MUSICA EM JUNHO - SEGUNDA QUINZENA

Novamente o Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo na terça, 17. Troquei a aula sobre “Cartola” por eles. Gosto mais. Neste dia não sei nem o que tocaram porque estava em crise de labirintite.

Na sexta, 20 retomamos as aulas de Apreciação Musical na USP e ouvimos a versão meio comentada (um making off) da ópera de Wagner Parsival. Mais leve que as outras, uma encenação bonita, sugestiva, simbólica.

No domingo 21, volto ao municipal com concerto da Orquestra Sinfônica. Como sempre tem sido, há sempre uma composição contemporânea brasileira. E Neste dia foi de um paulista e aí eu me ligo mais porque sendo de São Paulo me diz à emoção. Ainda não sei se gosto. Mas quando não encontro a melodia me ligo à orquestração. Achei bastante boa, com a percussão “trabalhando” bastante. O nome da peça é Sinfonia nº 2 Mhatuhabh e o autor é Mario Ficarelli.

O lindo foi um concerto de flauta. Não tanto pela execução porque o fôlego da executante Cássia Carrascoza estava um pouco baixo, mas por todo o resto. Poucas vezes pude associar um visual e um auditivo tão fortemente associados. A solista parecia uma deusa grega. Grávida de oito para nove meses (acho, por experiência), com o ventre protuberante que deixava imaginar um bebê já completo se agitando em sua piscina natural, seios túrgidos aguardando para iniciar logo sua função de alimentar esse bebe que já vem vindo, transmitiu para mim uma emoção profunda mas suave de uma volta a um tempo criativo. Essa deusa grega envolta no mundo sonoro de uma orquestra toda, deve ter proporcionado ao seu bebê momentos de deleite. Sua cadenza foi suave e “maternal” na execução e seu bis uma canção de ninar. Poucas vezes houve toda uma conjunção do belo, do sentimental, do emocional. Dava quase para imaginar um choro de criança se antecipando.

Emoções a parte chega agora Paul Dukas com o Aprendiz de Feiticeiro. E a figura do camundongo Mouse faz suas artes para quebrar um pouco a emoção anterior.

E a nova semana começa com um Concerto da Orquestra Sinfônica da USP. Programa reduzido, mas trazendo Gershwim e Bernstein. Pena que o programa não foi integral . Deixam isso para a terça feira na elegante e eletista Sala São Paulo, em concerto de assinatura e pago. Será isso certo?

Mas a noite valeu por inteiro. Com a Madama Butterfly especial – Comentário em texto especial.

Na terça, misturando demais fui até a aula sobre “Cartola – o sambista do Morro”. Não consegui assimilar. Foi diferença demais.

Na quinta um pouco de musica com as grandes orquestras brasileiras da década de 30-40. Mas foi palestra do Francisco Rocha e a não ser uns cantarolares não houve musica na integra.

Sexta foi a ultima aula de Apreciação Musical do prof.Terrom. O tema foi Romeu e Julieta que ele tem em múltiplas versões. Apresentou a musica de balé de Tchaikovsky sustentado por paisagens de Verona. Depois DVD de O Poder do Mito com uma parte sobre o mito do AMOR. Na seqüência, o mito cristão de Maria, não me interessou muito. Muita confusão para quem não acredita em certos dogmas.

Domingo de programa duplo entremeado por um velório. De Jacyra, da Escola Campos Salles.

De manhã só assisti a meio programa. Musica contemporânea. a folclórica escrita por um espanhol sobre um ritual afro-caribenho: a morte de uma cobra. Musica temática, nem sei se liguei o tema à musica, porque nunca vi uma cobra morrer a não se por uma enxadada e aí foi morte súbita, sem ritual.

Na seqüência o russo Kabalevski e seu concerto para violoncelo nos foram apresentado em grande estilo.

À tarde, o contraponto: Vivaldi, Telemann e Bach. Na “Tempesta di Mare” me pareceu que Vivaldi usou alguns temas das Quatro Estações, misturados à coisas novas. Mesmo assim, gosto. De Purcell só conhecia as “Variações sobre um tema de Purcell” de Benjamin Britten. Reconheci a melodia em um dos movimentos.

Telemann é muito medieval. Evoca castelos de pedra cinzenta, espaços tenebrosos, arrepios.. Musica sem colorido. Deprimente (para mim).

Já Bach é outra coisa e com a Suíte nº 2 que eu gosto muito, fechou o mês de junho com profunda satisfação musical. A Badinerie me lembra muito o flautista da OSESP Jean Noel Saggard que nunca mais vi nem ouvi. Gosto tanto desse trecho que a musica de chamada do meu celular, é justamente ela. E às vezes deixo tocar quase inteiro o trecho para então atender.

Terminou o meu junho musica.

Julho certamente será de poucos eventos. Férias.


Comentários

bel colucci disse…
Com licença, dona Neuza.

Seu blog estava aberto e eu entrei. No início, à procura de informações sobre o matemático Oswaldo Sangiorgi (indicação do google), mas creio que encontrei muito mais que isso.

Obrigada pelo o quê partilha com o mundo. Seu blog recebe muito bem os visitantes.

Abraços

Postagens mais visitadas deste blog

QUARESMEIRA OU MANACÁ DA SERRA?

EU E A USP

SETE ANOS