UMA IMERSÃO GLORIOSA NO THEATRO MUNICIPAL COM STRAVINSKY- A SAGRAÇÃO DA PRIMAVERA- BALÉ DA CIDADE DE SÃO PAULO – ISMAEL IVO - REGENTE ROBERTO MINCZUC – ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL


UMA IMERSÃO GLORIOSA NO THEATRO MUNICIPAL COM STRAVINSKY- A SAGRAÇÃO DA PRIMAVERA- BALÉ DA CIDADE DE SÃO PAULO – ISMAEL IVO - REGENTE ROBERTO MINCZUC – ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL – imaginem a soma desses valores[NNH1] .

Pinceladas sobre os supracitados:

Stravinsky1882-1971 – Um dos mais importantes compositores modernistas   do século XX. Depois de sair da Rússia durante a Revolução de 1917, foi para a Suíça e viveu muito tempo em Paris para indo também para os Estados Unidos onde morreu. Seus balés famosos são O Pássaro de Fogo, Petruchka ,   A Sagração da Primavera.
A Sagração da Primavera A célebre composição de Stravinsky é hoje considerada um símbolo da musicalidade erudita, mas na época causou polemica.
Este espetáculo narra a trajetória de uma jovem marcada para ser entregue como oferenda à divindade primaveril, no auge de um ritual pagão, com o objetivo de conquistar para seu povo uma colheita proveitosa. Estreia se deu na capital francesa, no dia 29 de maio de 1913.


Esta obra revolucionou praticamente todas as principais características da música de então: arcabouço do ritmo, a estrutura orquestral, o timbre, a forma, os aspectos harmônicos, a maneira como se utilizavam as dissonâncias, e o valor conferido à percussão.  Essa primeira apresentação foi coreografada pelo célebre Nijinsky.  Escandalizou a sociedade da França na estreia. O público não sabia como assimilar tantas mudanças e subversões e sobraram vaias para todos os lados,

O espetáculo é estruturalmente dividido em duas partes essenciais: a adoração da terra e o sacrifício. A orquestra é composta por 8 trompas entre 38 instrumentos de sopro. Tudo tem início com a execução de compassos de fagote, seguidos pelo princípio de uma musicalidade lituana, por um andamento sem nenhuma simetria e repleto de padrões complexos, e por um timbre raro nos instrumentos.

Ainda hoje sua natureza subversiva desnorteia o público, por seu teor provocativo e incivilizado. No palco desfilam cenas ancestrais e excêntricas, despertando em quem as assiste emoções aflitivas.

Balé da cidade de São PauloCriado em 1968 é um corpo estável do Theatro Municipal dedicado ao Balé Contemporâneo. Criado na gestão do prefeito Faria Lima em plena ditadura. Era então o Corpo de Baile do Municipal Desde 1981 é oficialmente o Balé da Cidade de São Paulo. Tem 34 bailarinos com sólida formação artística. Atualmente dirigido por

Ismael Ivo – nascido em 1955 é o primeiro diretor negro do Balé do Theatro Municipal. Dançarino e coreógrafo fez carreira no exterior, mas voltou ao Brasil onde considera que todos somos uma mistura cultural de caboclos, indígenas, pretos e europeus. Desde março de 2017 é o diretor do Balé da Cidade de São Paulo

Roberto Minczucde ascendência russa nascido em 1967.  DNA musical herdado do pai com 4 de seus 7 irmãos concertistas e 3 dos seus 4 filhos com habilidades musicais.  Ex trompetista, é atualmente regente titular da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo. Maestro emérito da Orquestra Sinfônica Brasileira. Currículo invejável para seus 51 anos. Maestro envolvido e envolvente.  Compartilha sua vida profissional com sua vida familiar.

Orquestra Sinfônica Municipal - Inaugurada em 1940 (época de Bidu Saião) oficializada em 1949. Estiveram à frente da orquestra os maestros, Edoardo Guarnieri, Lion Kasniefski, Souza Lima, Eleazar de Carvalho, Armando Belardi e John Neschling. Roberto Minczuk é o atual regente titular da Orquestra Sinfônica Municipal – OSM.
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E agora o que resultou na soma de tantos valores e que eu tive a oportunidade de ver, ouvir, participar emocionalmente e fazer de tanta música a reserva cultural para vencer os desafios da minha vida.
Na quarta-feira, 19 de setembro o Balé da Cidade de São Paulo se apresentou no Theatro Municipal com A Sagração da Primavera de Stravinsky e coreografia de Ismael Ivo.
Em uma Introdução que não fazia parte da peça original e que muita gente contestou, um casal de dançarinos com seus corpos perfeitos e flexibilidade impensável, se apresentou em uma dança sensual, revelando a cada movimento o erotismo da música (não de Stravinsky) a mensagem de sensualidade. No final se afastando para o fundo do palco, ficaram imóveis numa pose que lembrou a Pietá de Michelangelo. Foi bem um preparo para os próximos momentos da dança que para mim excedeu tudo o que eu esperava. Para muitos “puritanos” o figurino não agradou, porque apresentava os corpos masculinos e femininos no esplendor de sua anatomia. Mas a música, os movimentos, o palco inundado de pétalas de rosas, o sacrifício com imagens perfeitas foi, na minha opinião de espectadora o melhor espetáculo que vi nos últimos tempos.
E no fosso, a Orquestra Sinfônica Municipal com o maestro  Minczuc foi perfeita  em cada detalhe da partitura. No momento protagonista era o Balé.
E aí, no domingo 23, nos Concertos Informais do Theatro Municipal, a mesma orquestra, o mesmo regente ocupava agora o palco e complementava todo o espetáculo da Sagração da Primavera. O regente Roberto Minczuc apresentou toda a orquestra, grupo por grupo com som de cada instrumento e contou toda a história da Sagração da Primavera. Uma verdadeira aula, de um didatismo perfeito para que os que não conheciam   a história da música a apreciassem mais e para os que já a conheciam aproveitassem em dobro. Maestro envolvido e envolvente fez o teatro vibrar.
A complementação desses dois espetáculos fez o final de um domingo PERFEITO.
Termino este longo texto em estado de graça. O resto, é silencio. 







 [NNH1] PREAMBULO PARA QUEM NÃO CONHECE DETALHES









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