SOBRE O INSTITUTO BACCARELLI
Texto
elaborado por Neuza Guerreiro de Carvalho em 11 de
Agosto
de 2012 (pesquisas, entrevistas, visitas)
PRIMEIRA PARTE
LOCALIZAÇÃO
NO ESPAÇO
Era
uma vez.....
Uma
cidade, então uma aldeia chamada de São Paulo de Piratininga, que
começou
no século XVI com 13 missionários e chega hoje no século XXI com
quase
11 milhões de habitantes.
Uma
cidade que passou seus primeiros 300 anos devagar, quase parando.
Uma
cidade que no meio do século XIX começou a acordar e explodiu em
progresso
no século XX.
Uma
cidade, agora apenas São Paulo, que no século XX passou de provinciana a
cosmopolita, tornando-se uma verdadeira metrópole. Na segunda metade do século
XX tinha até fábrica de automóveis.
Uma
cidade em constante transformação e que mereceu frases como “São
Paulo
é um vir a ser” de Jorge Americano e “São Paulo não para em
uma
fotografia, move-se num filme” de Guilherme de Almeida.
Uma
cidade que cresceu tanto que hoje separou seu município de outros
tantos
– 39 – e que no conjunto formam a Grande São Paulo ou Região
Metropolitana.
Entre
os muitos distritos do Município de São Paulo, falamos em SACOMÃ,
um distrito situado
na região sudeste do município, ligado
ao histórico
bairro
do ipiranga
Região
de ocupação proletária, com forte presença
de imigrantes
espanhóis e italianos no século
XX, o Sacomã serviu como moradia para
trabalhadores
de indústrias do Ipiranga, da Mooca e
do ABC Paulista. Do
ponto de vista cultural e tradicional, o distrito do Sacomã é ligado ao bairro
do Ipiranga.
Na
região do Sacomã fica Heliópolis. Com
um bonito nome que significa
CIDADE
DO SOL, HELIÓPOLIS já foi a maior
favela do Brasil,, mas
devidamente
urbanizada se transformou em bairro e
hoje é uma
comunidade chamada NOVA HELIÓPOLIS.
HELIÓPOLIS
cobre uma área de quase um milhão
de metros
quadrados, tem cerca de 100.000 habitantes, e fica a 25 km do centro do Município.
HELIÓPOLIS
é cortada pela Estrada das Lágrimas,
ESTRADA
DAS LÁGRIMAS –Tornada célebre por
apresentar no trecho inicial a célebre
ÁRVORE DAS LÁGRIMAS, hoje patrimônio
histórico do Estado. Julgada como árvore
centenária, sob a sua sombra descansavam
os tropeiros e as caravanas que adentravam
aos
viajantes cujas ausências prolongavam-se por
meses a fio, razão pela qual
foi denominada Árvore das Lágrimas.
LOCALIZAÇÃO
NO TEMPO
Quase
na segunda metade do século XX São Paulo dispunha ainda de muitas
áreas
públicas pelos arredores dos bairros constituídos.
Em
1942, um desses espaços das proximidades do Sacomã era de propriedade do IAPI
(Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários); passou depois para o
IAPAS (Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência
Social) e uma parte foi vendida para a SABESP.
Essa
área, desde 1947 vizinha da nova estrada, via Anchieta e desde 1959
tendo
a também vizinha fábrica de automóveis Volkswagen teve seus 1.000.000 de metros
quadrados sendo ocupados aos poucos por moradores. Essa área já possuía algumas
construções que eram: seis casas, todas térreas, de boa construção, isoladas,
um sobrado, contendo no andar térreo um armazém e nos altos uma residência.
Essas casas faziam parte do Conjunto Residencial Vila Heliópolis, que contava
com apenas 36 casas.
Mas
foi em 1969, com a construção do Hospital Heliópolis é que Heliópolis
começou
a crescer e se diferenciar. Seu crescimento maior foi quando recebeu
famílias
das favelas da Vila Prudente e Vergueiro.
Pessoas
que participaram da construção do Hospital Heliópolis permaneceram
por
lá e também trabalhadores das metalúrgicas do ABC.
A
ocupação continuada acabou por formar a Favela de Heliópolis, hoje NOVA
HELIÓPOLIS, que tem como divisas ruas importantes dos bairros vizinhos
(Ipiranga –Sacomã)
Centro
de interesse de alguns urbanistas, Heliópolis está mudando o perfil de
Favela.
Heliópolis hoje tem 83% de abastecimento de água, 62% de esgoto e rede elétrica
em 94% das casas.
Neste
século XXI, a urbanização de Heliópolis conta com o prestigio do
arquiteto
Ruy Ohtake e seu projeto de conjuntos habitacionais. Desde 2003
atuando
como colaborador pessoal e mais tarde com apoio dos poderes
públicos,
Ruy Ohtake atua na comunidade.
Três
creches foram construídas com projeto arquitetônico padrão da
prefeitura,
mas Ohtake ajudou a posicioná-las, num terreno vizinho a duas
escolas
municipais. Nascia, aos poucos, o projeto de um polo educativo e
cultural,
numa área de 35 mil m2, fechada à entrada de carros. Os sete prédios
-projetados,
pintados ou reformados por Ohtake- que hoje estão ali formam
um
conjunto sem muros, e a área verde entre eles serve como parque para a
comunidade
nos finais de semana.
Composto
por duas escolas (que já existiam), as novas creches (inauguradas
entre
2008 e 2009), uma escola técnica profissionalizante, aberta no ano
passado,
e um centro cultural que acaba de ser entregue, o conjunto ainda
não
está completo. A construção de uma biblioteca, um centro esportivo e um
espaço
para oficinas já foi aprovada pela prefeitura, e os equipamentos devem
ser
entregues nos próximos dois anos.
Obras
projetadas por Ruy Ohtake alteram a paisagem de Heliópolis com
prédios
redondos e coloridos
Nesta
NOVA HELIÓPOLIS fica o INSTITUTO BACCARELLI
SEGUNDA PARTE
Agora,
Heliópolis se projeta também através da música pelo Instituto
Baccarelli.
Sua Orquestra Sinfônica Heliópolis costuma se apresentar em
locais
públicos em pequenas formações ou a orquestra toda.
Em
uma dessas apresentações, conheci o Sr. Victório Broetto (87 anos),
presidente
do Instituto Baccarelli desde 1999. Ele e sua esposa, Dona
Antonieta
(80 anos) me forneceram algumas informações sobre suas relações
com
a música coral, com o maestro Silvio Baccarelli e com o Instituto
Baccarelli.
É
seu Victorio quem conta:
Cantando
desde 1947 no coro da Igreja São José do Ipiranga, o Sr.Victório
estava
bem familiarizado com a música coral. Em 1960 ele e o grupo de
jovens
do coro foram apresentados ao seu novo diretor e regente, o Maestro
Silvio
Baccarelli que em 1970 assumiu esse coro da Igreja para organizar um
coro
maior. Esse coro ficou famoso como Coral Baccarelli e teve uma bela
trajetória
de sucessos nacionais e internacionais.
Hoje,
a Baccarelli Coral & Orquestra é uma empresa de produção musical
para
casamento. Oferece vários serviços com base na música orquestral
sinfônica
e coral, popular e/ou clássica. São várias as possibilidades de
formações:
quartetos de cordas, a orquestra sinfônica completa, com vozes ou
somente
instrumentos. São trompetes triunfais, violinos e flautas para cortejo,
campanas
(sinos), entre outros... O repertório é composto de mais de cinco mil
músicas
que podem ser escolhidas especialmente para cada casamento.
Durante
toda sua carreira, o Maestro Silvio Baccarelli alimentou o desejo
de
ensinar música às populações economicamente menos favorecidas.
Em
1996, ao tomar conhecimento de um incêndio na favela do Heliópolis e
comovido
com a luta das famílias para recuperar suas casas e pertences, o
maestro
sugeriu iniciar o ensino de instrumentos de orquestra para crianças e
adolescentes.
Alguns meses depois, 36 garotos iniciaram o estudo de violinos,
violas,
violoncelos e contrabaixos. Os estudos eram feitos no Auditório
Baccarelli
de propriedade do maestro na Vila Mariana. Era o embrião do
Instituto
Baccarelli.
Hoje
o Instituto Baccarelli é uma associação
civil, sem fins lucrativos
(ONG)
que tem por missão oferecer formação
musical e artística de
excelência
proporcionando desenvolvimento pessoal e criando
a
oportunidade
de profissionalização, com foco em crianças
e jovens
em
situação de vulnerabilidade social. Localizada
na comunidade de
Heliópolis.
É presidida desde1998 pelo Sr.Victório
Broetto, e a entidade
Gerencia canto coral com técnicas de expressão cênica; Orquestra do Amanhã de
iniciação e aprimoramento em estudo de
instrumentos e Sinfônica
Heliópolis,
de prática orquestral. Apresenta-se também
em pequenas
formações
como Quarteto de cordas, quinteto de
sopros e quinteto de
metais...
ORQUESTRA
DO AMANHÃ
O
programa Orquestra do Amanhã, realizado pelo Instituto Baccarelli,
Proporciona
a adolescentes o estudo dos instrumentos
de
uma
orquestra sinfônica, entre eles: violino, viola,
flauta,
oboé, clarinete, fagote, trompa, trompete,violoncelo, contrabaixo,
trombone
e percussão.
SINFÔNICA
HELIÓPOLIS
É
um programa diferenciado dentro do Instituto Baccarelli, que promove
prática
orquestral refinada e conhecimento de repertório sinfônico.
Proporciona
aos alunos oriundos de Heliópolis a convivência com estudantes
de
realidades distintas, uma vez que as inscrições para a orquestra são
abertas
a todos os estados brasileiros. Percebendo a dificuldade de atingir
esse
objetivo somente com moradores da comunidade de Heliópolis e,
entendendo
que a diversidade no grupo seria a maneira mais plena de praticar
inclusão
social, foram abertos testes para estudantes de música de todos os
estados
do Brasil.
Atualmente
é uma orquestra composta por 80 músicos, entre os quais estão
os
alunos que mais se desenvolveram ao longo de todo o processo educativo
proposto.
Em
2005 o Instituto recebeu a visita de um dos mais renomados maestros da
atualidade
– o indiano Zubin Mehta, que atualmente atua na Filarmônica de
Israel,
em Tel Aviv. Com essa visita, o maestro tornou-se o patrono do Instituto
Baccarelli.
Desde
2006 a direção da Sinfônica foi de Roberto Tibiriça e a partir de 2011
o
Instituto Baccarelli tem como diretor artístico o renomado maestro Isaac
Karabtchevsky,
que comandará também a regência da Sinfônica Heliópolis.
CORAL
DA GENTE
Promover
o ensino de canto coral a crianças e adolescentes da comunidade
de
Heliópolis, em São Paulo é o objetivo do Coral da Gente, programa
desenvolvido
pelo Instituto Baccarelli desde o ano 2000. As atividades
representam
uma introdução ao universo musical de forma mais leve e com
uma
grande troca entre cada grupo, e é por essa característica que o Coral da
Gente
atua como porta de entrada para as crianças no Instituto Baccarelli.
O
Instituto funciona graças a parcerias.
Parceiros
Ouro: Eletrobras, Volkswagen, Instituto Votorantim e Petrobras
-
Parceiro Bronze: Comgás - Além dos Parceiros Institucionais: Aidar SBZ
Advogados,
Setor 2 e meio, White Propaganda, Cel Lep e English For All.
Em
novembro de 2008 o Instituto Baccarelli entregou em prédio próprio sua
nova
Escola de Música. Em um prédio de cinco andares, com 2,8mil metros
quadrados
é o resultado da primeira fase de um projeto maior, de 6mil metros
quadrados
no total.
A
nova escola foi criada com qualidade acústica especifica para o ensino de
música.
Tem isolamento acústico especial de piso, paredes, portas e janelas,
além
de ar condicionado silencioso, pensados de forma a não gerar ruídos que
atrapalhem
o aprendizado.
O
edifício possui cinco pavimentos e 30 salas de estudo individual, três salas
de
aulas coletivas, duas salas de aulas teóricas, uma sala para instrumentos,
biblioteca
(ainda pequena), pátio, sala de ensaio para coro e outra para
orquestra,
além de uma cozinha com refeitório com capacidade de servir 400
refeições
por turno. Essa estrutura permitirá a formação de 2,8 mil jovens
músicos
e a realização de 10 mil atendimentos - há jovens que realizam mais
de
uma atividade. No antigo galpão do Instituto, a capacidade era de 500
jovens
e 700 atendimentos.
Localiza-se
na Estrada das Lágrimas 2317, no centro da comunidade de
Heliópolis
para facilitar a chegada dos alunos, na grande maioria dessa
comunidade.
TERCEIRA PARTE
Meu
primeiro rápido contato com o Sr Victório e Dona Antonieta Broeto foi
no
dia 24 de agosto de 2012 no Centro Cultural São Paulo em um concerto
de
apresentação do Quinteto de Sopros do Instituto Baccarelli. Na semana
seguinte
(24) na apresentação da Orquestra Jovem Heliópolis (Orquestra do
Amanhã),
pude conversar mais com o Sr.Victório e aí partiu um convite para
visitar
a Escola de Música do Instituto Baccarelli.
Não
me fiz de rogada, telefonei e marquei a visita para o dia 8 de agosto, pelas
9
horas. É um bocado longe de minha casa. Fico na zona oeste e a escola
na
zona sul. Mas, distancia não me assusta. Com ônibus e metrô e ajuda do
Google
Maps, chega-se a qualquer lugar.
Meu
roteiro foi o seguinte:
Em
frente de casa ônibus para a Estação Vila Madalena do metrô. Em percurso
direto
até a Estação Sacomã. Chego a ela e me assusto. Não acredito no que
vejo.
Viadutos, terminal de ônibus, e muitas e muitas linhas para a periferia
dessa
zona sul.
Metrô
Sacomã- modernidade, beleza, tecnologia.
Com
todas as instruções impressas, no terminal tomei o ônibus 5031 - Vila
Arapua
e deveria descer na Estrada das Lágrimas 2178. Desço antes e vou a pé até o nº 2317 onde está a escola.
Aquilo
que a minha memória guardava era uma “Estrada” com matinhos em
volta,
umas árvores espalhadas e até leito de terra. Mas o que vi foi uma “rua”
feia,
com calçadas estreitas, arrebentadas, dificultando o andar. Muita
gente
circulando nelas. Comercio totalmente diversificado desde açougues,
supermercados,
lojas de móveis, quitandas...Meio fio de águas paradas e
sujas.
Carros estacionados dos dois lados e o leito carroçável para duas mãos
de
ônibus. Não sei como dá. A maioria dos ônibus vem de vilas distantes e
vão
todos para o Terminal Sacomã. De repente me dei conta que estava dentro
da
Favela Heliópolis.
Saí
de casa 8h e cheguei à escola 9,30h. Muitas crianças entrando e saindo.
Identifico-me
e aguardo em um grande e ensolarado páteo. Parece que hoje
não
foi um bom dia para visitar a escola porque a Rede Globo estava lá com
todos
os apetrechos, fazendo gravações para um documentário.
Mas,
o filho do Sr.Victório, Vitório Luis que ocupa cargo administrativo no
Instituto
me atendeu simpaticamente e pediu que aguardasse o Sr.Victório que
chegaria
logo (dia de rodízio dele)
Logo
depois da 10h chega Sr.Victório
E
aí começou o passeio pelo prédio. Circulamos por todos os andares, tomei
conhecimento
de crianças estudando flauta doce, meninos e meninas sendo
orientados
em um coral, um músico estudando sua trompa em uma sala
individual.
Estudo
de flauta doce com crianças
Ensaio
coral jovem
Ensaio
da Orquestra
Em
uma grande sala Vitorio Luis “vigia” os instrumentos musicais e faz seu
trabalho
de prover partituras.
De
um grande salão administrativo em um andar alto, posso ver o segundo
prédio
já construído no terreno dos fundos e os ferros de construção
esperando
por uma biblioteca, um teatro - auditório do qual posso ver já o
palco
pronto.
Abaixo
do térreo descemos para o salão de ensaio da Orquestra e o
preparador
(também maestro) Edilson Venturelli tomando sua posição para o
ensaio.
E sou premiada com a primeira leitura da Sinfonia Fantástica de Berlioz
que
a Orquestra tocará sob a regência do grande Zubin Metha no dia 22 de
agosto
deste 2012 no Teatro Municipal.
Despeço-me
encantada como que vi e com a amabilidade do Sr Presidente.
Quase
meio dia.
Ando
de volta até o ponto de ônibus e comprovo o que já escrevi sobre a
Estrada
das Lágrimas. Nas placas identificadoras, nem mais “estrada”.Apenas
Lágrimas.
Tomo
um ônibus que dizia Terminal Sacomã, mas não reparo no número. Em
vez
de seguir direto, é trajeto de serventia e ele dá mil voltas até chegar ao
destino.
Novamente metrô, mas agora desembarco na Estação Consolação e
sigo
à conexão com a Linha Amarela e vou em direção ao Butantã. Na Estação
Butantã
há ônibus para a Cidade Universitária para onde vou. É hora dos
Encontros
Culturais do prof. Terron e vamos assistir a um filme bem escolhido
e
que dá comentários inteligentes depois do lanchinho socializante.
Chego
em casa 18horas. Um dia e tanto. Aprendi muito.
ANEXO
– MEMÓRIA ATIVADA
Presto
muita atenção aos meus flashs de memória e ligando uns aos outros
consigo
construir todo um cenário de vivência.
Morei
no Ipiranga de 1938 até 1949, período em que cursei o terceiro e quarto
anos
primários no Primeiro Grupo Escolar do Sacomã (depois Visconde de
Itauna),
ginasial, científico no Ginásio Paulistano e toda a Faculdade.
Nos
sete anos de Ginasial e Científico andei de bonde Fábrica, linha 20 por
toda
a Rua Silva Bueno, Rua Tabor, Rua dos Sorocabanos, Avenida Dom PedroI, Rua da
Independência, Largo do Cambuci, Rua do Lavapés, Rua da Gloria.
Para
assegurar um lugar sentada no bonde, tomava-o na esquina da Rua
Lucas
Obes onde eu morava, ia até o ponto final conhecido simplesmente
como
Sacomã, e daí o bonde voltava pelo caminho já descrito.
Sete
anos repetidos me fizeram decorar os nomes das ruas que iam da Lucas
Obes
até o Sacomã. Todos os nomes ligados à Independência. Em direção ao
Sacomã
eram: Brigadeiro Jordão (a Igreja São José do Ipiranga), Cisplatina,
Don
Lucas Obes, Almirante Lobo, General Lécor (onde morava a família
Pitcher
de minhas amigas Perla e Rachel), Lorde Cochrane, Labatut, Lima
e
Silva, (onde moravam alguns tios avós) Dois de Julho, Gonçalves Ledo,
Clemente
Pereira, Grito e Greenfeld. Decorei o nome de todas e conhecia
bem
também as ruas, Lino Coutinho, (morada da Tia Maria e seus 11 filhos)
Agostinho
Gomes, Cipriano Barata, Costa Aguiar, e Bom Pastor, já no Museu
do
Ipiranga.
Para
o lado de baixo, conhecia as ruas do Manifesto (com nossa venda), 1822
(casa
de outro tio avô –tio Luiz e seus muitos filhos) e das Juntas Provisórias,
esta
última um brejo, sempre alagada e hoje uma baita avenida. Nesta rua
alagadiça
moravam tia Olaia e tio Jerônimo em uma casa elevada por conta
das
enchentes. Ele tinha um rádio de galena e íamos visitá-lo para ouvir o
rádio.
Bom
ter tomado o ônibus errado Passei por quase todas essas ruas e a
memória
me trouxe vivência com parentes próximos, tempos de Grupo Escolar
e
Ginásio.
Bom
reviver e comparar. Ser testemunha de progresso, de mudanças de
visuais
e demonstrações de tecnologia aplicada. Foi uma viagem à metade do
século
XX, da década de 40.
O
Terminal Sacomã do metrô é uma estação moderna, bonita, e ocupa aquele
miolo
do Sacomã que eu conheci e muito mais. Era o onde o bonde fazia a
volta.
A
Estação do metrô tem ligação com o Terminal de ônibus Sacomã, um dos
terminais
do Expresso Tiradentes, de outras linhas municipais e também de
diversas
linhas intermunicipais com destino a São Bernardo do Campo, Santo
André
e outras cidades da Região do Grande ABCD Paulista.
Comentários
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