É um retrato de vida. Escrito por mim, Neuza, sua companheira de 46 anos, pode soar piegas, mas é a visão de quem só o enxergou com os olhos do amor, de um grande e profundo amor. Sou suspeita em minhas considerações, parcial com certeza, mas é um direito que tenho de escrever o que sinto e penso sobre ele. Nossa vida foi simples, comum, mas rica em sentimentos e plena de realização emocional. Não tenho dúvidas que o mérito coube todo ao Ayrton. O que hoje eu tenho de bom, me foi passado por ele, que com sua paciência e tolerância me foi mostrando o jeito certo de viver. Suas qualidades foram tantas, que não consigo acabar de listá-las. Foi antes de tudo uma pessoa sempre igual, sempre coerente em suas atitudes, sem picos de depressão ou euforia, e por isso foi muito fácil conviver com ele. Para retratá-lo, tenho que falar sobre sua maneira de ser, suas qualidades. Não me lembro de defeitos, e se existiram foram completamente ofuscados. Deve ter tido seus pequenos defeitos, era hum...