NOSSA VIDA COM CACHORROS - 1
Nunca fomos muito cachorreiros. Não me lembro de nenhum cachorro na casa de Ayrton.
Eu, de certa forma, sempre convivi com cachorros da família de minhas tias paternas que durante toda vida tiveram cachorros.
Eu mesma, quando solteira, só tive um cachorro, no sobradinho da Lucas Obes, mas era mais de meu pai e de minha mãe, porque eu estudava fora o dia inteiro e não era de muito achego. Essa era a Lady. Acho que chegou até nossa casa por meu primo Aírton, que, era quem abastecia a família de cachorros.
Lady viveu no sobradinho, onde costumeiramente pulava pela janela de meu quarto e ficava em um telhadinho durante horas, apreciando o movimento. Foi depois para a Av. Dom Pedro e chegou a vir para a Lapa, no apartamento de meus pais. Era pretinha, pequena e de pelo curto. Ficou velha, doente, e em uma das viagens de meus pais ela ficou em um hospital e acabou sendo sacrificada quando estava no fim. Meus pais a levaram para ser enterrada em um cemitério de cães.
Passamos anos sem cachorro.
Quando fomos para a rua Caativa, casa grande e quintal grande, chamava por cachorro. . Não sei quem nos deu um cachorrinho fox branco com manchas preto, pequeno, pelo baixo, malandro, simpático, tarado. Era o Qüem Qüem.
Sorrateiramente escapava pelas grades, principalmente se a cadelinha de frente o chamava, toda dengosa. E iam os dois, pelo mundo a fora, nas ruas mais livres do bairro (Nessa década de 60, muitas ruas do bairro ainda nem eram calçadas). Passavam dias desaparecidos. Quando Qüem Qüem voltava, vinha vermelho de barro. Ia se chegando aos poucos, punha primeiro a cabeça, pelo lado da casa. Se a recepção fosse boa, aparecia o resto do corpo, todo sem vergonha, abanando o rabo. Tinha que tomar banho para voltar à cor primitiva. Passava uns dias calmo, sem sair, descansando e refazendo forças para novamente repetir tudo.
Eu, de certa forma, sempre convivi com cachorros da família de minhas tias paternas que durante toda vida tiveram cachorros.
Eu mesma, quando solteira, só tive um cachorro, no sobradinho da Lucas Obes, mas era mais de meu pai e de minha mãe, porque eu estudava fora o dia inteiro e não era de muito achego. Essa era a Lady. Acho que chegou até nossa casa por meu primo Aírton, que, era quem abastecia a família de cachorros.
Lady viveu no sobradinho, onde costumeiramente pulava pela janela de meu quarto e ficava em um telhadinho durante horas, apreciando o movimento. Foi depois para a Av. Dom Pedro e chegou a vir para a Lapa, no apartamento de meus pais. Era pretinha, pequena e de pelo curto. Ficou velha, doente, e em uma das viagens de meus pais ela ficou em um hospital e acabou sendo sacrificada quando estava no fim. Meus pais a levaram para ser enterrada em um cemitério de cães.
Passamos anos sem cachorro.
Quando fomos para a rua Caativa, casa grande e quintal grande, chamava por cachorro. . Não sei quem nos deu um cachorrinho fox branco com manchas preto, pequeno, pelo baixo, malandro, simpático, tarado. Era o Qüem Qüem.
Sorrateiramente escapava pelas grades, principalmente se a cadelinha de frente o chamava, toda dengosa. E iam os dois, pelo mundo a fora, nas ruas mais livres do bairro (Nessa década de 60, muitas ruas do bairro ainda nem eram calçadas). Passavam dias desaparecidos. Quando Qüem Qüem voltava, vinha vermelho de barro. Ia se chegando aos poucos, punha primeiro a cabeça, pelo lado da casa. Se a recepção fosse boa, aparecia o resto do corpo, todo sem vergonha, abanando o rabo. Tinha que tomar banho para voltar à cor primitiva. Passava uns dias calmo, sem sair, descansando e refazendo forças para novamente repetir tudo.
Mas era tão simpático que a gente aceitava tudo. Flavio e Jurema com cinco e 8 anos, o adoravam.
Deve ter aprontado tantas, que alguém lhe deu “bola” envenenada e ele morreu nos degraus da escada de acesso à casa. A sua companheira morreu nas mesmas condições.
Deve ter aprontado tantas, que alguém lhe deu “bola” envenenada e ele morreu nos degraus da escada de acesso à casa. A sua companheira morreu nas mesmas condições.
Na dúvida da “causa mortis” foram levados para o Instituto Pasteur, mas o atendimento demorou, a dúvida continuou e na hipótese pouquíssimo provável que fosse hidrofobia (a gente tinha quase certeza que foi veneno), tivemos que tomar vacinas anti-rábicas durante 15 dias em injeções sub cutâneas na barriga, duas vezes por dia. Todos os seis (Maria nossa ajudante se recusou a tomar e não lhe aconteceu nada).
Na hora do almoço era um ritual. Eu já esperava Ayrton com e seringas fervidas (não havia ainda as descartáveis), e ele aplicava as injeções em nós seis: meus pais, nós, Flavio e Jurema. Quando a reação local estava mais ativa, com inflamação maior, era a hora da segunda dose do dia, no fim da tarde. Era um tormento. Ayrton conservou marcas na barriga até o fim da vida.
O trauma das crianças foi grande e desistimos de cachorro durante algum tempo.
Meu pai tentou trazer uma cachorra enorme, Princesa, mas ninguém quis. Já era adulta e não foi simpática.
Tínhamos resolvido não ter mais cachorro por causa do sofrimento das crianças pela falta do Qüem Qüem, e nossa, pelas vacinas.
Mas, as crianças estavam tão desoladas que aceitei um cachorro dado por uma aluna. Nem sei de que raça era (devia ser lobo) Já era meio crescido. Chamava-se Pongo e era uma fera. Bravíssimo. Minha mãe é que cuidava da comida dele, mas só deixava seu prato com ele preso e gritava: “Pode soltar”. Enquanto ele comia, fechava a porteirinha que tinha no fundão da casa. Na frente da cozinha, ainda era terra e ele sujou toda parede de tanto latir e pular. Quase comia a mão do padeiro quando ele deixava o pão. Qualquer coisa que caísse no chão ele comia: bombril, botão... Uma vez entrou na copa, atacou um cacho de banana e tivemos que fechar as portas porque ele só acalmou quando não restava nada do talo. Não agüentamos e o demos para o padeiro, que o levou para seu sítio como guarda.
Comentários
Roberto Sena
www.digerindo.com
assumida,não taõ culta como a senhora,mais me divirto bastante na internete,um grande abraço!!!
Passarei a seguir o seu blog, pois, estou adorando tudo!
Fique a vontade para seguir o meu também.
Abraços!
Me igualo aos outros "comentaristas" por tê-la visto na TV; e, ao mesmo tempo, me diferencio por 2 fatos: o de quase aos 40 morar com minha avó...mãe: Vovó Lúcia (89 anos), e por ter desenvolvido 1 projeto no Mestrado da Universidade Federal do Ceará q tratava de um genero textual - pouco ou nada conhecido - denominado "Memorial" - genero q inclusive provoca debates bem acalorados na "Academia". Qdo li, no seu blog, a coluna "Sou Assim", fiquei pensando em "perturbar" uns amigos profs meus e perguntar-lhes, após apagar "safadamente" algumas partes em q a sra. revela sua idade, se o q está escrito nesse "Sou Assim" poderia ser (ou mesmo à ©) considerado um Memorial?; e mais: se esse memorial falaria de uma pessoa "jovem" ou de alguém com "Longev/idade"? Pois se prestarmos atenção à s partes "GOSTO DE..." e "NÃO GOSTO DE..." eu e a sra. serÃamos irmÃos para lá de univitelinos, para lá de tempo e espaço: uma anacronia, uma poesia solta!(esta, nÃo tem tempo e espaço, não é mesmo?).Vou levar esse seu Memorial "Sou Assim" para debate, objetivando "tocar" os cronologicamente envelhecidos pela desesperança...ou pela empáfia. FORTE ABRAÇÃO, A BÊNÇÃO. Arnaldo César A de Oliveira, Fortaleza, Ceará//arnaldo-cesar@bol.com.br
A senhora é demais! Eu lhe vi na Record e fiquei fascinada ao saber que a senhora mantinha um blog! E agora estou vendo que são dois!! Obrigada por nos demonstrar que não existe idade para o que quer que seja - podemos tudo se tivermos vontade e dedicação, não é!
Sou professora de português. Vou linká-la aos meus alunos para que eles aprendam com a senhora!
Beijos
Danielle
Que delícia ler suas histórias. E quem disse que você não é escritora!!! Parece que estou vendo o Pongo pulando. E você com seus cabelos grisalhos ao vento contando sua história. Você é demais. bjs. Etty
acabei de ver você na TV ... Parabéns pela garra !!!!
Adorei o blogue .. vou voltar mais vezes ...
bj
Adorei conhece-la , exemplo de perseverânça, de garra e acima de tudo amor. Que Deus a abençõe a cada dia.
Vou voltar. bjs.
Visite Meu Blog Fechamos UMa Parceria Fike Com deus
meu blog:www.dehxter-downloads.blogspot.com
meu msn:dehxter@hotmail.com
qualquer ajudar q a senhora quiser me avise sobre blogs e tudo sobre a internet vlw abraços sucesso :)
bjuzsx!
obs: alaizdeveza@oi.com.br
Alaiz Deveza
SUA VIDA , SEU EXEMPLO... DEUS EM SILÊNCIO, MANDOU SUA MENSAGEM...DE FÉ, PERSEVERANÇA E VONTADE DE VIVER*
UM ABRAÇO AFETUOSO,
RENATA MESQUITA
Admiro muito pessoas assim, que encaram a vida com tanta simplicidade e entusiasmo, pois me acho um tanto receiosa de enfrentar a vida, que por muitas vezes não me foi favorável, e isso talvez tenha me deixado fragilizada,aos 36 anos fiquei viúva, e me identifiquei quando vc revelou que seu casamento foi completo, pois o meu tbm assim o foi,embora uma vida a dois muito breve, apenas 13 anos, mas o suficiente pra me deixar lembranças maravilhosas e eternas.
Talvez eu devesse seguir seu exemplo e transformar td isso em palavras através de um blog, pois tenho estórias incríveis de uma vida cheia de aventuras principalmente devido ao lugar em que vivi com meu esposo,praticamente no meio da floresta Amazônica, em Rondônia, onde não existia nenhum conforto,mas mesmo assim, foi mágico.
Bom, já me estendi bastante, que Deus abençoe essa maravilha de mulher que vc é.
BjOs
Nabia
adoreeei sua entrevista na Ana Maria Braga . . vc estava ótiima eu particularmente adoreei vc , seu jeito, sua forma de lhe dar com a tecnologia de hoje, ahh foi o máxiimo.
continue sempre assim de bem com a vida e com muita alegria no coração ♥ beijos ;* (ahh e principalmente teclando muitoooo;)
eu adorei ler sua história de vida......
xau
O QUE SER JOVEM E ALEGRE MUITO OBRIGADA! PELO EXEMPLO, ME MANDE UMA MENSAGEM POR FAVOR MEU E-MAIL É: masan3144@yahoo.com.br meu nome é Sandra
Tive o prazer de ver sua entrevista no Mais Você. Gostei muito a ponto de ir ver o seu blog assim que a entrevista terminou.
O mais interessante é que sou como vc disse, não gosto de pessoas que se passam por "BURRAS", todos temos o dever de desafiar as circunstâncias e vencer todos os obstáculos. O seu exemplo provocou um grande desejo de ter o meu BLOG também.
Meus parabéns! Desejo-lhe tudo de bom que a vida possa lhe dar.
Um grande beijo.
Sheila
gostei muito de sua entrevista no programa da Ana Maria, é ingrivel sua disposição, gostei tambem pois você é realista, bem como muito inteligente.
parabéns.
nilso ieggli
Gostei da sua Prática de lidar com a vida .
Continue assim ...
Bjus!!!! Sandra Lima
Assisti hoje a sua entrevista (? com Ana Maria Braga. Realmente a sua disposição em aproveitar da vida o quelhe for dado, é uma lição. Nós, longevos, temos o privilégio de assistir a vida e recolher dela o que tem de melhor... e, em nosso bau de memórias temos coisas deliciosas para relembrar e contar aos nossos netos e bisnetos. Invejei sua bela cabecinha branca! Ah! como invejei. Estou com 7.7 e meus cabelos teimam em permanecerem grisalhos. Li o seu blog e alguns dos comentários que lhe enviaram. É bom sermos reconhecidos no que fazemos, não é? Contudo discordo de você quando diz não gostar de receber emails. Náo precisa ser necessariamente "em bloco" mas existem mensagens lindíssimas que nos fazem bem e nos ajudam a "repassá-las" aos que não têm uma refeerência literária de fé, de amor ao próximo, de ternura e, até às vezes de carinho... gostaria de poder enviar-lhe alguma das muitas mensagens que recebo diariamente. Prometo-lhe enviar para você, sem o grupo.Recebo-as diariamente e se algumas são profundas, as há engraçadíssimas que me arrancam boas e sadias gargalhadas. Como escrevo muito e faço poesias pergunto-lhe se posso ocupar seu tempo enviando-lhe isso também. Parabéns e se puder responda para meu email Lourdes.(avolescente75@gmail.com)
Vi sua entrevista no "Mais você" ontem pouco antes de chegar no trabalho. Parabéns pela sua disposição, destreza e competência! A senhora demonstra para todos que a idade não é limite para atitudes; nós fazemos o nosso tempo! Basta ter essa vontade de chegar aonde almeja. Com certeza a senhora impressionou muitos e imagino que poderá despertar aqueles que não têm confiança em si mesmos. Também posso dizer que me identifico muito com a senhora e por isso enviei sua matéria para amigos e parentes pois seu exemplo e história de vida é brilhante!
Adorei conhecê-la!
Beijo,
Patrícia Gatti
Brasília-DF
meu emai,,,elizabeth_jain@hotmail.com
Boston MA,,,USA
Chorei muito quando vi sua reportagem na Ana Maria Braga, pois minha falecida maezinha que faleceu em 1995 era muito parecida fisicamente com a Senhora.
Que Deus a Abençoe muito e continue dando toda essa energia maravilhosa que a senhora passa a todos nós.
Confesso que ficarei mais "antenada" pra fugir das paranoias da velhice...
Jeane
com tanta disposição diante da vida e dos seus desafios. Desafios, sim, pois a certa altura da vida e idade, encontramos e esbarramos em tantos preconceitos que as vezes desejamos desistir de viver, ou ....! simplesmente levantar a cabeça, arregaçar as mangas e ir à luta com unhas e dentes ... Mas, no seu caso, e também no meu (logo explico..)temos a obrigação, a clareza e a vontade de vencer obstáculos nos deixam fortes, batalhadores e embranhamos em caminhos desconhecidos ...Ah! Mas nada dificeis! A sabedoria adquirida, o permanecer cabeça jovem, não se importando em errar, nos leva para a frente! Nada como estar atualizada, acompanhar as tecnologias, estar atenta às mudanças, aceitar e aprender sempre mais, fazer os neurônios rebolarem em assuntos mirabolentes, experimentar esse mundo ativo e maravilhoso que nos dá asas e que nos alimenta de cultura! Caminhar ao seu lado é um desejo de muitos. O seu abraço já alcançou todas as mais longinquas fronteiras..e sei que não terá medo de continuar, e a cada dia semeia mais e mais da essência do seu viver feliz.. é isso que é : um ser humano FELIZ, LINDO!
Somos todos felizes por você..também EU!E mais feliz ficarei quando receber um recadinho seu
BEIJOS
Lindaure, a doce.
Rita,cachinhos dourados.
bjs e adoro vc.
Tudo bem contigo?
Adorei seu blog, muito bom... mas me surgiu uma pergunta. O que fez a senhora se dedicar a um blog? Tipo a um computador....
Aguardo sua resposta!!!
bjaoooo
bela entrevista no programa da Ana Maria Braga.Gostaria de divulgar para a senhora e todos um site muito importante do Governo Federal
que tem Obras MARAVILHOSAS!!! Creio que vão gostar muito.Eu não
sou de partito nenhum e não trabalho para o Governo, apenas gostaria de compartilhar com todos
desta maravilha que devemos valorizar.
Imaginem um lugar onde nós podemos gratuitamente:
· Ver as grandes pinturas de Leonardo Da Vinci ;
· escutar músicas em MP3 de alta qualidade;
· Ler obras de Machado de Assis Ou a Divina Comédia;
· ter acesso às melhores histórias infantis e vídeos da TV ESCOLA e muito mais.
Esse lugar existe!
O Ministério da Educação disponibiliza tudo isso,
basta aceder ao site:
www.dominiopublico.gov.br
Um forte abraço Betânia Dias
19.06.09
Que Deus em sua infinita bondade lhe de muitos anos com saude e vivacidade,que seu lar esteja sob a proteçao de nosso Pai maior.
Bjos com carinho e admiraçao...