cierto, a mis lozanías va a
seguir el invierno:
¡mas tú no me dijiste que Mayo fuese eterno!
Hallé sin duda largas las noches
de mis penas;
mas no me prometiste tú sólo noches buenas;
y en cambio tuve algunas santamente
serenas...
Amé, fui amado, el sol acarició
mi faz.
¡Vida, nada me debes!, ¡Vida, estamos en paz!
EM PAZ
Amado Nervo
(Tradução de Jolanda Gentilezza
Bem perto do meu ocaso eu te bendigo, Vida,
porque nunca me deste nem esperança falida
nem trabalhos injustos, nem pena imerecida.
Porque vejo no final do meu tosco
caminho
que eu fui o arquiteto de meu próprio destino;
que se extrai o mel ou o fel das coisas
foi porque nelas coloquei fel ou mel saboroso:
quando plantei roseiras colhi sempre rosas.
...Certo, às minhas losanias
seguirá o inverno
mas tu não me disseste que maio seria eterno!
Foram sem dúvida longas as
noites de minhas penas;
mas tu não me prometeste apenas noites boas;
e em troca tive algumas santamente serenas...
Amei, fui amado, o sol
acariciou minha face.
Vida, nada me deves! Vida, estamos em paz!
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Abraço.