OUTUBRO CULTURAL-PRIMEIRA QUINZENA

Continuo usando o blog como um diário, uma prestação de contas a mim mesma, mas sobretudo para mostrar o quanto São Paulo oferece em cultura DE GRAÇA. É só se ligar, procurar, ter coragem e disposição para circular pela cidade de ônibus ou metrô. São atividades pessoais que eu faço sozinha. Se eu posso fazer, porque outros idosos não podem !!!!!
No mês de outubro minha atividade cultural foi tão ntensa que precisei dividir em quinzenas.
Os comentário são pessoais, fruto de minha bagagem cultural, do meu gosto e meio sociocultural. Esta foi minha atividade na segunda quizena de outubroComeça a segunda quinzena Cultural de outubro.
CULTURA EM OUTUBRO (primeira qinzena)

Começo bem mês musical. Dante Pignatari como sempre dá belas aulas e neste primeiro dia falou sobre Villa-Lobos por coincidência aquilo que estamos estudando no IEB. Fazendo a ligação com a França, e entre outras coisas contatos com Nepomuceno. Miguéz, Luciano Gallet e um pouco da musica de cada um. Mais conhecimento do que musica.
Mas, no dia 02, Claudia Riccitelli cantou musicas referentes à aula anterior mas a que mais me impressionou pelas lembranças trazidas foi , de Villa-Lobos “ Nesta Rua, Tem um bosque” Uma voz belíssima, de cantora lírica com todos os trejeitos do lirismo. Lindo mesmo.
Nesta rua,nesta rua tem um bosque
Que se chama,que se chama solidão
Dentro dele,dentro dele mora um anjo

Que roubou,que roubou meu coração

Se eu roubei,seu eu roubei teu coração

Tu roubaste,roubaste o meu também

Se eu roubei,se eu roubei teu coração

É porque,é porque te quero bem

Se esta rua, se esta rua fosse minha

Eu mandava,eu mandava ladrilhar

Com pedrinhas,com pedrinhas de brilhantes

Para o meu,para o meu amor passar


No dia 05 no IEB mais teoria e menos musica, mas ouvindo Il Neíge de Henrique Oswald , “Floreaux” tango de Ernesto Nazareth (1909) e no seminário sobre Chiquinha Gonzaga as musicas mais conhecidas (corta jaca, Abre Alas).

No dia 06 a ópera filmada foi “Il Corsaro “de Verdi. Ópera comum não fossem os coros incomparáveis de Verdi. E muito coros”.

Marcos nos dá um show de Caymmi e suas canções de amor, fazendo bem a ligação com o mito de Orfeu e Eurídice, o mito que eu mais gosto. E a cada musica um encantamento. Desta vez foram Canção Antiga, Você não sabe Amar, Só Louco, Nem eu, Não tem solução, Desde ontem. Uma delas:
NÃO TEM SOLUÇÃO
Aconteceu um novo amor
Que não podia acontecer
Não era hora de amar
Agora o que vou fazer
Não tem solução
Esse novo amor
Um amor a mais
Me tirou a paz
Eu que esperava nunca mais amar
Não sei o que faço
Com esse amor demais

Com Dante, musica instrumental e instrumentos do Barroco. Ouvindo música de Gabrielli, Frescobaldi, Corelli e Vivaldi. De Gabrielli me lembro de ter ouvido algumas vezes uma canção com trompetes espalhados pela sala de concertos, dando um som geral estereofônico. Imagine isso em uma grande catedral.

E no dia 09 em complementação à aula do Dante, algo que qualquer comentário é pouco. Um duo -DIMOS GOUDAROULIS e NICOLAU DE FIGUEIREDO, violoncelista e cravista. Dimos é grego, não tem 40 anos ainda e é um musicista impecável, de reconhecimento internacional. Toca um violoncello picolo, um instrumento do século XVII que fica em sonoridade e timbre entre a viola e o violoncelo. As cordas são diferentes, o tamanho é diferente e não tem nem o eixo metálico para fixá-lo ao chão. Ele é seguro pelas pernas. E ouvimos tocados por esse instrumento, Bach, Valentini, Scarlatti, e Caporale. Nicolau é um cravista brasileiro, radicado na Europa há muitos anos. Quem o ouve tocar ou dirigir dificilmente esquece. É instrumentista de fulgurante capacidade, intérprete surpreendente e criativo, e uma figura carismática. Quando tocou uma cadenza, arrasou. Aplaudidíssimo.
A sintonia do duo é perfeita. Comunicam-se com olhares e Dimos tem a expressão facial risonha e satisfeita, cada vez que o som sai como ele quer.(acho eu) A técnica e interpretação equilibradíssimas, e quando a melodia é o foco, ele transcende ao prazer.
Foi um meio dia especial. Auditório cheio, muita gente trocou o horário de almoço por boa musica. Que bom!!!!

No dia 13, outra ópera. Agora Il Guarany, de Carlos Gomes no IIC.
Desta vez não gostei. Valeu apenas o comentário do Sergio Casoy Ele nos explicou, por exemplo, que no livro de José de Alencar no qual se baseia a opera, o aventureiro espanhol era um italiano, mas Carlos Gomes teve que mudar para um aventureiro espanhol porque a opera foi estreada no Theatro Alla Scala de Milão e não ficava bem colocar como vilão um italiano.
Tenho todo o direito de ter minha opinião de leiga. Não tenho a responsabilidade da critica, mas tenho os meus valores estéticos. Foi uma gravação ao vivo no Theatro da Paz em Belém, em 2007. Uma encenação pré espetáculo, acho que no saguão do teatro, com manequins dos principais personagens da ópera, com as roupas de cena. E no fundo uma estátua de Carlos Gomes, em corpo inteiro, batuta na mão como regendo. Os convidados circulavam entre eles tomando conhecimento. Até que o espetáculo começou.
O maestro, bastante envolvido e entusiasmado. Quanto às vozes, não comento. Não tenho conhecimento suficiente para opinar. Mas gostei. No entanto o Peri índio personagem principal da ópera foi horroroso. Parecia fantasiado para um desfile carnavalesco. Nem postura, nem cara de índio. E ainda falando italiano. A Ceci gorducha no segundo ato aparece descalça e com os pés para cima sujos de andar no palco (não é comentário meu)
Ópera das mais longas dessas ultimas apresentações. Aguardo por um Guarany melhor.

Dia 15 Dante de novo, falando sobre a evolução da linguagem musical, teoricamente. Polifonia, consonância, dissonância Tonica como centro de gravidade da peça musical.
Ouvindo Quartetos de Mozart e Beethoven, Shoenberg – A noite Desfigurada; Suíte de Alban Berg – musica dodecafonica; Webern – 1º movimento do quartetode cordas. (violino,sax tenor, clarinete e piano)

Em artes plásticas, a aula no MAC me deixa pirada. Não consigo compreender essa arte pos-contemporânea que através de performances quer dizer alguma coisa. A parte teórica que os meninos apresentam como parte do seminário, é tão “profunda’ tão “acadêmica” que eu não entendo absolutamente nada.
Assistimos a um documentário Cremaster 3 de um Matheus Barney da qual só eu sabia o significado da palavra “Cremaster” (músculo do interior do escroto que atua sobre os testículos aproximando-os no inverno para que não percam calor e afastando-os no verão para que se refresquem. Porque não podem sofre grandes variações de temperatura). Uma performance muito “profunda” para minha cabeça. Mas, fiquei conhecendo o autor que parece muito conhecido nos meios artísticos contemporâneos.

Na Pinacoteca fui ver a exposição Matisse. Gostei das ilustrações, das instalações, mas a pintura não me agradou muito. Um direito meu.

Já no sábado 03 no Masp a aula do Renato Brolezzi foi sobre GUERCINO, um pintor do seculo XVII, do Barroco, do qual eu nunca tinha ouvido falar. O quadro estudado? “Chronos (tempo) admoesta Eros na presença de Vênus e Marte”
Leitura do quadro em seus aspectos mitológicos, artísticos, históricos e de contemporaneidade com outros artistas e obras de mesmo significado. Sempre diálogo texto-imagem. Muitos outros Guercinos apresentados e estudados em detalhes.

No MAC seminário sobre Corpo com fotos eróticas de Andrés Serrano, que eu já conhecia. Chocantes, de estética duvidosa, às vezes extrapolando do erótico ao obsceno. Mas, é tido como arte.

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