DE NOVO SOBRE AS “MINHAS” PAINEIRAS
Sempre olho “minha” paineira
do meu terraço no décimo andar. Já escrevi sobre ela em seus vários estágios:
florida, com frutos, com a paina caindo, com poucas folhas, rebrotando de um
dia para outro e totalmente verde de repente.
No ano passado já a notei
com pouca saúde. Poucas flores, mas mesmo assim atraindo maritacas que bicando
seus ovários em busca de óvulos para seu sustento, derrubavam as corolas e
impediam a formação de frutos e, portanto a disseminação das sementes para
completar o ciclo vital.
Neste ano a tristeza foi
maior. Fora de época quase pelada, com poucas flores aparecendo numa tentativa
de sobrevivência. Nem as maritacas apareceram.
Mas, hoje me chamou a
atenção um barulho de maritacas. Elas não são nada discretas. Estranhei. Há
tempos não as via. Olhei e vii uma só. Logo depois, duas, três, meia dúzia
procurando e chegando perto das poucas flores, bicando-as.
De repende essas poucas
maritacas voam em direção oeste e quase imediatamente volta um pequeno bando
como se tivesse sido chamado. Rodou pela copa a procura das flores que eram
poucas e foram objeto de disputa.
E mais maritacas foram
vindo. Tentei filmar e fotografar. Não sei se consegui. As maritacas são
irrequietas demais. Mas, é fácil vê-las porque são de um verde luminoso
diferente do verde das folhas.
Não demoraram muito. Com
certeza foram procurar paineiras mais saudáveis porque esta minha, está quase
indo para a UTI. A sua irmã do mesmo jardim já está moribunda e só lhe dão
esperanças até a próxima primavera. Se brotar, se salva. Senão, cairá. E acho
que vai cair mesmo Ache asmaritacas na foto. São os pontinhos verdes.
Minha esperança é na “minha”
paineira. Quem sabe ela rebrota. Não me parece, mas vou esperar que ela seja
ponto de encontro de maritacas barulhentas.
Mesmo que estas destruam flores, muitas sobram (a natureza produz demais
sabendo da perda) para completar o ciclo flor – fruto – semente – nova planta
–novas flores.
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