DEZ INDIANOS E UM DOMINGO DE CHUVA EM SÃO PAULO


Dez  indianos recém chegados de várias partes da Índia para Simpósio e workshop Brasil-Índia, na  Universidade de São Paulo, tinham apenas 7 horas (das 10 da manhã às 17h da tarde) de um domingo de muita chuva para  pelo menos tomar contato com a cidade, mesmo que fosse em flashs.O prof , Makarand,o 11º indiano da delegação não pode ir.

O que  programar, considerando que  muito desse tempo seria gasto em deslocamentos?

Enquanto a equipe cuidava  há mais  de dois meses na organizaçao do Simpósio,  pensei em como mostrar a pessoas de um país rico de tradições culturais  que remontam aos tempos a.C, algo de uma cidade praticamente recem nascida, e em tão pouco  tempo.

Em um primeiro momento pensei em música, não uma música nossa, mas uma música universal. E em um espaço, esse sim nosso, o Theatro Mvnicipal, que provavelmente não vai competir com teatros indianos. Não há comparação. São diferentes.

Contato com a Secretaria Municipal de Cultura, acabou por nos oferecer 15 ingressos de cortesia para  uma atividade que acontece nos   domingos de manhã, às 11h, com programação erudita. Os assentos também foram especiais: platéia, fila E , metade no lado impar e metade no lado par, para uma melhor proximidade.

Dia 26 de outubro, São Paulo amanhece molhado por chuva  constante, chuva “criadeira” como costumamos chamar as chuvas de primavera, que ajudam as sementes a brotar.  Distância bastante grande  - Faria Lima, minha casa,  centro da cidade – vencida  pela van cheia. Chegamos em cima da hora. Tempo apenas para nos acomodarmos, nossos convidados ainda em "jet-leg"
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Na programação do dia, a Orquestra Sinfônica Municipal regida pelo seu titular Abel Rocha apresentou Mozart – Abertura da ópera “A Flauta Mágica”,  Sinfonia n 9 de – Shostakovich e Prokofiev em sua sinfonia concertante, tendo como solista de violoncelo nada menos que Antonio Meneses, para mim, o nosso YoYo-Ma.

Não sei avaliar se gostaram. Não os argui.Tomara que tenham gostado como eu teria gostade de ouvir Ravi Shankar (ainda vivo aos 91 anos ) e sua cí.tara

Só na saída  puderam observar  e fotografar – como já tinham feito à exaustão no interior – a bela fachada. Toneladas de fotos.

E aí? Vamos dar uma volta pelo centro.

Enquanto fui dizendo sobre o que era centro velho e centro novo,  o que a Praça da Sé representava na cidade,o que o Páteodo Colégio foi há mais de 450 anos,  o viaduto do Chá (porque do Chá? quiseram saber), apresentando Ramos de Azevedo como um criador da identidade da cidade no final do século XIX e começo do século XX , Maria Inês e Marisa iam traduzindo as falas. 

Chegamos ao Mercado Municipal. Descem todos,  e – de novo Ramos de Azevedo de 1933 -  passeamos pelas alamedas coloridas de frutos de todo o mundo, cheiros de misturas  de tudo. Sabores provavelmente exóticos para eles foram experimentados. Misturas de idiomas dos muitos turistas.  Encanto com os vitrais. Uma história viva. Lembremos que a cultura indiana é de 3.500  anos, comparados aos nossos 500...

E a ambietação cultural da Cidade de São Paulo continuou.  Agora para o Museu Paulista, no Ipiranga.  beirando o rio Tamanduatey pela Avenida do Estado, logo identificada pela Mesquita Brasil (Sociedade  Beneficente Muçulmana Brasil)  que fez parte de minha juventude de   deslocamentos. Avenida Dom Pedro 1º onde morei dos 18  aos 23 anos e onde me casei. Chegamos perto do  Monumento da Independência, de história que pesquisei bastante.  Depois da passagem por ruas conhecidas (Tabor, Sorocabanos, Ituanos, Patriotas, Bom  Pastor...) chegamos ao Museu Paulista. Em baixo da maior chuva e tendo que andar bastante. E um guarda chuva colorido pincelou de cores o domingo cinzento , chuvoso, molhado, úmido e frio. Mas com muito calor humano.


E  novamente nos deslocando sob chuva, a van venceu um espaço rotineiro para chegar ao Parque do Ibirapuera.  Nosso objetivo era mostrar aos indianos a estátua do Ghandi seu grande lider. Acredito que os emocionou como emocionou a mim, quando através da estátua toda uma história de vida e de liderança emergiu da memória. Da minha memória, e acredito na deles também.

Tenho o nome de todos. Dificeis até de grafar. Tentei. São diferentes para nós como seriam para  eles os Joãos, Josés, Marias........... 

O registro dos nomes é um agradecimento por terem vindo compartilhar conosco sua sabedoria milenar e seu envolvimento atual com problemas universais.
São eles:

AJAI, PRADEEP, PRAKASH, PRAMOD, MANOJ, TARIK, SUBHAN, VINOD, MARIA INÊS, NEUZA (EU),  PAWAS.  Marisa e Roberto estavam fotografando.


Comentários

Célia disse…
Bem, com certeza para eles esse passeio será inesquecível! Parabéns, Neuza! Abraço da Célia.
Unknown disse…
Oi vovó Neuza
Passeio inequecível ao lado de pessoas de uma cutura milenar, da qual sou fã.
Parabéns ...
Se gostar de artes meu blog está a sua disposição,é simples mas é algo que amo fazer.
abraços
Ana Maria Zago Basilio
Priscilla Castro disse…
Estou mto feliz por a senhora estar participando dos talentos da maturidade! Só agora pude dar uma olhada!

Fiquei imensamente feliz!!!

Parabéns!!!
A senhora nos inspira!

http://castro-pri.blogspot.com/
Cleide disse…
Passei no seu blog por acaso e adorei ele.
Parabéns!!!
Um super beijo.

palavrasaventureiras.blogspot.com

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