“QUEM SOU EU” TEXTO REPAGINADO – VERSÃO 2009


Faz mais de um ao que eu comecei a usar um novo sistema de comunicação – o blog. Gostei e venho mantendo até então o meu blog pessoal da VOVONEUZA e desde março ultimo um Blog mais sério em que tenho responsabilidades e que escrevo só sobre são Paulo. Progresso.

No Blog da VOVONEUZA tracei o meu perfil procurando me auto avaliar e dizendo sinceramente quem sou eu. Como tudo muda inclusive contextos, pessoas, devo ter mudado também e pensando nisso procurei rever o “Quem sou Eu” vendo o que continua, o que mudou e o que tinha sido esquecido e deve ser acrescentado.

O cerne, o eixo de “quem sou eu” ficou mantido. Mas há coisas a constatar e acrescentar.

Primeira constatação deste ano: estudei mais, tenho mais conhecimentos, me valorizo mais. Não me intimido com pessoas, sei o que quero, o que penso e estou segura na minha filosofia de vida.

Considerava três os caminhos que mais me interessavam: a MUSICA, a LITERATURA e as ARTES VISUAIS. Na verdade esqueci de citar uma vertente cultural importantíssima para mim que é o estudo da MEMÓRIA.

Trabalho com Memória há vários anos, estudo-a sob os mais variados aspectos e uso esses conhecimentos em trabalhos de vários tipos: historias de vida, historias de família, historias coletivas, resgates de Memória pessoal.

Desde 1997 escrevo a história da família de maneira mais sistemática graças à minha chegada ao Museu da Pessoa que trabalha esse assunto em termos profissionais. Durante anos convivi com a pratica e trabalho do Museu, entrevistando, transcrevendo, editando Histórias. E então, MEMORIA ficou sendo meu outro centro de interesse. Às vezes paro um pouco, entram outros interesses, mas trabalhar a MEMÓRIA continua prioridade.

E então agora são quatro os meus caminhos.

A Literatura está meio esquecida. Leio muitos textos que preciso para tarefas de aulas, seminários, mas não leio o suficiente para um lazer maior. E uma das razões é não ter com quem dividir os prazeres da leitura, as criticas e as considerações sobre um bom ou um mau livro. Acabo até falando sozinha.

Com a musica sinto a mesma falta de dividir emoções, mas já me acostumei a ouvir e sentir sozinha, saindo de mim mesma para dividir entre o eu e o outro eu o prazer da boa musica.

Em artes visuais também não divido opiniões. Não as tenho formadas e o compartilhar seria para aprender mais.

Em Memória sim eu consigo me realizar completamente. Nos Encontros de Resgate de Memória a realização é plena quando consigo clima para depoimentos que saem sinceros e completos. Conseguir ir buscar lá no fundo as memórias de infância, de juventude, escrever sobre elas, traçar sem querer um contexto social da época, constatar mudanças de vida no tempo e no espaço é uma realização daqueles a quem eu levo a encontrar um mundo que já foi seu e que acreditavam perdido. E logicamente minha realização também.
Alguém já me disse que esses encontros funcionam até como terapia.

Outro aspecto que tem tomado força na minha vida somando-se a Musica, Literatura, Artes Visuais e Memória, é a ânsia de ensinar, de passar para os outros aquilo que aprendo. Faço isso informalmente quando solicitada. De maneira formal fiz durante quase 30 anos de magistério, até 1980. Nos quase 30 anos seguintes não me liguei a jovens ou a cursos fundamentais, mas foi o que acabei fazendo neste semestre por conta da entrada no Instituto de Biomédicas e departamento de Anatomia da USP.

O grupo a que pertenço projeta modelos anatômicos com material simples (sucata mesmo) para ensinar Anatomia a jovens alunos. E aí a minha experiência entra e pode ser usada. Mesmo assim, aprendo muito. Desespero-me quando não sei um procedimento e vou atrás como desafio, até chegar ao objetivo. E me vejo fazendo esquemas de ensino, como fazia há 30 anos passados.

Agora, 40 anos depois volto ao contato com alunos do curso fundamental mostrando e explicando como são esses aparelhos e sistemas, reprodutores que tantos problemas me trouxeram . Mas, é muito diferente. A meninada sabe muito e é preciso saber muito mais para acrescentar ao que eles já sabem. É preciso ter muita segurança, uma linguagem própria, realismo sem fantasia.
Volto a fazer esquemas, proponho estratégias interativas, com liberdade e de novo com prazer.

E na minha vida continua “tudo azul com bolinhas brancas” como dizia meu pai.


Comentários

Ludenbergue disse…
Ô, Neuza, será que até agora lembrei mal da máxima do João Gerrero. Eu sempre o cito repetindo que ele dizia: "está tudo azul, com bolinhas da mesma cor", querendo deixar claro que estava trudo azul, tudo bem mesmo!. estou errado? bjs. e parabéns pelo blog e por sua vida bonita...Lude
ei é muito show isso..
1tb penso que a pessoa deve precurar aquilo que a satefaz...
acho que quando alguem se ocupa com livros, é divino
Tânia Regina disse…
Vovó Neusa,
Adorei o seu blog e a sua vitalidade!
A senhora é um exemplo a seguir, portanto tomei a liberdade de citá-la em meu blog: http://dicaspara3aidade.blogspot.com, com o intuito de inspirar outras pessoas de sua faixa etária.
A partir de agora serei mais uma de sua seguidoras.
Parabéns!!!
Bjs,
Tânia
Anônimo disse…
Oi Neuza,
Você já fez o curso do Museu de Arqueologia sobre memória. Senão, faça que tem muito a ver com você e seu background. Tenho certeza que gostará. bjs. Etty
maria carmen lopez marin disse…
Oi Neuza,
Fiquei entusiasmada quando vi sua entrevista no Mais Você.
Gostei muito dos ralatos e vou se-
guir com muito mais alegria.
Na minha família temos várias cade-linhas e uma delas chamada Fortuna
que é muito parecida com a Paloma.
Esses animais são maravilhosos.
Um Carinhoso Abraço
Atenciosamente Maria Carmen L. Marin

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