MEU FEVEREIRO MUSICAL
O
mês de fevereiro começou com problemas. Como o Theatro Mvnicipal divulgou a
programação do mês, corri logo para a
bilheteria para reservar meus ingressos. Como agora sei que tenho direito a
ingressos isentos de qualquer pagamento, pedi por eles. Surpresa: para idosos,
só na galeria (anfiteatro, vulgo”poleiro”). De lá não se vê nada e se ouve
menos ainda. Não tive recurso senão comprar pagando a metade para´, pelo menos dois programas. Mas, aí chega a
Tsu. Ela é bem mais “briguenta” do que
eu, pintou e bordou. Pegamos então os ingressos de galeria como prova do que
pretendíamos fazer; protestar. Ela telefonou para jornais e rádio e eu, mais
quietinha, escrevi para o Secretário da Cultura. Postei do Twitter e no
Facebook. A Folha de São Paulo comprou a
briga, publicou na Ilustada de sábado a matéria com foto da Tsu exibindo os
ingressos. Na sexta, quando entreguei a carta, algum resultado teve porque no jornal há resposta do secretário. Repercutiu de certa
maneira porque quando fui “trocar” meus ingressos de galeria fui perguntada:
“Onde a sra. Quer?” E eu escolhi um bom
lugar.
Resta
agora esperar pelo dia 18, para assistir
ao programa de um lugar adequado à nossa idade.
Tudo
documentado, registrado e colocado na pasta 2012.
Enquanto
isso, nos dias 6,7,8 e 9 de
fevereiro, eu já tinha programado um curso
com o Dante Pignatari. Em anexo.
O nome do curso: De Chopin a Schoenberg: o caminho cromático”.São quatro aulas,no
decorrer da semana.
No primeiro - significado da Música, da harmonia
(campo de força, ponto de equilibrio da música) .Tudo a partir de 1600.Falou
sobre o sistema tonal, sobre as escalas
cromáticas e sobre Gesualdo (madrigais) – Romantismo. Toca a Sonatina de
Clementi
No segundo dia, volta a falar em tensão e
relaxamento, Diferenças entre musica do
oriente (pentatônica) O Cravo Bem Temperado para mostrar as vantagens dessa 24
tonalidades. Também demonstradas nos 24
prelúdios de Chopin, um em cada tonalidade.
Chopin e Liszt. Comentário sobre
a Marcha Fúnebre de Chopin. Nenhuma é igual. Passa atravé dos anos. É “a” Marcha Fúnebre.
Reforça
que a beleza da música de Chopin Suas melodias são longas, longas até chegarr a
uma resolução final. Foi mestre nesse procedimento. Influenciou Wagner Liszt e
Debussy.
Maior
atenção ao Noturno opus 27 nº2 Citando
“Chopin, o Arquiteto do Êxtase” seu outro curso.
Na terceira aula continua com Chopin, sobre
a vida de Liszt quando monge quando sua produção é maior, explorando todas as
técnicas de tonalidades, composições cheias de ubuguidades, extranhesas.
Em
seguida sobre Wagner que dá susto.Faz música para o futuro.
Aí,
em uma Viena decadente, na primeira década do século XX apaarce Schoenberg e
seu Pierrot Lunaire sobre 21 poemas de
Albert Girauds. Traduzido por Augusto de Campos. Musica nem tonal, nem atonal mas pantonal.
Na
quarta aula – Debussy, Satie, Stokenhouser, Pierre Boulez e JOHN CAGE.,
fechando o ciclo.
Dante
sempre toca em um magnifico piano de cauda que faz parte do auditório onde se
realiza o curso.
13 – por gentileza de Ivanilson e Margarete consegui dois ingressos para assistir ao
ensaio geral da ópera Magdalena de Villa-Lobos. Fui com minha amiga Marlene,
das Semi-Novas. Como vou assistir de novo no domingo,19, agora em récita
normal, quero comparar as duas
apresentações. Alguns comentários deixo para fazer depois porque podem ser
apenas de ensaio, sendo corrigidos para apresentaçõs normais.
18 – Continuando com a
programação do Municipal, em comemoração aos 90 anos da Semana de Arte
Moderna de 1922, eu assisti no dia
18 As ANDRADIANAS, um chamado de
reflexão. Aconteceram intervenções no saguão do teatro, expressões corporais, canto entre os
visitanes e atitudes pessoais de
artistas. Diferente e interessante pelo
compartilhar artistas x público.
Fazendo
parte das Andradianas, a suite Vila
Rica, de Camargo Guarnieri, com a
participação da Orquestra Sinfônica Municipal, o Coral Paulistano e o Balè da Cidade de São Paulo.
Divinos.
Ainda
no mesmo programa, Pedro Malazarte, ópera com libreto de Mário de Andrade e
música de Camargo Guarnieri, sobre um conhecido personagem do folclore
brasileiro.
Programa
curto mas excelente, variado, de alto nivel artístico.
19- Finalmente
pude assistir à ópera MAGDALENA, de Villa-Lobos, na versão final. Vi o ensaio e realmente
muitos detalhes ainda incipientes foram
corrigidos. A parte falada, que não tem
legenda foi ajustada e foi possivel
ouvir o texto. No geral foi igual, mais vivido pelo elenco. O balé estava a
contento (no ensaio estavam murchos. A orquestra foi a Orquestra Sinfônica
Municipal e o Coral da Gente.É mais um musical do que uma ópera.
Magdalena
tem como tema central um rio –o rio Magdalena da Colômbia - e o
enredo trata de questões políticas entre índios colombianos e militares. Mas,
sem a explicação do programaé dificil acompanhar o desenrolar do assunto. Um
pouco de religião demais e crenças e fanatismo.
Cenários modernos e adequados.
Balé muito bom (especialmente na valsa), figurino vindo especialmente da
França. E a música de Villa-Lobos deixa sempre entrever sons folcloricos
brasileiros.
A
semana de Arte Moderna em seus 90 anos
prossegue.
25 - Theatro Mvnicipal. Quarteto de Cordas da Cidade mais Caio
Pagano.Tudo o que eu disser é repetição. Marcelo “atacado” falando muitas e
boas. Betina toda de babadões coloridos era o arco iris entre os “homens de
preto”. Quando começam a tocar desprendem-se de si e voam para outros mundos.
Lindas as “pipocas” de Villa-Lobos e o segundo movimento do Quinteto de
Schumann.
26 – Encerramento
da Semana de Arte Moderna, versão 2012. Orquestra Experimental de Repertório e
um Jamil Maluf envolvidíssimo. Todo o programa brasileiro. Um Batuque
monumental, o Momoprecoce de Villa e a Sinfonia
Popular nº 1 de Radamés Gnatalli fez o teatro vir abaixo. Muito, muito lindo.
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