DAS COMEMORAÇÕES DO ANIVERSÁRIO DA CIDADE
Eles
existem porque alguém há dez anos, acreditou na nossa juventude. Porque alguém apostou
na música como forma de inclusão social. Entre violinos, violas, violoncelos e
contra baixos, a meninada, cujas idades vão de 13 a 18 anos, está á
vontade, orgulhosa em suas camisetas azuis, e parece um bando de
adolescentes chilreantes. São a
ORQUESTRA GRUPO PÃO DE AÇÚCAR, com letra maiuscula mesmo.
De
repente, tudo muda. A figura do condutor Daniel Misiuk aparece e eles são agora pequenos deuses nos trazendo
música,divina música.
A
Orquestra Grupo Pão de Açúcar que contabiliza mais de 500 concertos, hoje é “nossa”, participando do apagar das 458 velinhas do
bolo da nossa cidade. Escolheram um belo espaço, bem paulistano, com muito
verde e muita arte: O Museu da Casa Brasileira.
Programa
diversificado, arranjos próprios
adequados ao que se comemorava, tudo
começou com um poema de Oswald de
Andrade, na voz e interpretação de Renata Jaffé.
Canto de Regresso à pátria
Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro, terra, amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a rua 15
E o progresso de São Paulo
E a música enche os ares:
- Sampa – sem
voz, só sons
- Aquarela do
Brasil – inegavelmente o hino nacional
brasileiro do povo. Balança com a gente, arrepia. Sem dúvida a que mais me
impressionou.
- Beatles
Barroque – revisitou os Beatles pelo
viés da música erudita barroca.
- Preludio
e Allegro de Fritz Kreisler
- Um concerto
de Vivaldi
- Um pouco de
música italiana
- Os hinos dos
clubes de futebol Palmeiras, São Paulo e Corinthians arrancaram aplausos demorados
de seus torcedores.
- Musica
inglesa entremeando as “tupiniquins”
- Ciranda da
Bailarina –do Ballet O Grande Circo Mistico de Chico Buarque na voz de uma menina graciosa e seu acompanhante
ao violino
-Toquinho
comparece com sua Aquarela.
No bis, a Aquarela do Brasil , de novo, para encanto de todos.
E à frente de
tudo, com o entusiasmo de quem preparou e acompanhou os meninos, Renata Jaffé,
aquela que eu descobri ser irmã do Marcelo Jaffé o violista do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo, e do Claudio
Jaffé que de vez enquando se junta ao quarteto com o seu cello. DNA de musica
em todos eles, vindo de Alberto e Daisy Jaffé, nomes que eu
conheço de longa data.
Programa que encheu minha manhã de prazer, ocupou toda
a minha parcela de emoção. Não compareci a nenhum outro festejos. Por melhores
que fossem nunca seriam melhores do que este.
Comentários
Abraço, Célia.