COMEÇA O SEGUNDO SEMESTRE MUSICAL -julho de música

Já em julho, no sábado 04, volto à Casa Brasileiro Britânica para ópera em DVD. Fazia tempo que não ia. O programa foi Verdi na Plenitude Romântica apresentando La Traviata. Muito interessante porque foi uma montagem japonesa, de 1973. Cenários pobres, escuros, esfumaçado, pouco nítido e com figurantes quase todos japoneses. Voz belíssima de uma Violeta um pouco gorda demais e de José Carreras 35 anos mais jovem, e com cabelo. Mas, Verdi é sempre Verdi e a musica que ele faz cantar encanta mesmo. Sergio Casoy o comentarista chamou bem a atenção para a voz da soprano adaptando-se aos momentos mais alegres, mais agoniado ou mais doloroso do final. É assim que vou aprendendo.

À noite, a abertura do Festival de Inverno de Campos de Jordão. Não sei o que houve desta vez. Todos eles têm sido magníficos. Deste, não gostei. Cadeiras vagas (o que nunca vi acontecer) e um programa bastante complexo: canções folclóricas das montanhas cantadas por Maria Bayo com técnica vocal que se percebe perfeita, mas difíceis de acompanhar (para mim que sou uma ouvinte amadora) No entanto o Bolero de Ravel completou. Mas, já ouvi melhores. Foi assim mesmo ou eu é que estava do avesso. Acho que estava “do avesso.”

E agora vozes, só vozes com o Coral Lírico do Municipal sob a batuta daquela maestrina que eu chamo de ”fininha”, Érica Hindrikson. De todas as peças, a que me envolve mesmo é a Carnen da qual foi cantada a Habanera. Ela me trás lembranças das muitas Carmens que vi ou ouvi, inclusive a Carmen Jones.
A ultima com Ayrton, foi no Municipal mesmo em uma encenação pra lá de feia, com caixotes coloridos como cenário, que eu não cheguei a entender o significado porque o pouco que eu podia falar era para dizer ao Ayrton como eram essas “coisas” porque então ele já pouco enxergava. Mas fazia questão de ir para ouvir.

Já com a revista Concerto na mão estou fazendo uma triagem e separando o que dá para assistir.

Na quarta 08 fui conhecer um espaço novo. Depois soube que ele funciona desde janeiro. Não fiquei sabendo e eu assino a revista Concerto que trás tudo sobre programas. Não sei como passou.
É na Avenida Higienópolis, onde funcionava o consulado Italiano. Agora é o Istituto Italiano di Cultura.
Lugar simples, meio longe para mim (tomo dois ônibus). Espaço lotado (mais senhoras do que cavalheiros). No programa de hoje, a TOSCA de Puccini. Filme ópera filmado em 2000. Bom som, tela pequena, mas resolução grande das imagens. 3 atos com um intervalo entre o segundo e o terceiro para as conversas e um cafezinho. Ainda não conheço ninguém, mas como gostei vou continuar a freqüentar o espaço, sempre que possível. Vou experimentar o horário das 19h porque a condução é melhor.

Hoje 9 de julho, a OSESP faz 10 anos. Comemorando aconteceu um concerto especial e como era de esperar, os ingressos esgotaram logo. O jeito então foi ver na TV Cultura. Muito tarde, mais de 23 horas, valeu ficar acordada até quase 2horas da manhã. Regente que ocupa o lugar de John Neschling, Yan Pascal Tortelier. Não o tinha visto ainda, mas gostei. Expressivo, envolvido, entusiasmado. No programa, um pouquinho de Poulenc (justificando o ano da França) , Stravinsky com o Pássaro de Fogo e Villa Lobos com as Bachianas nº 5 magistralmente interpretada por uma soprano texana, Laura Claycomb, uma bela mulher ruiva, de olhos verdes e cabelos propositalmente “desarrumados”. Se “abrasileirou” para interpretar nossa musica, com um ‘boca chiusa” perfeito.
Foi uma madrugada pra lá de boa.

No sábado, 11 chovia que chovia bem forte. Não sei como tive coragem de sair. Mas fui à Casa Brasileiro Britânica. O programa foi Giuditta mais para opereta do que para ópera. De Lehar. Não faz muito meu gênero, me parece mais um show musical à la Holywood. Mas, sempre é musica. Sai com chuva mais forte, dei carona até o metrô para um marchand com quem havia conversado desde a outra semana e vim aproveitar a chuva dentro do conforto.

Nestes dias chuvosos e frios, não saio, ligo o computador na radio Cultura FM e fico com o fundo musical erudito para trabalhar. E descobri (atrasada mesmo) que posso encontrar o que quero no YouTube. Som “pequeno” nos alto-falantes do computador, mas tem suas vantagens. Duas coisas que eu procurava há tempos: uma das minhas preferidas, “Mon coeur s’ouvre a ta voix” da ópera Sansão e Dalila de Saint Saëns .Interpretada por Maria Callas. Ouvi várias vezes. E a outra performance foi Nuruyev dançando “Aprés Midi d’um Faune” de Debussy em um tributo à Niginsky. Êxtase total.

Ocupada com entrevistas não sai também neste domingo.

Dia 21 foi ótimo em termos musicais. Fui pela segunda vez no Istituto Italiano di Cultura e o programa de hoje era o filme-ópera Otello, de Verdi. A apresentação do Sergio Casoy é excepcional. Não é o que ele sabe do assunto, mas a maneira como ele apresenta o assunto. Principalmente com humor.
Òpera filmada é muito bom. Não há cenário, mas locações reais. Os closes dos cantores permitem que se acompanhe as expressões fisionômicas o que neste caso foi importante para passar para o publico toda a dramaticidade do texto de Shakespeare. Segundo o apresentador o texto operistico é bem fiel ao texto literário. Sempre ouvi dizer que Otello é uma das óperas mais difíceis de ser interpretada. Além da exigência da voz, a performance é tão importante quanto.
Saí de lá musicalmente satisfeita. Com Eliana foi comigo, tive com quem compartilhar a satisfação.

No dia 22 um sarau na Igreja de Santa Ifigênia foi meio fraquinho em comparação com o programa de ontem. São amadores, gente com garra e vontade de compartilhar musica. Mas, a saída às 22h e passagem por um lugar perigoso até o ponto do ônibus, conseguiu subtrair parte do prazer. Mas ouvi com uma mezzo soprano que já conhecia uma Dolores Duran no seu “A Noite do meu bem” . Lindo lindo.

Programa de sábado 25 e domingo 26 que deveria ser feito com Victor (meu neto) abortou porque o tempo estava úmido demais e o risco de entrar na pandemia que anda por aí é grande.

O encerramento do festival de Campos de Jordão gorou porque os ingressos estava esgotados de há muito. Para a Cavalleria Rusticana no Teatro São Pedro, não consegui comprar o ingresso. Essa ópera eu gostaria de ter assistido. Gosto muito dela.

Terça 28, no Masp programa de hora de almoço, 12,30h. Flauta e piano com programa de Hummel, Haydn e Reinecke. Apenas um traço de união entre um duo e uma orquestra inteira como a do dia 31, sexta feira, encerrando o mês. a Orquestra Sinfônica Municipal apresenta Sibelius e Saint-Saëns. Com sibelius chegou a sentir frio quando ouço a “Finlandia” . E um violinista italiano completou a noite. Tudo isso sob a batuta de Jamil Maluf um maestro que eu admiro e respeito e com quem tenho uma certa identidade pessoal porque o acompanho de longa data e vi seus cabelos embranquecendo aos poucos.

Um mês musicalmente satisfatório.

Comentários

K.T. disse…
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Unknown disse…
´Vovó Neuza, adoro seu blog!!! Fico sempre aguardando os novos textos...

Gostaria de saber se posso colocar um link no meu Blog que estou iniciando hoje. Posso???

Meu blog é: http://micosemental.wordpress.com/
lilly disse…
olá
não resisti e citei voce no meu blog!
quero que as pessoas venham ler seus textos...
bjs
lilly

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