MINHA VIDA DE ESTUDANTE – TERCEIRA PARTE (1948-1951)
O primeiro ano de Universidade foi difícil, de adaptação, de greve de alunos e até segunda época de Química, coisa para mim excepcional. Tive caxumba na época de exame, mas eu acredito que tenha sido por não entender nada da Química.do prof. Senise já então nos moldes acadêmicos.
Dos calouros da História Natural só foram para o segundo ano cinco alunos: Helena Villaça, hoje Cerqueira César, Eudóxia Maria de Oliveira Pinto, Cláudio Gilberto Froelich, que no fim do curso se casaram, Liliana Forneris, que permaneceu solteira e trabalhando na Usp, e eu, então Neuza Guerreiro.
A ida para a Faculdade me propiciou mudança completa de ambiente. Vindo de um colégio médio, com colegas se não do mesmo bairro, pelo menos de níveis sociais parecidos, agora meu ambiente era muito heterogêneo. Colegas de bairros mais sofisticados, de níveis culturais mais altos, alguns estrangeiros cultos, outros de pais já com nome como cientistas, e até a filha de um médico famoso, morando em uma mansão no Pacaembu, indo à Faculdade de carro com motorista.
A única que tinha mais ou menos o meu nível social era a Walburgis. Era viva, esperta, namoradeira, independente, vistosa, Ficou reprovada no primeiro ano e deixou de fazer parte de nossa turma.
Eu era tímida, sem quase nenhum embasamento familiar no que se referia à cultura, vindo de um bairro também operário, o Ipiranga, compensava não com comportamento moderno, mas estudando tanto quanto podia. Mas nunca fui aluna brilhante.
Na nossa turma quem se sobressaia pela dedicação aos estudos era a Eudóxia Oliveira Pinto que fez carreira universitária, passando todo o seu tempo profissional estudando Planarias (um verme).
Aos 20 anos, eu continuava sempre estudando, lecionando e sem me interessar por ninguém.
Do curso me lembro bem. Foi ótimo, bons colegas, bons professores.
Félix Rawitscher, de Botânica,
Ernest Marcus, de Zoologia,
Saldanha da Gama de Mineralogia,
Moacir Coutinho de Petrografia,
Victor Leinz de Geologia,
Paulo Sawaya de Fisiologia,
André Dreyfus de Biologia.
Dos calouros da História Natural só foram para o segundo ano cinco alunos: Helena Villaça, hoje Cerqueira César, Eudóxia Maria de Oliveira Pinto, Cláudio Gilberto Froelich, que no fim do curso se casaram, Liliana Forneris, que permaneceu solteira e trabalhando na Usp, e eu, então Neuza Guerreiro.
A ida para a Faculdade me propiciou mudança completa de ambiente. Vindo de um colégio médio, com colegas se não do mesmo bairro, pelo menos de níveis sociais parecidos, agora meu ambiente era muito heterogêneo. Colegas de bairros mais sofisticados, de níveis culturais mais altos, alguns estrangeiros cultos, outros de pais já com nome como cientistas, e até a filha de um médico famoso, morando em uma mansão no Pacaembu, indo à Faculdade de carro com motorista.
A única que tinha mais ou menos o meu nível social era a Walburgis. Era viva, esperta, namoradeira, independente, vistosa, Ficou reprovada no primeiro ano e deixou de fazer parte de nossa turma.
Eu era tímida, sem quase nenhum embasamento familiar no que se referia à cultura, vindo de um bairro também operário, o Ipiranga, compensava não com comportamento moderno, mas estudando tanto quanto podia. Mas nunca fui aluna brilhante.
Na nossa turma quem se sobressaia pela dedicação aos estudos era a Eudóxia Oliveira Pinto que fez carreira universitária, passando todo o seu tempo profissional estudando Planarias (um verme).
Aos 20 anos, eu continuava sempre estudando, lecionando e sem me interessar por ninguém.
Do curso me lembro bem. Foi ótimo, bons colegas, bons professores.
Félix Rawitscher, de Botânica,
Ernest Marcus, de Zoologia,
Saldanha da Gama de Mineralogia,
Moacir Coutinho de Petrografia,
Victor Leinz de Geologia,
Paulo Sawaya de Fisiologia,
André Dreyfus de Biologia.
Assistentes que deixaram lembranças: Diva Diniz Correia, Michel Sawaya, Domingos Valente, Erasmo Garcia Mendes, Marta Vanucci, Rosina de Barros, Clodoaldo Pavan, Antonio Brito da Cunha, Elisa do Nascimento, Rui Ribeiro Franco, Rui Osório de Freitas, Josué de Camargo Mendes, Sérgio Estanislau do Amaral.
O ambiente na História Natural era diferente. O curso funcionava em um casarão antiga na Alameda Glette, esquina da rua Guaianazes. Eu ia sempre de bonde até a Avenida são João, fazia à pé quase 500m e voltava de ônibus, ou então com meu pai.
O lugar era péssimo, perto da zona pesada (já então). Eu passava o dia na Faculdade, almoçava lá em um restaurante simples, a cantina de D. Carolina, ao lado de uma árvore centenária a já famosa Figueira.
As salas de aula eram todas adaptações de quartos e até cozinhas residenciais, com escadas escuras e fantasmagóricas, mil cantinhos perigosos As aulas de Química eram em um prédio anexo, A Física era na Brigadeiro Luiz Antonio + ou - 600 com o prof. Rômulo Pieroni.
No final do curso tivemos aulas de Didática (prof. Onofre) e Psicologia Educacional (prof. Arrigo), na Rua Maria Antonia. Nunca estudamos nos prédios da Cidade Universitária. Nem existiam ainda. A primeira turma que estudou lá foi a de 1957..
Cheguei ao final proposto: Licenciatura em História Natural e oficialmente pronta para lecionar em turmas de ginásio e colégio.
Não quis e não pude continuar a vida acadêmica. Tive logo que entrar no mercado de trabalho por crise financeira de meu pai. Por isso, nem sei se teria gostado do academicismo, mesmo como ele era então. O encontro com o amor me fez optar por trabalhos condizentes com o desejo de ter uma família, partilhar sonhos e uma vida. E o magistério era ideal. Podia sim, escolher o quanto trabalhar e conciliar vida familiar e profissional.
Já no final do curso comecei a trabalhar com responsabilidade.
Dei aulas particulares para interioranos que vinham prestar concurso para professor de Ciências.
Dei aula também no cursinho do professor Max Gevertz (que me deu a primeira oportunidade de trabalho) na rua da Liberdade, em uma sala que ficava no fim de uma escadaria, e aí conheci o Ruy, a Mê, e o Décio que me apresentaram o Ayrton. Dei aula também no Colégio Independência, do prof. Leo Bonfim.
Em 1951 ganhei um Volvo, do ano, mas fiquei com ele só alguns meses, porque meu pai, mal nos negócios teve que devolvê-lo. Comecei a dirigir em junho de 1951 e nunca mais parei.
Quase no final do curso, em 2 de setembro de 1951 minha vida mudou quando Ayrton entrou em minha vida.
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Comentários
Um beijo!
Um grande beijo!
https://archive.org/details/EudoxiaMariaFroehlich1994
evemoren@hotmail.com
Parabéns pelo blog!