MARÇO MUSICAL DA VOVÓ NEUZA

Sala São Paulo em 7 de março começa o ano com novo maestro, substituindo John Neschling. Muito movimento em torno da saída desse maestro. Competência à parte comportamentos inadequados geram atritos e mudanças. Agora é Yan Pascal Tortelier um francês na cidade (alguma ligação com o ano da França em São Paulo?)

Gostaria de ter ido a essa primeira apresentação onde o novo maestro certamente deu tudo e mais um pouco de si. Não pude e não posso. Sem companhia é difícil. . Dependo de gastos que não posso fazer.

Então, leio os jornais. Confio em críticos de hoje como confiava em Enio Squeff na década de 80 (saudades de suas criticas precisas. Hoje é um artista plástico).

Diz Arthur Nestrovsky da execução do Hino Nacional com abertura da temporada. Se estivesse lá, teria tremido nas bases.

Isso me lembrou (sempre os ganchos da memória) uma certa noite, na praça Luiz Carlos Paraná onde a Phillips que patrocinava um concerto para convidados no Municipal, montou uma tela gigante ao ar livre para que os aficcionados pudessem ver e ouvir a Concertgebouw de Amsterdam. E o primeiro numero foi o Hino Nacional. Poucas vezes senti emoção igual. Foi há mais de 20 anos. 30 talvez.

Ainda Nestrovsky comenta os aplausos do publico e quando o maestro faz sinal aos músicos que se levantem, ninguém se mexeu. Insistiram em ficar sentados, batendo palmas e pés e deixando ao maestro viver sozinho seu momento de gloria.

Lauro Machado Coelho comentou detalhes detalhados da peça de Elgar, Variações Enigma e da impecável leitura da Sinfonia nº 2 de Rachmaninov que “requer do regente uma visão orgânica e um grande senso de equilíbrio”

É o jeito que encontro de acompanhar grandes apresentações. Não a melhor, mas a possível.

No dia 8 de março voltam os concertos dos domingos. Agora, o Municipal está em reforma e os espetáculos se transferem para a Sala Olido.Teatro pequeno – 299 lugares apenas -, bom para pequenas formações, recebeu a Orquestra Sinfônica Municipal para o primeiro concerto do ano. Não posso opinar da acústica. Não tenho ouvido para iso e me satisfaço com o que posso. Procuro captar ao máximo os sons.

Maestro Martin Tuksa o spala da orquestra. Simpático com um sorriso fazendo parte do rosto. Chega com esse sorriso e o resto vem sozinho.

Haydn dividindo o programa com Beethoven. Começando com Haydn em um concerto de trompete (lembro do dia em que assisti a um solo de trompete com Maurice André –então o maior trompetista dos meios musicais. Foi em 16 de maio de 1982 – tempos musicais perfeitos para nós) e terminando com Beethoven e sua sinfonia nº 1 a mais mozarteana delas.

Já na rotina dos concertos de domingos, de novo na sala Olido no dia 22. Muita gente descobriu o espaço lotando o novo teatro. Um programa diferente apresentou o Coral Lírico Municipal, um primor de sonoridade. Mário Zaccaro brilhou na condução do coral. Bastante variado – desde canções de Brahms a coros conhecidos de óperas - com narração didática apresentou uma acústica muito boa do teatro. Opinião minha, sem conhecimentos técnicos.

Dia 27, agora ainda no Olido, às sextas feiras e em um novo horário –19,30h – nova rotina de concertos. Para mim, perfeito.Posso circular sozinha pela cidade sem problemas. Valeu, para ouvir uma sinfonia Concertante de Mozart, irmãos tocando violino e viola e para encerrar uma Sinfonia de Schumann. Para um final de trabalho semanal nada melhor.
O teatro continua bom, e cada vez mais cheio

Ainda o mês não terminou.No domingo 29, de novo no Olido, Liszt muito pesado, com uma orquestração que admiro, mas onde não consigo encontrar melodia.

Tchaikovsky equilibra, com uma peça pouquíssima conhecida; mostra a genialidade da orquestração, mas não deixa de mostrar um pouco de melodia.

E o maestro estava com maior empatia com o publico

Tempo de “respirar” e nesse mesmo domingo no MASP o concerto da OCAM. Um romeno de rosto expressivo e risonho foi o solista de contrabaixo, um instrumento que pouco se conhece para solo. Foi extraordinário, muito aplaudido, voltou várias e várias vezes ao palco depois de um concerto de Haydn para violoncelo adaptado para contrabaixo. Esse solista responde pelo nome de Catalin Rotaru.

Encerrei aqui meu trimestre musical.

Comentários

Fenix_IV disse…
OLA VOVO NEUZA !
TUDO BEM COM A SENHORA !

EU ASSITIR NA RECORD A REPORTAGEM
QUE A SENHORA COMPRAVA PEÇAS DE PC.

A SENHORA E VOVÓ ATUALIZADA !!!!!

EU QUERIA TER UMA AVÓ ASSIM QUE NEM VOCÊ.

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