DE SÃO PAULO - 1 - LUGARES ESQUECIDOS OU DESCONHECIDOS DE SÃO PAULO
1. Estátua de Giuseppe Verdi
Instalado no Vale do
Anhangabaú, na escada de saída para a Rua Libero Badaró, altura do número 346,
Centro, região central, São Paulo, o monumento a Giuseppe Verdi homenageia o
ilustre compositor italiano, autor das óperas consideradas as mais populares do
mundo. Inaugurado em 1921, o monumento foi feito pelo italiano Amadeo Zani.
Peça – Bronze (5,23m x 3,08m
x 2,94m), Pedestal – Granito (1,50m x 2,20m x 2,12m
"A escultura é tão
grande que foi difícil encontrar um lugar adequado, após ela ter sido retirada
da Praça do Correio. Agora, dá visibilidade ao edifício Sampaio Moreira, o avô
dos arranha-céus paulistanos."
2. "Homem Aramado"
A obra 'Homem Aramado', em
frente ao prédio da Gazeta à direita, está totalmente misturado às grades do
edifício onde fica. A peça perdeu sua individualidade. Algumas pessoas dizem
que é uma metáfora da avenida, que aprisionou o humano no concreto e no ferro
que moldam a cidade."
Av. Paulista, 925, Bela Vista, região central, São Paulo.
Av. Paulista, 925, Bela Vista, região central, São Paulo.
A maior aberração é que está
dividido em dois porque a grade que o banco colocou mostra a escultura de lado.
Para “perceber” a escultura é preciso se contorcer entre as grades.
O "Homem Aramado",
é uma peça que mostra uma silhueta vazada num bloco de concreto trespassada por
uma grade de ferro.
A perda dos dados sobre as
obras não as despe, porém, de significados.
O Homem aramado – localização na Paulista
A última vez o procurei, não
o encontrei mais nesse lugar. Confira.
3- " Tempo"
Jorge Americano no seu
livro” São Paulo Atual -1935 – 1962” escreve:
"Na parede do cemitério
do Araçá, há um nicho cujo oco assenta uma escultura de granito. É um velho
impassível, sereno e forte, de barba longa, segurando uma ampulheta, como se
prometesse serenidade e paz no repouso final. Ao seu lado fica uma coruja."
R. Major Natanael, altura do nº 173, Pacaembu, região central, São Paulo.
A Avenida Dr. Arnaldo é o meu caminho de quase
todo dia e passo pela rua citada por Jorge Americano que continua com o mesmo
nome, mas a escultura, nunca tinha
visto. Porque não fica no caminho do ônibus. A Rua Major Natanael é uma rua em
grande aclive, os carros passam em velocidade de subida, mas seus condutores
não viram a cabeça para olhar à sua direita. Acham que é só um muro de
cemitério. Mas tem nichos.
Curiosidade me levou até o
local e achei dentro de um nicho, uma escultura descuidada, abandonada. Não
chama a atenção nem de passantes nem de “rodantes”.
A identificação do artista não tinha ou já
sumiu.
A pesquisa me levou ao
escultor – João Batista Ferri –Consegui saber que a escultura foi comprada pelo
prefeito Prestes Maia para a prefeitura da cidade de São Paulo em 1938.
Complementação vem com as
informações obtidas no texto de Fátima Antunes do DPH (Departamento do
Patrimônio Histórico) e encontrada no Blog Versão Paulo de Paula Janovitch:
“Soube pelo texto da socióloga Fátima Antunes do Departamento de
Patrimônio Histórico que ele se chama oficialmente TEMPO. Foi implantado ali na
rua Major Natanael num nicho do Cemitério do Araçá em 1945 na gestão de Prestes
Maia. O autor da escultura é o artista João Batista Ferri (1896-1978). E que em
outros dois nichos ali existentes a ideia era implantar mais duas esculturas
que fariam em composição com o cemitério uma reflexão sobre a “meditação dos
homens sobre a transitoriedade dos seus dias. ” (Correio da Manhã, 8/out/1945)
Os dois outros nichos estão vazios até hoje como se dali tivessem sido
arrancadas as companheiras do Tempo, algo que de fato nunca aconteceu. Mas o
meu amigo Tempo permanece ali firme e forte. Por vezes passo por lá e está
limpinho como novo. Penso que devem ser os banhos que a Prefeitura dá. Outras,
e estas são muitas mesmo, me divirto com a forma como outras pessoas interagem
com ele. Já vi o Tempo, que eu chamo de Cronos, Amigão, Corujão e Moisés,
vestido de mulher, com guarda-chuva, unhas pintadas de preto e até com as
tradicionais flores e velas dos trabalhos de macumba.
Talvez tenha gente de opinião que estas intervenções humanas no
monumento sejam simplesmente degradar mais ainda a paisagem visual da cidade.
Porém, olhando os dias, o percurso das pessoas, penso que isto é muito relativo
quando a tal intervenção cumpre esta função tão interessante e prazerosa de
integrar a cidade na nossa vida e vice-versa.
Que a Prefeitura continue a cuidar de dar banho no Tempo e preservar sua
pele natural. Porém é muito bom saber que meu amigo não está só ali no único
nicho ocupado, mas que outras tantas pessoas se sensibilizam das formas mais
diversas com sua presença e continuam a acolhê-lo como parte da história de cada um pela cidade
e porque não da transitoriedade dos nossos dias aqui na Terra. - Fátima
Antunes, Departamento de Patrimônio Histórico, texto sobre a obra Tempo, Março
de 2009
Continuando com um pouco de
cultura:
Outra escultura de João
Batista Ferri é o ÍNDIO CAÇADOR na
Avenida Vieira de Carvalho – região da Praça da República
Encomendada e realizada em
1939, o ”Índio Caçador” fica sobre um pedestal de 1,20 metros de altura e,
retrata em bronze, o índio durante a caça, atividade considerada essencial
dentre os costumes indígenas. - Escultura em bronze 1,32 x 0,89 x 1,95,
Pedestal – Granito 1,20m x 1,10m x 2,20m Fica na Av. Vieira de Carvalho em
frente à Praça da República.
Mais uma escultura de João
Batista Ferro – GUANABARA
Com o tema Baía de
Guanabara, a obra representa uma mulher anfíbia, com algas entrelaçadas nos
cabelos e nadadeiras nas pernas. A obra foi instalada em 1941, inicialmente no
Anhangabaú na região central. Agora “mora” em frente ao prédio da Prefeitura.
João Batista Ferri,
autor da obra e ex-aluno do Liceu de Artes e Ofícios, retratou Guanabara numa
postura ligeiramente inclinada, olhando para o horizonte. Adepto da escola
realista, o artista procurou imprimir em Guanabara seus conhecimentos em
anatomia.
Peça de granito – 1,28mx1,52mx0,98-
Pedestal – granito – 0,94mx2,24mx1,60m
Comentário pessoal
: Com tantas esculturas paulistanas,
porque escolher para a frente da Prefeitura de São Paulo, esse tema da Baia da
Guanabara.
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